Introdução

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Num dia de inverno, Tsukuyomi, o Deus da lua desceu á terra, tinha encontrando um lugar encantador aos seus olhos, um pequeno vilarejo em Gokoyama, escondido entre os Alpes japoneses, as casas de madeira cobriam-se de um manto branco de neve, e com suas iluminações rústicas pareciam casas de brincar em tamanho real.

Aquele Deus, caminhava sobre a neve, deixando pegadas por onde passava, o vento que batia em seu rosto era-lhe indiferente,mas aquela bonita paisagem tinha-o apaixonado.

Tocou num ramo de uma árvore e neve ali acomulada caiu junto dos seus pés, nos seus lábios um sorriso enviusado apareceu.

Agachou-se e tocou a neve, sentiu ela derreter lentamente eu sua mão.

_ Você quer brincar na neve?_ Num ligerio sobressalto aquele Deus se levantou e visualizou um jovem , sua mãos embaladas em luvas carregavam um pequeno boneco de neve.

_ Foi você que o fez? _ O Deus da Lua perguntou curioso, controlando o impulso de tocar aquele bonequinho feito de neve.

_Fui... é tão fácil, vai-me dizer que nunca fez algum? _ Os olhos verdes do rapaz pareciam ainda mais curiosos.

_ Não...

_ Você é estranho.... por acaso é algum Deus? _ O jovem tinha cabelos loiros, ainda que os escondesse por um gorro feio de lã.

_ Eu me pareço com um? _ Tinha alguma insegurança na voz do Deus da Lua, no Reino Celestial uma das principais regras era que se algum Deus descesse á terra nunca devia revelar sua verdadeira idêntidade.

_ Na verdade... Sim... _ O rapaz começou a andar ao seu redor. _ Tem uma aparência jovem mas seus cabelos são brancos, suas vestes são estranhas e tem algo na sua aura que emana poder... Seria... O Deus da Neve?

_Mas, existe algum Deus da Neve? _ O Deus da Lua teve vontade de rir e o rapaz que deveria ter uns vinte e poucos anos encolheu os ombros.

_Não sei... Se for outro Deus não me importa, apenas quero pedir algo a um Deus não importa qual! _ O Deus da Lua silenciou-se, seus olhos azuis recairam no rapaz.

_O que precisas deve ser muito importante para precisares de um Deus...

_ É sim.... Mas não lhe vou contar, afinal você não é um Deus. _ O rapaz que ainda segurava o pequeno boneco de neve pousou-o junto de um tronco de árvore.

_ Tens razão.... Apenas queria apanhar um pouco do ar noturno, a paisagem aqui é bonita, onde moro._ O Deus da Lua se engasgou entre as palavras.

_Não tem uma paisagem tão bonita? Bom.... porque não vem comigo, mostro-lhe um sitio ainda mais bonito.

Sabia que não devia se envolver demais com aquele rapaz, mas assim que entreabriu os lábios sabia que as palavras que lhe sairam da boca eram diferentes do seu raciocinio.

Caminharam pela neve até junto de um rio, os ramos dos salgadeiros pareciam estar cristalizados, a água refletia o brilho do luar.

_Não é bonito? A Lua está cheia, sem ela as estrelas não teriam o mesmo brilho. _ Os olhos verdes do rapaz também pareciam refletir o luar.

_ Gostas da lua? _ Tsukuyomi, o Deus da Lua perguntou com a voz serena e indecifrável.

_Eu gosto, todas as noites me perco observando a lua, como se ela se pudesse tornar a minha amante. _ Sem que apercebesse os olhos azuis daquele Deus repousavam com meiguice no rapaz. _ Mas... isso não importa, qual o teu nome?

Essa pergunta desarmou por completo aquele Deus.

_E... se eu não tiver nome? _ Sua resposta fez o rapaz se rir.

_Então eu te darei um nome, Yuki, parece que combina contigo.

_ Porque me pareço com o Deus na Neve, ou algo assim? _ Agora era aquele Deus quem queria rir.

_Sim... e não só, seus cabelos são brancos como a neve.

Parecia que seus cabelos eram algo incomum e aquele jovem era demasiado perspicaz, talvez não demorasse a perceber que ele era realmente um Deus, o melhor era se despedir.

_Eu vou ter que ir... Não me leves a mal, tenho um compromisso. _ Não era seu hábito mentir, muito mais queria ir embora, mas ser um Deus não tinha sido um destino que escolheu ainda assim tentava cumprir sua missão.

_ Não quer saber o meu nome antes de ir embora?_ O rapaz balançou o corpo e Tsukuyomi que já tinha dado alguns passos parou de andar para seus olhos se encontrarem com os do rapaz. _ Chamo-me Akihito, da próxima vez vamos ver a lua com mais calma?

_ Está combinado, Akihito._ O Deus que tinha acabado de receber um nome sorriu-lhe terno. _ Até uma próxima.

_ Está prometido, não te esqueças da tua promessa!

O Deus da Lua nunca se esqueceu daquela promessa, mesmo que não gostasse tanto da Lua como aquele rapaz, voltaria para o encontrar.

Contudo esse reencontro levou vinte anos.....


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