— Então... — Jimin começou assim que atendi ao telefone.
— Antes que você continue, me deixe fazer uma pergunta.
— Faça.
— Aonde você está? Qual sua situação?
— Estou no supermercado, sóbrio.
— Ok, obrigado. Pode prosseguir, estou tranquilo agora.
— Certo. Então, como já disse, estou no supermercado, para fazer nossas compras do mês. Mas, amor, está tãooo difícil.
— Você tem uma lista?
— Tenho.
— Sabe ler?
— Sei.
— Então qual é a dificuldade exatamente?
— Para chegar até o corredor de frios, eu preciso passar pelas bebidas. E eu ouvi falar que elas estão na promoção... você me fez prometer só comprar álcool nos finais de semana, mas hoje ainda é terça. — Choramingou.
— Apenas dê a volta pelo corredor.
— Meu corpo não consegue se mexer para os lados, ele só quer ir em frente. Tem certeza que não posso trocar o papel higiênico por vodca?
— Essa troca não é muito justa, Jimin.
— Porque você não vem aqui? Eu estou morrendo por dentro.
— Cadê seu autocontrole, homem?
— Lândio deve ter levado com ele em um de seus passeios. Por favor, se você me ama, faça isso por mim.
— Você é dramático, sabia?
— Eu seria se tivesse me jogado no chão chorando e gritando "me deixe entrar, me deixe entrar".
— Você fez isso, não foi?
— Talvez, mas os seguranças se aproximaram e eu parei.
— Já estou indo.
[...]
Chegando no supermercado próximo a nossa casa, notei uma pequena multidão na entrada do estabelecimento, conhecendo o namorado que tenho, corri para ter certeza de que não era ele no centro daquela multidão.
Mas era.
Eu tento, eu juro que tento. Mas a vida parece gosta de me chacoalhar até ficar tonto, e é exatamente assim que me sinto agora, tonto.
Me enfiei no meio daquelas pessoas, até finalmente estar próximo o bastante para puxar Jimin dali e sair correndo com ele, como se nada tivesse acontecido. O problema é que nunca é tão simples assim quando tem Jimin envolvido. Principalmente quando ele está segurando uma cartolina preta gigante. E em cima de um caixote.
— Jimin — Chamei, puxando sua camisa, o loiro, me vendo ali, sorriu. — O que você tá fazendo aqui, garoto doido?
— Manifestação, não tá vendo? — Colocou o cartaz bem na minha frente.
Em letras garrafais, mas meio garranchudas, como se tivessem sido feitas com pressa, na cor vermelha, estava escrito: "tirem os frios de perto das bebidas"
— Eu deveria ter dito para você ficar parado... por que você é assim? — Resmunguei, mas Jimin continuou balançando o cartaz e gritando.
— É por uma boa causa. Assim, quem sabe, podemos diminuir a quantidade de alcoólatras no mundo.
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Seja meu namorado
MizahOnde Jimin chega em casa um pouco alterado e Jungkook acha engraçado e resolve entrar na brincadeira.