Parte 1: Nana neném, que a Cuca vai pegar.
P.O.V Jessie
– ''Acho melhor repassarmos a receita outra vez'' Branca de Neve disse, gentilmente. Então, ela tirou quatro tortas de amora da sua cesta. Branca de Neve não costumava comer a sobremesa antes do jantar, mas, desta vez, ela poderia abrir uma exceção!''. E fim.
– Conta só mais uma... – Pedi, bocejando enquanto sorria.
Brinquei muito hoje, porém, por mais que eu esteja exausta, não dormiria sem antes ouvir uma historinha. Essa em específico, ''Uma Boa Dona de Casa'', a mamãe já leu diversas vezes, e sempre rio com as trapalhadas dos 7 anões!
– Nananinanão! É hora de capotar. – Falou, apertando meu nariz e me deixando corada.
Puxa a cordinha do abajur, permitindo as estrelas de led – agora fracas pelo desgaste – criarem uma pequena ''aura'' de luz. Depois, me deu um ''beijinho de boa noite'' na testa, o que também fiz com ela, na bochecha.
– Eu te amo muito, minha ''princesinha das flores''. – Disse com um sorriso sereno, fechando a porta logo em seguida.
– Eu também... – Cochichei, mesmo sabendo que não teria me ouvido.
Olhei para cima, séria, abraçando o meu cachorrinho de pelúcia: Nino. Ele é muito macio e contém traços fofos, dignos de um personagem ''kawaii''.
Kawaii... Aprendi essa e outras palavras do dialeto japonês antes de me mudar para cá.
Nós morávamos em Luxemburgo. Foi então que, em 2010, o Colt (meu irmão mais velho) se candidatou num concurso e conseguiu uma bolsa para uma faculdade aqui do Japão.
Eu era novinha demais na época, tinha uns 5 anos de idade; até que me lembro de algumas coisas ''soltas'', como ouvi-lo tocando flauta, mas nada muito específico: a mamãe não deixava nós ficarmos sozinhos por tempo demais, pois dizia que o menino tinha surtos de uma doença rara (da qual que nunca decorei o nome). Ele nunca se pronunciou quanto a isso, só que, de vez em quando, visitava um médico que receitava alguns comprimidos para ele.
Ficamos muito preocupadas em pensar que um menino criado debaixo das nossas ''asas'' teria que se virar sozinho dali em diante. Contudo, aceitamos, e em troca recebemos muitos cartões postais e cartinhas com sua ''assinatura-de-artista-chique''. Fazia um enorme relato de como as coisas estavam sendo por lá, e até nos mandava presentes de vez em quando: brinquedos para mim, perfumes para a nossa mãe. Na etiqueta de cada presente, deixava claro: ''Não se preocupem, faltam apenas 3 anos. 2 anos. 1 ano. 3 meses...''
Daí chegou o final dos seus estudos. Março, aquela enorme tensão do que chamava de ''TCC''. O estudante já sabia que nós assistiríamos, só que arranjamos uma surpresinha amais: a mudança para o país que o mesmo tanto elogiava. Para mim, foi um peso ter de pensar que me separaria dos meus amigos... '' Jean do chifre'', ''Lusquinha do vei'', ''As mais de 5 Anas''... Fui iludida por bastante tempo, imaginando as maravilhas que poderiam ser proporcionadas por este lugar, afim eliminarem as minhas saudades.
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A Trançada de Pano (Brawl Stars)
FanfictionA cada vez que repito essa história, um novo ponto de vista surge em minha mente, questionando se, afinal, eu quem fui o antagonista. Recordo-me totalmente de como essa garota era aos 9 anos de idade (período inesquecível no qual pude vê-la, ou revê...