Bakugou estava terminando de vestir seu uniforme enquanto o ruivo voltava para o quarto, ainda insistindo no mesmo assunto. O loiro já estava farto de aturar a preocupação exagerada do marido, mesmo que ele tenha saído de uma pequena intervenção cirúrgica a pouco tempo ele já se sentia melhor e não precisava aguentar essa pressão vinda do outro.
Kirishima apenas se encontrava aflito com a condição do marido, ainda mais pelo mesmo sempre ser inconsequente quando entra em ação, colocando a efetividade das missões muitas vezes acima da sua própria integridade. Aquilo ele poderia compreender, sendo que também era um herói, mas sabia que quando se tratava de Katsuki, ele sempre extrapolava os próprios limites e nunca admitia que os possuía, afinal.
- Você já tomou os remédios que o médico deixou? Seus pontos mal foram retirados e você já vai voltar pra patrulha na área D? Você sabe que lá sempre tem muitos conflitos! – Eijirou exclamava irritado, já sem qualquer paciência para lidar com a teimosia do outro que apenas rosnava com a dor de cabeça que o acometia com as perguntas incansáveis do ruivo para consigo.
- Ta bom, caralho. Eu já tomei toda aquela merda e agora estou indo trabalhar. Será que dá pra você calar a boca um pouco, porra? Eu não aguento mais ouvir a merda da sua voz – Bakugou berra sem qualquer pesar, olhando para o ruivo com a respiração ofegante. Seu peito subia e descia rapidamente com a raiva que o acometia, mas ainda assim o olhar magoado do ruivo o machucou de uma forma que fazia com que o arrependimento batesse na porta logo em seguida.
- Tudo bem, então. Me desculpe. Bom trabalho – Eijirou declara se dando por vencido e saindo do quarto antes que o loiro tivesse a chance de se aproximar para pedir perdão. O ruivo se vai rapidamente para o banheiro e se tranca por lá, deixando suas lágrimas surgirem apenas quando já estava longe das vistas do marido.
Bakugou se sentia culpado, mas seu estresse falou mais alto e ele sai de casa batendo a porta com uma força considerável, torcendo para que seu dia não ficasse ainda pior. Ele odiava brigar com Kirishima e ainda mais quando suas palavras saiam de sua boca de forma automática. Sua raiva ainda estava fresca, portanto, não se deu o trabalho de dizer algo para o marido antes de correr para sua patrulha que o aguardava há dias.
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Para uma quarta feira chuvosa, os vilões estavam mesmo muito focados em causar o caos. Bakugou estava enfrentando dois homens que aparentavam ser gêmeos, suas individualidades envolviam pirotecnia assim como ele. Um deles criava um líquido fervente e inflamável enquanto o outro era capaz de cuspir fogo. Ambos se completavam utilizando suas quirks para fazer baderna na cidade e o loiro não admitiria isso no seu turno.
- Beleza seus filhos da puta, querem ver quem explode mais? Então observem – Ele diz correndo para ataca-los. A luta se estende por minutos e Katsuki sente seu abdômen doer pela força que empregava com seus golpes. Sua cirurgia recente o incomodava e ele sabia que Kirishima estava certo ao dizer que ele deveria evitar conflitos muito grandes.
Quando o reforço finalmente chegou, tudo aconteceu muito rápido. O irmão que criava liquido inflamável foi capaz de se aproximar demais e o loiro aproveita para apertar seu pescoço com uma das mãos. Com a outra ele estende o braço para achar o segundo irmão e lançar uma explosão em sua direção, mas isso vai totalmente por água a baixo quando o que se debatia em sua mão consegue acertar um chute em suas costelas, bem em cima do ferimento que havia cicatrizado superficialmente até o momento. Ele cai no chão segurando a barriga e olha para cima com raiva quando o rapaz puxa seu cabelo, arrancando os protetores auriculares que ele utilizava para evitar danos à sua audição.
- Agora você vai ver, Ground Zero – O homem sibila em seu ouvido e o outro irmão finalmente aparece, soltando pequenas chamas pela boca junto com um assobio, como se debochasse do herói com divertimento.
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Pain Of Silence || KiriBaku
FanfictionBakugou não queria ter saído de casa após uma briga com seu marido, Kirishima. Quando acaba lidando com problemas maiores do que imaginava, ele acaba tendo a certeza de que não deveria ter deixado o conflito pessoal para ser resolvido depois...