Quem é o corno?

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Eu escrevi essa onezinha depois que vi esse print porque achei bem a cara dos Jikook, então é isso


— Jimin? — Questionei ao observar o loiro tentando fechar a porta com um pouco de dificuldade. Mas ele nem pareceu ter me ouvido.

Esse buraco não era maior, não? — Ele murmurou, só consegui ouvir porque já estava à noite, tudo escuro e silencioso, bem, isso até ele entrar, quase derrubando a porta no chão.

— Você quer ajuda, Jimin-ssi? — Perguntei, me aproximando. Jimin deu um pulo, devido ao susto, quando toquei suas mãos e peguei as chaves com delicadeza.

— Jungkook? Você não devia estar em casa? — Eu ri. Mesmo na escuridão, eu sabia exatamente a feição que seu rosto estampava.

— Eu moro aqui, Jimin.

Cheguei à conclusão que ele tinha bebido além da conta.

— Mora? Mas essa não é a minha casa? — Sua pergunta pareceu mais para ele mesmo do que para mim, então apenas dei uma risadinha e tranquei a porta.

— Ela é sua também. — Acendi as luzes e vi Jimin piscar os olhos, incomodado e um pouco confuso.

— Minha nossa... a gente mora junto faz muito tempo, é? — Peguei sua mão e fiz com que me acompanhasse até a cozinha.

Ele automaticamente se sentou no balcão e eu fui até o filtro para pegar um copo de água.

— Uns.... cinco anos. — Disse, lhe entregando o copo. Jimin arregalou os olhos e quase derrubou o copo, tive que o ajudar a beber a água.

— A gente divide o aluguel ou algo do tipo? — Foi o que ele perguntou, já colocando o copo sobre o balcão.

— É, tipo isso. — Deu de ombros.

Era engraçado ver Jimin confuso desse jeito.

— Quem te trouxe para casa?

— Taehyung.

— Gostou da festa?

— Como sabe que eu estava em uma festa? Você estava me espionando? — Foi inevitável não rir.

— Me disse antes de sair. Como se sente? Está com sono?

Ele de repente pareceu se desligar e ficou me encarando.

Jimin bêbado é engraçado. Esse tipo de situação não é algo novo para mim, mas não significa que seja constante. Jimin costumava sair para beber, vez ou outra eu o acompanhava, e às vezes ele ia só e voltava meio perdidinho. Mas não é algo que sempre acontece, sua resistência para álcool é bem grande, e ele gosta mesmo. Eu só costumo pedir que não exagere, caso eu não esteja por perto para dar-lhe assistência.

— Cara, você é bonito demais. — Tocou meu rosto, e depois de analisar minha face, seu olhar percorreu em direção a minha mão direita, disposta sobre o balcão. — Você tem namorada? — Perguntou, com o semblante confuso.

Eu ri.

— Namorado. — Mais uma vez naquela noite, seus pequenos olhinhos se arregalaram.

— Oh, meu deus! Você é gay! Que coincidência, eu também sou! — Disse, alegremente.

— Sério? — Ri, divertido. Apontei para sua mão direita. — Você também está namorando?

Acho que o cérebro dele congelou. Jimin passou a encarar a própria mão como se estivesse analisando uma questão matemática.

— Eu acho que... sim? Como isso veio parar aqui?!

— Coincidência, né? — Falei, tirando ele dos seus devaneios. Ele me encarou, depois olhou para mão.

— Preciso me livrar disso. — Ditou.

Foi minha vez de arregalar os olhos.

— Por que você faria isso, Jimin?

— Como "por que eu faria isso?" Por que eu não faria? Eu ao menos sei com quem estou namorando! — Colocou os braços na cintura. — Além do mais, tem alguém em que estou interessado...

Eu não sei se o rumo daquela conversa estava me deixando feliz, mas estava me deixando curioso.

— Sério? — Ele balançou a cabeça, assentindo.

— Ele é tãoooo bonito. — Sorriu. — Mas nós não podemos ficar juntos. — Desmanchou o sorriso e se debruçou sobre a bancada.

Dei a volta no balcão, apenas para me posicionar ao seu lado. Me agachei para poder observar seu rosto. Estava com a cara amassada, e um bico nos lábios.

— Por que não?

— Por que você tem namorado! — Respondeu, e eu quis rir. — Tá fazendo essa cara por quê?

— Jimin, é sério isso? — Coloquei minha mão em suas costas, movimentando-a para cima e para baixo, com carinho.

— Você não deveria me tocar assim... seu namorado não vai gostar.

— Você gosta?

— Gosto.

— Ótimo.

Levou um tempo para que ele levantasse o rosto do balcão.

— Cadê ele? Me apresenta ele. Quero só ver a cara do corno.

Céus, isso é hilário. Eu espero que eu não pareça um idiota por estar fazendo isso, ou melhor, não fazendo, deixando ele confuso assim. Mas devo admitir, é realmente engraçado.

— Anda, Jungkook, me mostra. Eu gosto de você bem mais que ele, tá bom? E eu moro com você, e ele não. Além do mais, eu te acho lindo, foda pra caralho, maravilhoso. Eu prometo que não vou te magoar. Namora comigo?

Eu não me aguentei.

— Jimin do céu, a gente já namora. — E a carinha que ele fez depois que, finalmente, esclareci tudo, foi impagável.

— Sério? Então o corno sou eu?

— Amor, você não pode botar chifre em você. Além do mais, por Deus, eu te amo tanto, nunca faria isso com você.

— Jungkook, eu tô muito bêbado.

— Eu sei, amor. Quer se deitar?

Ele assentiu.

Enquanto eu o guiava em direção ao quarto, para impedir que ele tropeçasse nos próprios pés, já que ele tem essa facilidade estando sóbrio, imagine bêbado, ele de repente parou de andar e me encarou.

— A gente por acaso tem algum filho e você tá escondendo de mim também? — Eu ri.

— Ainda não, Jimin. Mas nós temos um peixe.

— Ah, o Cláudio. Não me esqueceria dele. — Sorriu e voltou a andar. Foi minha vez de travar no mesmo lugar.

— Você lembra do Cláudio, mas não se lembra de mim?

— Sinto muito se a bebida quis fazer eu me apaixonar por você de novo, gatão. Agora vem cá, eu quero dormir com o meu namorado. — Mas o engraçado é que ele não moveu um músculo.

— Por que você não para de me olhar assim?

— Tô só olhando, mas poderia estar sentando. Reflita. — Tocou na minha cabeça e depois correu para o quarto, rindo e cambaleando um pouco.

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