O primeiro dia na casa

38 7 2
                                    

Odeio ele. Odeio com todas as minhas forças!

Ele parece que é a minha sombra. A minha vida toda eu tenho fugido dessa coisa horrorosa, mas vejo que não adiantou, e parece que o destino não colabora muito comigo pois agora ele está bem ali, de frente pra mim com o seu famoso sorriso debochado.

— Sophia! — uma voz feminina ecoa pela sala. E então a tia Rosângela Prince interrompe aquele momento. Eu dou graças a Deus por isso. E claro, agradeço a ela mentalmente.

A mesma sorria como ninguém. Estava com tanta saudade dela.

Retribuo da mesma maneira enquanto ela vem em minha direção, me dando um abraço confortante.

— senti tanto a sua falta! Você cresceu bastante, está ainda mais linda — ela diz e se afasta para me olhar. Minhas bochechas ficam vermelhas pelo comentário.

— obrigada, estou muito bem. Você também está muito bonita. Como vai a senhora? — pergunto só por curiosidade.

— estou ótima querida! — apesar do péssimo trânsito aqui da cidade eu estou bem sim, eu, Tony e Dylan sentimos muitas saudades de você Soph — afirma enquanto olha para Dylan ao seu lado.

— Fale por si só — ele resmunga enquanto revira os olhos e cruza os braços.

— Dylan! — Tia Prince o-repreende, mas ele dá de ombros. A mesma me fita dando um sorriso forçado — me desculpe por isso Sophia.

— Não tem com o que se desculpar, afinal, isso já era de se esperar tia, você sabe ne — digo e rolo os olhos disfarçadamente, e Dylan faz o mesmo, parecia entediado com aquela conversa, eu também estava na mesma situação.

— Sim sei, mas, vamos esquecer os problemas e comer algo na cozinha, sua mãe e eu preparamos um belo jantar para esse dia maravilhoso. Vem, vamos.

Ela me puxa levemente pelo braço e ainda diz:

— vamos Dylan.

E o-puxa também, contra a sua vontade.

Assim que chegamos na cozinha fico surpresa em ver todos os meus familiares ali, na verdade quase todos; o meu tio Roger; a minha tia Marcelina; o amigo do meu pai e da minha mãe; o tio Tony Prince e por último minha mãe e outra amiga da minha mãe, a tia Stella. Sorrio na direção de todos apesar de não gostar da casa toda cheia.

— Sophia!, que bom que você apareceu, sente-se para comer a deliciosa macarronada que eu fiz — Tia Marcelina fala assim que me vê.

Atendo ao seu pedido e os outros logo se sentam à mesa conosco. Começo a comer a deliciosa macarronada. Fazia um tempo que eu não comia isso.

— uau tia Marcelina, a sua macarronada está deliciosa — comento e ela sorri agradecida.

— Obrigado Sophia, me sinto honrada — ela diz.

Eu continuo comendo.

— Como andam as coisas em Pescara? — pergunto a Tony.

— muito bem, mas sem você lá não é a mesma coisa, sentimos saudades de você Sophia. Pena que nós vamos nos afastar por mais tempo — afirma.

— como assim? Vocês já vão embora? — minha mãe pergunta lendo os meus pensamentos.

— Sim, infelizmente, compramos passagens para ir à Ontário, vamos começar a trabalhar lá por um bom tempo, e se não se importam nós vamos deixar o Dylan passar um tempo aqui na sua casa Agnes — ele diz à minha mãe. Arqueio as sobrancelhas e logo fico indignada com suas palavras.

Opostos - Entregues a PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora