[ONESHOT] Dias de Chuva ❴☁❵ Krysley.

Dias de Chuva

Krystian e eu costumávamos sair nos dias chuvosos.
Nós corriamos atrás um do outro.
Brincávamos de pular as poças d'água.

Sempre juntos, mais juntos do que tínhamos noção.

Um certo dia começou a chover. Era por volta das 16:40 da tarde. Krystian morava na casa a frente e logo veio correndo me chamar para brincarmos.

Minha mãe e a família de Krystian não se davam muito bem. E foi minha mãe que atendeu a porta.

- Boa tarde senhora May. O Bailey pode sair para brincar um pouco comigo? - Krystian perguntou gentilmente, como sempre.

- Krystian, eu já disse que não quero você perto do meu filho. - Minha mãe respondeu.

- Eu sei, mas nossa amizade é maior que os desentendimentos que você e minha família têm. - Ele falou calmo.

- O Bailey está doente graças a chuva que vocês levaram dois dias atrás. Infelizmente ele não vai poder ir. Vá pra casa, Krystian. Está ficando tarde e é perigoso uma criança ficar sozinha na rua essas horas. - Minha mãe falou.

- Tudo bem, Senhora. Vou respeitar sua decisão. Até mais! - Krystian disse e então partiu.

Naquele mesmo dia eu chorei, trancado em meu quarto, por minha mãe ter mentido e não me deixado ir brincar com Krystian. Mal sabia eu que minutos depois eu iria chorar por um motivo pior.

O telefone fixo tocou. Tocou e tocou de novo. Até minha mãe finalmente atender. Era o pai de Krystian.

Minutos depois minha mãe subiu as escadas gritando meu nome.

- Bailey, meu filho. Que bom que você não me desobedeceu hoje. Eu estou muito feliz. - Ela dizia enquanto me abraçava e despencava em lágrimas.

- O que aconteceu, mamãe? - Perguntei inocente.

- O senhor Wang ligou dizendo que um menino foi atropelado nas proximidades. Ele pediu para conferir se você realmente estava em casa, já que você costumava fugir para brincar com o Krystian. - Ela disse.

Logo após isso, a campainha tocou. Ele desceu e eu fui junto. Quando ela abriu, se deparou com a senhora Wang. A mãe de Krystian.

Ela estava chorando descontroladamente. Logo deu a notícia de que o garoto que fora atropelado havia sido Krystian, e disse que estava feliz por eu ter sido obediente. Depois disso ela foi em direção ao carro da família. Eles iriam ver Krystian no hospital.

No momento que ela falou que Krystian havia sido atropelado, eu paralisei. Não escutei mais nada ao meu redor. Tudo estava rodando em câmera lenta. Antes de desmaiar, olhei pra minha mãe e perguntei "por que?".

[...]

Horas depois eu acordei. Estava deitado em uma cama de hospital. Minha mãe estava com a cabeça baixa, próxima a mim. Eu a olhei por alguns segundos. Ela não havia percebido que eu tinha acordado.

Minha cabeça doía e meu corpo também. Quando virei a cabeça pro outro lado, me deparei com os brilhantes olhos que tanto estava acostumado a ver. Os olhos de Krystian.

- Finalmente acordou, Bai. - Ele disse com sua voz calma de sempre e me deu um sorriso.

- Que bom que você está bem, Krys. Seus olhos continuam brilhantes como sempre. Por isso acho que você está bem. - digo e escuto uma risada do meu lado. Era minha mãe.

- Que bom que vocês dois estão bem. Assim vocês poderão brincar juntos novamente em breve. Mas dessa vez com a supervisão de um adulto, tudo bem?! Chega de sustos. - Minha mãe falou.

- Tudo bem, Mamãe. - Falei e voltei meu olhar para Krystian. - Desde que eu esteja com Krystian, minha felicidade será certa.