2 - MACTO e pacto

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I

Todos tomaram café da manhã rapidamente e se retiraram a um canto da fazenda para refletir. Estavam confusos ainda. Alguns deles nem ao menos conseguiam pensar, pois tudo parecia muito surreal.

Hiroshi parecia o mais descentrado, até pela sua idade. Não conseguia focar suas ideias em nada, então passou a pensar no que fazer quando pudessem chegar aos outros mundos, porque para ele, chegariam lá certamente. Pensava no que poderiam mudar; o que poderiam fazer de bom às suas famílias e à todas as pessoas do Universo.

James foi se encontrar com seu bisavô, como já haviam combinado. Brod pedira para que contasse sobre como fora o encontro com os seus outros bisnetos. Shawdoun estava com medo do que falaria ao seu bisavô, mas sabia que não deveria contar nada sobre sua teoria e as habilidades dos outros.

O desenrolar da conversa agradou muito o garoto. James sabia que quanto menos a fundo fosse o avô na conversa que os garotos tiveram, menos chance teria de entregar os primos. Assim terminaram a conversa próximo do horário do almoço.

– Bem Biso, preciso ir agora. Já está quase na hora do almoço.

– Sim James. Também preciso ir.

Os dois caminharam juntos por boa parte do percurso, até James se desviar da sala de jantar, onde seria o almoço, para dar uma rápida passada em sua casa. Ao chegar, Martha perguntou como fora a conversa com Brod. O menino lhe disse que nada de errado havia acontecido e que o bisavô gostara muito daquele encontro.

O almoço começara. Fora servida uma comida muito especial ainda em comemoração ao dia anterior. Havia vários pratos espalhados pela mesa da sala de jantar, mesa essa que devia medir uns vinte metros. Parecia exagerada, só não o era quando havia uma reunião grande como aquela. Comumente as pessoas comiam em horários diferentes e, muitas das vezes, em lugares diferentes na fazenda.

Como sempre, nas refeições, Hiroshi desatou a falar e muito alto. Muitos ficavam irritados com aquela vozinha aguda que não cessava um minuto sequer. Sua irmã Susana já estava acostumada com aquilo e os pais dele também; alguns de seus dizeres faziam muito sentido.

– Muitas vezes, pensamos que a vida é um simples viver sem nada a responder. Imagino que a vida nada mais é do que um presente que deve ser aproveitado da melhor maneira. Quem faz dele mau uso, mesmo que lhe traga algum prazer, pagará caro algum dia por isso.

Muitos dos que estavam na mesa, depois do que o garoto disse, se entreolharam, como se incriminassem um ao outro por não estarem aproveitando a vida que tinham. Brod e Catarine foram os únicos que pareciam satisfeitos com suas próprias atitudes. James ficou procurando sentido nas palavras de Hiroshi e pensando em como teorizar o que acabara de ouvir.

O almoço acabou por volta de uma e meia da tarde. Os garotos foram descansar e se preparar para o encontro. Antes de irem se encontrar com os primos, todos leram anotações, em papéis ou aparelhos, que pudessem auxiliá-los nas ideias que tinham a propor. James era o mais preocupado e o que tinha mais anotações também.

Às duas da tarde estavam todos no lugar combinado, atrás do quarto de Brod, para mais um encontro que batizaram de Reunião em família.

– Muito bem, primos e primas – disse James num tom muito feliz –, sabemos dos nossos dons e uma possível maneira de ajudar as pessoas em seus problemas com a teoria que propus. Todas as pessoas, sem exceção alguma, têm dons, mas tenho certeza que somos diferentes. Agora nos resta decidir o que faremos com eles. Se nos omitiremos ou agiremos.

– Certo. Mas por onde começaremos? – Perguntou Michael Tompson – Temos obrigações com a escola.

– Certo Michael. Mas não podemos ficar parados, tendo em vista o que acontece no mundo atualmente. Fome, miséria, etc.

L.I.A.S.: A Teoria dos MundosWhere stories live. Discover now