Prólogo

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Ando pela orla de Angra dos Reis, me sento de frente para o mar sem enxergar a beleza que tanto amo

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Ando pela orla de Angra dos Reis, me sento de frente para o mar sem enxergar a beleza que tanto amo. Venho aqui desde que me entendo por gente, meu avô me levou para conhecer cada pedacinho desse paraíso. Passeios de barco, mergulhos ou até mesmo sentar na beirada da água, sempre tiveram o dom de me acalmar. Porém dessa vez nada tem esse poder!

Minha vida tem sido uma imensa bagunça. Sentimentos avassaladores possuíram meu corpo e minha mente, fazendo com que eu deixasse de ser eu mesma, me mudando para encaixar na vida de outra pessoa... na vida dele. Me deixei virar um segredo, passei a ansiar pelas migalhas que recebia dele... eu o deixei se tornar o rei da minha história e fui me machucando nesse processo.

Vicente Reed sempre foi meu... meu melhor amigo, meu parceiro nos jogos, meu maior incentivador, aquele que olhava embaixo da cama para ver se o bicho papão estava a minha espera. Foi meu protetor mesmo não precisando, meu maior fã, meu primeiro amor e agora se tornou meu pior inimigo. Sempre foi meu de alguma maneira, mas essa última é que me deixa completamente sem chão.

Não sei dizer quando meus sentimentos mudaram, acho que sempre o amei e esse amor foi mudando de fase conforme fui crescendo. Nós éramos inseparáveis, chegando ao ponto dos nossos pais usarem isso em favor deles, nos colocando de castigo sem poder ver um ao outro. Quando comecei a fazer pequenos eventos, testando a minha loucura por games, ele foi o primeiro a me incentivar e a investir nos meus planos.

Sorrio ao lembrar...

Ele me deu sua mesada e a do Valentin, para que eu pudesse fazer a minha primeira festinha. Varou noites me ajudando a fazer a decoração... éramos tão unidos e tão novos...

Como tudo pode acabar assim? Como duas pessoas que sempre se amaram podem virar dois estranhos? Pois é o que somos agora... dois completos estranhos e isso machuca tanto.

Fecho meus olhos e ainda posso sentir sua boca na minha, suas mãos passeando pelo meu corpo, seus gemidos em meu ouvido, suas juras e pedidos de desculpas, seu sorriso e seu olhar penetrante, sua possessividade, mas acima de tudo... seu medo. Um medo avassalador como se estivesse prestes a perder seu tudo, seu motivo de viver, só não consegui entender o porquê!

Fiz uma coisa que marcará para sempre minha vida, pois se enraizou na minha cabeça e desde então estou vivendo nessa lembrança e me amaldiçoando por ter feito isso. A culpa corrói, pois nunca fui assim, nunca fui vingativa ao ponto de brincar com a vida dos outros. E essa culpa só aumenta quando lembro das juras de amor, da devoção em seu pedido de perdão.

Me entreguei a ele... ele teve tudo meu, do meu amor ao ódio... do meu corpo a minha mente... um amor de infância que migrou para a fase adulta e bagunçou tudo. Me tirou do prumo, me tornou uma sombra do que eu sempre fui. Deixei de ser um furacão para me tornar uma brisa ao entardecer. E quem me fez ver isso foi a minha mãe.

Lila Vidal, é e sem pre será minha heroína dos contos de fadas. Não a donzela em perigo, mas aquela que pega o príncipe encantado pelo colarinho e diz que ela não precisa dele para matar o dragão. Que ela é capaz de se salvar, que não precisa de um salvador e sim de um companheiro que vá entregar a espada para que ela mate o dragão.

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