Prólogo

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Liz

Olá, me chamo Liz Armstrong e eu acho que você não deve estar nem um pouco interessado(a) na minha vida até agora, mas eu vou contar assim mesmo.

Quando eu tinha apenas dois anos de idade, meus pais foram mortos em um acidente de carro oq me fez ir parar em um orfanato até meus 9 anos quando eu fui adotada pelos Santana, só que na verdade não havia família Santana, era apenas um homem que fingia me amar e me obrigava a fazer coisas que pelo bem do meu psicológico eu prefiro não dizer. Eu fiquei com o Sr.Santana até completar meus 14 anos, quando viram marcas e roxos em minha pele e denunciaram.

Desde então eu fui adotada pela família da policial que cuidou do caso, coincidência não? Talvez elas tenham ficado com tanta pena de mim que tiveram que me adotar. Minhas doses de remédio são altas e eu quase sempre tenho insônia ou ataques de pânico, mas pelo menos eu estou viva.

A Sra. Adams, ou melhor Katy, foi transferida para Seattle e estamos nos mudando para lá. Ela tem uma filha de 17 anos chamada Amber e são uma ótima família e eu não tenho do que reclamar.

Chegamos ontem e até que a casa é bem grande e meu quarto também. Ainda tenho que desencaixotar algumas caixas e decorar meu quarto do meu jeito.

Aah.. eu esqueci de dizer que eu não falo muito com as pessoas, exceto a Amber que parece ser a única pessoa que me entende e me acalma.

[...]

- Lia querida, você vai se atrasar para a escola - Diz Katy batendo de leve na porta.

- Tudo bem, eu já estou levantando - Digo com uma voz rouca e sonolenta.

Tomo um banho, faço minhas higienes e coloco uma saia, uma blusinha justa pra dentro, uma meia 3/4 e calço meu All star claro. Prendo meu cabelo em um coque frouxo e ajeito minha franja que já está praticamente batendo nos meus olhos.

Como apenas uma maçã pq eu não tenho muito apetite de manhã.

Antes de sair de casa eu escuto:

- Liz você tem certeza que vai a escola? - Diz Katy me segurando pelo braço preocupada.

Ela tinha me sugerido estudar em casa, assim não precisaria ter que lidar com homens e sofrer mais ainda, mas eu não posso ficar me fechando por isso. Passei 2 anos me escondendo e morrendo de medo, mas eu devo seguir o conselho de Amber e enfrentar meus medos, então terei que ser forte.

- Sim eu tenho certeza - Digo baixo e com uma voz fina. Eu não consigo controlar isso pq minha voz eh baixa e meiga.

- Tudo bem, mas tome cuidado e qualquer coisa, é só vir para casa pois não tem problema. - Ela me diz me abraçando.

Eu saio andando em direção a escola. Por sorte ela é na rua ao lado. A rua estava um pouco deserta até eu ver um garoto moreno, com cabelos lisos e caindo no olho saindo de casa. Meu coração acelera rapidamente e eu tenho alguns flashbacks do meu passado:

"- Vamos pirralha entre logo na casa
- NÃO
Ele pega minhas trancinhas e as puxa me fazendo entrar, me faz tomar algum remédio e depois disso eu só lembro de estar deitada nua em sua cama com várias marcas e arranhões pelo corpo."

Uma lágrima escorre pelo meu rosto e eu a enxugo com cautela. Eu não vou me render a eles, jamais. Eu piso forte no chão e passo por ele segurando as alças da minha mochila. Ele olha para mim e eu para ele, realmente seus olhos são muitos bonitos e escuros também. Puxa vida como ele é alto.
E quando eu volto a realidade...

- Bom dia - Ele sorri

Puta merda agora ferrou Liz, Oq eu falo Oq eu falo? Bom dia? Oi? Tchau? Não chora Liz não chora Liz. Meus olhos se enchem de lágrimas e eu me seguro.

- B-bom d-ia - eu sorrio e saio andando rapidamente.

Viu Liz? Não foi o fim do mundo. Claramente milhões de cenas passaram na minha cabeça, mas eu me segurei.
Desculpem estar falando comigo mesma, é resultado da solidão.

Chegando na escola eu me deparo com vários adolescentes, alguns se pegando e outros quase se pegando, que ótimo.

Eu entro na escola, olho o papel em minhas mãos e vou à procura da minha sala. Se eu não me engano, a sala é a 12. Eu vou andando e olhando para as salas até que eu esbarro em alguém e seus livros caem.

- M-me desculpe - eu digo me levantando e quando eu levanto a cabeça, é o garoto de mais cedo.

NÃO SURTA LIZ NÃO SURTA LIZ

- Tá tranquilo. Você é minha vizinha não é? - ele diz ajeitando os cadernos.

- S-sim

- Você está bem? Tá bem pálida e tremendo. Você está passando mal? - Ele diz e encosta sua mão em minha testa.

- N-NÃO! - eu dou um pulo para trás e todos ali ficam me olhando.

- Me desculpa por isso, de verdade - Ele diz assustado e uma lágrima escorre sobre minha pele branca como a neve. - Ei não chore, não tem pq você chorar. - Ele já ia enxugar minhas lágrimas e então ele recua ficando sem jeito.

- T-tá tudo bem, não é nada demais a c-culpa é minha - eu digo enxugando o rosto com minha blusa.

Alguém chega por trás dele e o abraça dizendo:

- Bom dia meu amor! Dormiu bem? - Ela dá um beijo em seus lábios na intenção de aprofunda-lo mas ele recusa.

- CARALHO DAIANA EU JÁ TE DISSE PRA NÃO ME ASSUSTAR ASSIM - Ele diz em um tom alto e furioso fechando os punhos com muita força - er.. afinal de contas como é o seu nome? - Ele diz respirando fundo com uma das mãos na testa.

- L-liz.

- Até mais Liz, eu me chamo Harry - ele diz acenando de longe.

- Longe dele ok? - Ouço Daiana sussurrar no meu ouvido antes de ir embora.

Eu vou andando e encontro minha sala, me sento no canto e noto que Harry também está ali, mas dormindo. E a aula começa.

A garota da casa ao lado 𖠰 [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora