Capítulo Um.

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Ele se perguntava se não haveria verão nesse ano. O céu sempre estava nublado, despejando uma chuva sem limites no telhado da sua casa, enquanto ele via os vasos de plantas sendo revitalizados pela água gelada do céu. A calha fazia aquele barulho gostoso, como se ela fosse um piano e as gotas fossem um habilidoso pianista.

Já havia escurecido. Passava das seis da tarde, mas o sol não ousou aparecer para dar seu sol de luzes no céu. Ele estava sendo punido pela chuva, pelo visto. As ruas vazias, sem sinal de vida alguma. Ás vezes, algum carro passava ou um entregador de pizza, enfrentando a fúria de Deus nesse frio extremo.

Janeiro não era seu mês favorito, mesmo que fosse o mês do seu aniversário. Que aliás, havia sido ontem. 27 anos, ele suspirou. Mais um pouco e estava na casa dos 30 anos. Não que isso fosse ruim, mas de acordo com Harry, era hora de se preocupar com as rugas e alguns pés de galinha.

Um trovão estremeceu o céu e ele fechou a janela, antes de voltar para o notebook e ver o planejamento da semana para os alunos. Seria uma boa hora para ensinar inglês e introduzir a leitura do O pequeno Príncipe. Na sua agenda, estava também em planejar uma peça de teatro para os pais e um passeio para o zoológico.

Empilhou algumas atividades e sentiu o cheiro de carne sendo frita na frigideira. Seu estômago deu um ronco que só ele escutou. Estava faminto e se perguntou se não havia sobrado uma fatia de bolo de aniversário na geladeira, para mais tarde.

Mas antes de planejar o jantar, uma tempestade de cabelos castanhos e olhos azuis surgiu na porta.

— Queijo cheddar ou só Cream Cheese? — Ele perguntou. O rapaz tirou os óculos e esfregou os olhos.

— Queijo cheddar.

Ele concordou e saiu. Ele voltou a digitar seu diário escolar, e minutos mais tarde, aquele ser voltou, na mesma posição.

— Cerveja ou refrigerante?

— Refrigerante — Ele tornou a responder.

Minutos mais tarde, depois da chuva voltar a tamborilar na janela e ele finalmente terminar o roteiro de aula, espreguiçou-se na cadeira, sentindo suas costas estalarem e ele encarar o teto, antes da voz rouca de seu amigo gritar, como uma mãe mandona.

— Zayn! Vem jantar!

Ele foi sem pressa para a sala, zanzando pelos corredor pequenos de sua casa alugada e encostou no batente da porta, vendo aquele homem de 1,83 equilibrando uma cesta de batatas rústicas e um hambúrguer. Os olhos verdes dele capturaram-o e ele sorriu.

— Fiz hambúrgueres. Os melhores, porque eu peguei a receita com meu pai — Harry deixou os pratos encima do balcão — Está com fome?

— Morrendo — Zayn se sentou no banco e Harry pegou uma latinha de refrigerante para ele. Louis entrou pela porta da frente, segurando um pote de sorvete de baunilha com pedaços de morango.

— Resolvi que a gente merece comer o resto do seu bolo de aniversário com sorvete — Ele tirou o casaco — Ainda bem que você mora perto de uma conveniência.

Zayn abriu a lata de refrigerante e Louis se sentou ao lado dele. Harry se enfiou entre eles, depois de ligar o IPod e tocar uma música pelo ambiente.

Seus amigos havia lhe dado um presente maravilhoso: Além de alguns livros e um tablet novo, para organizar as aulas, ele também havia ganhado uma noite do pijama que virou um final de semana do pijama, por causa da chuva. Sua mãe havia ligado com seu pai e suas irmãs, e ele se perguntou se sentia saudades de Bradford. Talvez sim, talvez não, ele chegou á conclusão. Mas o que importava, é que ele estava feliz aqui, em sua vida pacata e tão simples em Londres.

Learning To Love ( AU!Ziam)Onde histórias criam vida. Descubra agora