Lauren pov
Naquele dia, o último que eu poderia passar no orfanato, antes de ser expulsa por ter idade suficiente pra se cuidar sozinha. No dia do meu aniversário de 18 anos, assim que abri meus olhos durante a manhã, o medo me consumiu. Já sabia o que iria acontecer, já vi muitos amigos partirem assim. Sem nada, sem esperança, sem alguém.
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.E aqui estou eu, mais um dia sem esperança, mais um dia esperando que a morte me leve. Já pensei tantas vezes em tirar essa vida miserável de mim, mas não tenho coragem. Ainda quero viver, ainda quero ser feliz.
Na noite fria de dezembro, agarrada em meus próprios joelhos em frente ao restaurante de comida francesa, tentava me manter aquecida vendo cada rosto feliz saindo pela porta. Crianças, jovens, adultos e velhos, ninguém notava a minha presença pedindo por ajuda.
abaixei a cabeça e pedi por misericórdia, não aguentava mais sentir fome e frio.
Então, senti dedos gelados no meu ombro e me assustei.- Olá querida, está com fome? quer comer comigo?
Era um senhor, usava um casaco enorme e sorria de forma aconchegante pra mim. Não deveria confiar nele, mas a fome era maior. Levantei lentamente, sendo observada pelo mesmo. E logo atrás dele, havia uma garota olhando com desprezo pra mim.
- Papi, vamos logo! Tenho que encontrar o Shawn, prometi pra ele que iríamos sair hoje.
E ela atravessou a rua, entrando no restaurante. Eu segui o homem, com o coração batendo forte e não consegui passar pela porta. Não era normal alguém como eu entrar ali, já sentia os olhares.
- vamos querida, você não está fazendo nada de errado.
Então ele entrou e eu fui atrás, assim que entrei, senti uma mão me agarrar.
- Ei! você não pode entrar aqui, te vi do outro lado pedindo esmola.
Era o segurança. As pessoas que estavam sentadas olharam para mim, e me senti como um rato. Aquela garota me olhava também, mas logo sua atenção foi desviada pelo celular. Seu pai olhava com desprezo para o segurança.
- EU trouxe ela, então tem o direito sim de comer aqui!
ele falou ríspido.
- Mas senhor, ela não está com roupas apropriadas.
disse mexendo no meu casaco rasgado.
- E desde quando precisa de roupa adequada pra comer??
O homem respondia rapidamente, e pela primeira vez, senti afeto.
-Se ela não for por bem, vou tirar por mal!
E foi me puxando até a porta, todos observavam aquela cena.
- Então eu vou com ela. Acredite, amanhã vocês estarão falidos. Camila, venha logo.
Então o nome dela é Camila. A garota resmungou, mas levantou da cadeira.
E lá fomos nós, os três andando pela rua do centro, até que o homem parou em uma barraquinha que vendia comida tailandesa.- Qual o seu nome?
Ele perguntou, ainda com o sorriso no rosto.
- La-lauren
Era difícil falar com pessoas desconhecidas, ainda mais quando elas me tratavam bem.
- Pode me chamar de Ale. Você tá com frio?
tome.Ele entregou o casaco enorme que usava.
A Camila continuava mexendo no celular, sem desviar os olhos um minuto sequer.- Filha, fale com ela. Vou fazer os pedidos.
E assim o Ale nos deixou sozinhas. Meu coração só faltou sair pela boca, quando os olhos de Camila focaram nos meus.
- Você devia tomar um banho, o seu cheiro me incomoda.
E senti vontade de chorar, como todos os dias. Uma lágrima escapou pelo meu rosto, mas limpei antes de Ale chegar.
- Obrigada.
Senti o gosto do macarrão quentinho descer pela minha garganta, só sabemos o valor da comida quando passamos dias sem sentir o sabor dela.
Ale não parava de trazer comida pra mesa, e eu aproveitei cada pedaço de tudo. Não sabia quando iria ter oportunidade de comer assim.
- Papi, já vou. Olha o Shawn ali.
um garoto saiu de um carro, com sua jaqueta de couro e óculos. Achei estranho porque já era de noite.
- Tenha cuidado.
E ela acenou com a cabeça, em seguida, deu um beijo no garoto e os dois entraram no carro.
Passaram 2 horas, Ale me contava histórias sobre sua vida, como tinha conhecido sua atual esposa e como foram suas viagens pelo mundo.
- E foi assim que eu comprei um jarro de rosas murchas pra ela.
A risada invadiu a rua deserta. Ele olhou pra o relógio e fez uma careta engraçada.
- Já está tarde..
- Eu sei, senhor Ale. Muito obrigado por ter feito essa noite ser a melhor de todas.
eu falei com angústia. Ele tinha sido tão legal comigo.
- Venha cá, querida. Tome esse dinheiro.
Ele me entregou 100 reais, e me deu um abraço.
- Espero que fique bem.
- Obrigada por me dar esperanças de encontrar pessoas boas, Ale.
E então, ele foi andando até o seu carro, entrou e eu continuei sentada.
Mas, em 5 segundos, o homem saiu do carro e veio em minha direção.- Tenho uma proposta pra você.

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Golden
FanficLauren morava na rua desde que saiu do orfanato, passava fome e frio todos os dias. Apenas algumas pessoas já ajudaram a garota, muitas passavam olhando torto e desprezando daquela vida. Até que um dia, um homem de terno se aproximou de Lauren e fez...