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Okay, meu mundo caiu ali mesmo, minha mãe tinha outra família? Eu era a bastarda?

— Como assim? — Encarei o homem com o olhar mais aterrorizante que poderia existir

— Acho que já está tarde. — Vó Lau tenta intervir na conversa

— Não Vó! Eu quero saber! — Cruzo os braços e encaro minha "mãe" — Que história é essa?

— Julia, não é hora pra chilique! — Priscila coloca a mão no rosto em sinal de indignação

— Agora entendi por que nunca me ligou na Páscoa, nem no natal e muito menos no meu aniversário — Dei um sorriso sarcástico — E você vó! — Encaro vó Lau com todo desgosto — sabia e nunca me contou! — Vou em direção as escadas e empurro minha mãe com o ombro — Vou na casa do Victor!

— Nem pensar dona Julia, você ficou lá a semana inteira? — Vó Lau tenta me impedir

— Quem é Victor? — Minha mãe/Priscila me puxa pelo braço

— Chegou agora e quer saber da minha vida? Você não é a minha mãe, você nunca vai ser a minha mãe! — puxo meu braço, que fica marcado por conta de suas enormes unhas que me apertavam.

Chego em meu quarto e fecho a porta com tudo, as lágrimas rolavam pelo meu rosto como uma torneira aberta, eu sempre soube que havia algo errado comigo, mas que eu era a filha bastarda? Isso nunca passou pela minha cabeça.
Sem pensar duas vezes, pego meu celular e ligo para Victor, em meio aos prantos.

— Alô? Victor? Pelo amor de Deus — Minhas lágrimas só aumentavam — Tem como você me buscar? Sim? O mais rápido possível, por favor meu amor. — Desligo o telefone e vou arrumar minha mochila

Pretendia passar alguns dias com ele, não queria ver a cara de ninguém na minha casa por um bom tempo.
Coloquei tudo que precisava em uma bolsa e fui até o quarto de meus avós. Vô Du estava deitado, dormindo.

— Eu amo muito o senhor! — Dei um beijo em sua testa e não consegui conter minhas lágrimas.

— Julia? — Droga, eu o acordei, o mesmo me olha e sorri — Eu também te amo!

Escuto a voz de Victor no andar de baixo.

— Tchau vô, eu volto logo pra passar o resto da vida grudada em você! — Seco minhas lágrimas e dou outro beijo em sua testa

— Volta, o vô te ama muito! — Ele beija minha testa e saio do quarto.

×
— Oi dona Lauanda, a Julia ta ai? — Ouço a voz de Victor preocupado.

— Oi amor, eu to aqui sim! Vamos? — Corro escada a baixo e ele pega minha mochila e beija minha bochecha.

— Quem é esse Victor? — Priscila aparece da cozinha e meu sangue ferve

— Eu já disse, não interessa — Vou dando as costas — Vó, eu não sei quando volto! Não deixa essa víbora fazer nada para o meu avô!

— Julia, por favor, fica e vamos resolver isso tudo. — Vó Lau estava desesperada.

— Gente, o que ta acontecendo? — Victor estava cada vez mais perdido na história.

— Nada demais! Só vamos sair daqui, por favor! — Falo e o puxo para fora, batendo a porta atrás de mim.

×
— Julia, agora você pode me dizer pelo amor de Deus o que ta acontecendo? — Vitão fecha a porta do carro e me encara 

— Aquela é a minha mãe Victor! — Meus olhos enchem de água — Ela tem uma família nova, e o marido dela nem sabia da minha existência, ela abandonou eu e meu pai pra viver a vida dela, Vó Lau que me criou, ela nunca nem me deu parabéns, eu sempre enviei cartas pra ela, ligava e nunca era atendida, sabe porque? Por que eu fui o erro que ela cometeu na adolescencia. — Caio no choro novamente e Victor apenas mr abraça.

— Julia, ei olha pra mim! — Ele me faz o olhar — Você tem uma família perfeita, avós que te amam, um pai muito gente boa, e agora tem eu! — Ele sorri — Ela não merece fazer parte da sua vida agora! Pode ficar na minha casa o quanto quiser!

— Obrigada! Eu te amo muito! — Dou um selinho nele, que retribui com um beijo quente e safado. — Sem safadeza, eu to triste — Brinco.

— Ah. — Ele faz um bico e ri

Chegamos na casa do Victor, onde Juan e Felipe tentavam fazer o jantar.

— Credo, que cheirao de queimado é esse? — Victor já entra em casa reclamando

— É o jantar, por favor respeite! — Juan brinca

— Oi Ju! — Felipe me abraça — É verdade os boatos que você mora aqui agora?

— Que boatos? — Ri — Mas não deixa de ser verdade, fico mais aqui do que em casa!

— Mora mais aqui do que eu! — Victor ri e me puxa para perto dele, onde me abraça e fica beijando minha nuca.

— Poderiamos chamar a Maxine e a Day né? — Faço a sugestão

— Verdade! — Victor pula da banqueta que estava sentado — Eu chamo!

×

— Oi amadas! — Abraço Maxine e logo depois Day.

— Puts, que fome heim! — Day brinca e senta na mesa ao lado de Juan

— Eu to comendo por dois, então eu mereço dois pratos! — Max brinca

— Verdade, Max ta comendo em dobro — Victor a abraça — E ai meu anjo, já falou com a tua mãe?

— Não, to sem coragem ainda! — Max fica séria

— Se precisar de ajuda... — Day pega em sua mão

— Eu tive uma ideia! — Um sorriso surge no rosto de Max — E se você e a Julia forem na minha casa e contarem junto comigo!

— Vamos sim! — Topei na hora, mas na minha cabeça fiquei pensando se apanharia junto com a Maxine

— Okay, vamos hoje e amanhã de manhã a gente conta! — Um sorriso abre em seu rostinho cheio de sardas

— A comida ta pronta gentalhada! — Juan brinca — Felipe vai pegar os pratos e Day os talheres, Victor pega a toalha pra mesa e Julia os copos!

— Minha nossa senhora, se o mestre da cozinha falou ta falado! — Victor brinca.

×

— Pelo cheiro eu não dava nada pra essa comida! — Victor ri — Ta muito bom, parabéns!

— verdade, eu e meu bebê amamos! — Max ri

— Eu também, agora você virou o cozinheiro da casa. — Brinco

— Nossa, verdade! — Felipe ri — Juan por favor, vire nosso cozinheiro.

— Pode ser, mas só se eu não precisar lavar a louça! — Juan brinca

— Pode pá! — Victor ri.

A noite passou muito rápida, depois de comer Eu, Victor e Day cuidamos da louça e Maxine com o Felipe ajeitaram a cozinha, enquanto o Juan ficou só olhando.

×
— Tchau amor! — Victor nos deixou na porta da casa de Maxine — Dorme com Deus, com os anjos, com os anjinhos e com todo mundo lá do céu!

— Ai que fofura, você nunca disse isso! — O abraço

— Eu falava para minha mãe quando era menor! — Ele sorri — Mas não conta pra ninguém!

— Pode deixar! — Sorri — te amo!

— Te amo também! — Victor me abraça forte — Me manda mensagem pra te buscar, precisamos ver do teu vestido né princesa!

— Verdade, eu mando mensagem meu amor! — O dou um selinho

×
Encarei aquela enorme mansão e antes de entrar pensei "seja o que Deus quiser"

Possessive• VitãoOnde histórias criam vida. Descubra agora