"Eu comia o meu ex-namorado, sabia?"

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Depois de uma breve discussão sobre qual filme eles iriam assistir, realmente assistir, daquela vez não era uma desculpa para segundas intenções e um Eduardo ainda estava descontente por ter sido obrigado a comprar Coca-Cola normal por Ell. A mulher pegou o controle remoto para iniciar o filme.

Foi bastante chato no começo, era uma daquelas comédias românticas excessivamente bonitinhas que faziam ela revirar os olhos agressivamente, mas uma cena específica chamou sua atenção.

Quando o casal principal decidiu que queria agitar um pouco a vida sexual e a protagonista falou que tinha uma surpresa para a noite. Na próxima cena ela apareceu no quarto com uma cinta peniana e aquilo assustou bastante o par dela. Enquanto uma discussão entediante começou no filme, Ell lembrou de algo que fez ela sorrir e riu pensando em como estava tudo errado. Aquilo chamou a atenção do homem com quem dividia o sofá:

— Você acha isso engraçado? — Ele perguntou desacreditado.

— Não é isso. — Balançou a cabeça negativamente algumas vezes. — É que eu me lembrei de uma coisa.

— O que?

Eu comia o meu ex-namorado, sabia?

Eduardo engasgou com o próprio refrigerante e naquele momento Ell lembrou que provavelmente nunca tinha falado com ele antes sobre isso. A reação foi bastante divertida e esse foi o principal incentivo para que continuasse a falar:

— Na verdade, eu tenho quase certeza que ele gostava mais de dar pra mim do que me foder. — Soltou um riso, enquanto desfrutava da sua Coca-Cola e recebia um olhar ligeiramente chocado do seu atual namorado do outro lado do sofá. — O que foi?

Por que você tá me falando isso?

Ela deu os ombros despreocupadamente, definitivamente parando de prestar atenção no filme que passava na televisão.

— Você comentou outro dia que tinha curiosidade, quando a gente tinha bebido. — A inglesa sorriu maliciosamente, depois estreitando os olhos e bebendo um gole do refrigerante em lata. — E eu tenho experiência nisso, se tu realmente quiser tentar eu posso pegar o cintaralho mofando lá em casa.

Quando Eduardo demorou demais para dar uma resposta Ell achou que ele apenas seria grosseiro e iria lhe ignorar, mas felizmente estava errada:

— Você realmente faria isso...?

Deu um olhar interessado ao latino, que tinha falado aquilo tentando soar casual e falhando miseravelmente. Ell apenas achou muito bonitinho, só não sabia do que ele exatamente estava com medo. Essa era a tal masculinidade frágil?

Se aproximou de Eduardo com um sorrisinho cheio de segundas intenções e colocou uma mão sobre a perna dele. Agora, mais perto, a diferença de altura ficava mais evidente, já que Ell era umas boas três polegadas mais alta que o homem.

— Ora, claro que eu faço. — Ele olhou na sua direção, corado. Era fofo. A inglesa sorriu de um jeito mais compreensivo, tentando deixá-lo mais confortável. Não imaginava que um cara como ele, que tinha aquele complexo de superioridade, realmente estivesse disposto a experimentar inversão de papéis. — Mas eu preciso saber se você tá bem em fazer isso.

Ele não pareceu gostar muita da sua preocupação e respondeu com aquela falsa confiança que Ell já conseguia ler perfeitamente:

— Claro que sim, eu aposto que nem deve ser grande coisa.

— Hm, então qual tamanho eu escolho para você?

Eduardo lhe encarou de um jeito que quase parecia estar realmente com medo e o murmúrio dele em espanhol "¿tamaño?" confirmava essa impressão. Não pode segurar o riso e o homem respondeu isso de um jeito irritado, tirando a sua mão da perna dele e se afastando enquanto lhe xingava na língua mãe.

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