Penejo

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A hora em que o mundo se cala, é tempo da voz do pensamento, de prosa

tão logo penejo, o papel ofício me cerca, me arranca a caneta e me joga no leito, de volta na roda

gira e gira, gira e volta, de volta

cega a boca que é de tinta, cala os olhos de mola

e se o tempo virar, virei, e na noite que ainda virá, direi que também virarei, e se há de o tempo parar, o terei

De Ana a Helena, e um morto que vaga sem vida, viva!

penejo, deslizo, mas me valho quando bato com as pontas dos dedos

aguardo, do calo, o orgulho, o respeito

por hora, tentando e sonhando me deito 

E gira, e gira, devolva-me ao menos um terço da hora

e o tempo roendo, vencendo e comendo o agora 

e de novo no silêncio, consigo encontrar o pensamento 

e tão logo, com pressa, em prosa e poema, me lendo, me perco.

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⏰ Última atualização: Jan 21, 2020 ⏰

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