Anjo da Guarda na Umbanda

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Na umbanda é comum ouvir falar de Anjo de Guarda. 

Os anjos de guarda nos protegem e acompanham a cada dia. E este acompanhamento também está nas Giras do terreiro 

Trabalhamos numa corrente espiritual onde espíritos sem luz e perturbados, confusos, vêm contra nós. Os Orixás, Guias e Entidades nos protegem, mas a presença do anjo da guarda antes e depois da incorporação nos protege e alinha nossa energia. Reorganiza nossos chakras e nos protege de quaisquer mazelas.

É comum que os Guias de uma casa de Axé quando se vêem a frente de uma pessoa com demanda ou enfraquecida, venham pedir um “fortalecimento para o anjo de guarda”, ou a Obrigação de Anjo da Guarda, que nada mais é que um reforço para restaurar os laços entre você e seu anjo da guarda. 

Este reforço consiste em trazer ele mais próximo de você, com mais força para te proteger contra os ataques da demanda.
Com toda a certeza, para os médiuns, os anjos da guarda são tão importantes quanto os próprios Orixás e Entidades.
Quando há o processo de desincorporação, o Anjo da Guarda se aproxima mais, para manter o equilíbrio do médium.
Quando o médium vai incorporar, para que a Entidade se aproxime, o anjo de guarda permite a passagem para ocorrer a incorporação. Quando a Entidade está incorporada no médium, o anjo da guarda permanece ao lado, pois o médium está protegido por energias da Entidade que está ali.
Portanto, os médiuns devem ficar atentos para não oferecer resistência na hora da desincorporação desta Entidade, pois existe uma hora certa em que a Entidade deve deixar a matéria e o anjo da guarda se aproximar, não deixando a matéria desprotegida.

O nosso anjo da guarda é aquele que nos protege a todo instante de nossas vidas... Por isso, devemos manter uma vela acesa em um local alto com um copo d’água ao lado e fazer orações regularmente, pedindo sempre que nos guie pelos caminhos certos da vida e que nos proteja.

Isso também pode ser feito na quartinha do médium, caso o terreiro que o mesmo frequente adote essa prática…  manter a vela acesa, manter a água limpa e quartinha sempre cheia. 

Quando o médium fica meio em transe após a incorporação, alguns dirigentes colocam a mão sobre o coração do médium e dizem: “fulano, seu anjo da guarda te chama!” (na Casa de Antônio eu faço isso quando necessário)
Tal prática talvez tenha sido trazida para a Umbanda por alguma Preta Velha, já que é de pleno conhecimento que muitas delas foram exímias benzedeiras.
Esta era uma prática comum antigamente de benzedeiras. Elas utilizavam esta frase como uma pequena oração para pessoas que não se achavam plenamente conscientes por vários motivos (mediunizadas, epilepsia, desmaio, etc.).
O Anjo da Guarda é visto como o mentor de nossa razão, de nossa consciência. Desta forma, este é um chamado ao restabelecimento da consciência com implicações magísticas.
Ao fazer referência ao nosso anjo da guarda, chamando-nos de volta ao domínio das faculdades no corpo físico após o transe mediúnico, ocorre uma espécie de invocação a nós mesmos.

Podemos associar facilmente o Anjo da Guarda ao nosso Ori. Pois um complementa o outro. Ori é Orixá. Orixá é Ori. Ori é anjo de guarda. 

Mas também é comum associar os Anjos de Guarda a energia de Oxalá. Tendo em vista o sincretismo com Jesus Cristo. Sendo os anjos parte dessa energia pura e vital.

OBRIGAÇÕES NA UMBANDA

O que é uma OBRIGAÇÃO?
É a confecção de um ponto de atração e ligação entre um ser encarnado e uma Força Superior (um Orixá). Na Umbanda essas ditas Obrigações, são preparadas com elementos naturais.

Dito isso é comum falarmos da “Obrigação de Anjo de Guarda”. 

Que nada mais é na maioria das casas uma comida votiva a Oxalá e ao nosso Ori e Anjo da Guarda para fortalecimento. 

Deve ser oferecida com um copo de água (preferencialmente mineral) é uma vela branca. 

Santo Anjo do Senhor

Meu zeloso guardador

Se a ti me confiou a piedade divina

Sempre me rege, me guarde

Me governe e ilumine

Amém. 

***

Meu fiel protetor

guardai-me sempre na paz de vosso amor.

Dos perigos, livrai-me;
do mal, libertai-me;
e nos momentos de angústia, consolai-me!

Durante o sono, velai sobre meu descanso,
não deixais o mal de mim se aproximar.
Sob as asas do seu amor,
possa nos meus sonhos habitar!

Nesta noite de luz, afugentai as trevas do medo,
afastai também as tentações,
para que minha alma tranquila
descanse sem aflições.

E que no alvorecer de um novo dia,
eu acorde feliz e restaurado,
e seja para o mundo
testemunha de ser sempre por vós amado!

Assim seja 

Assim será. 

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Pai Antonio da Bahia

Seja minha companhia

Dia e noite

Noite e Dia

Na fé da Virgem Maria. 


Giseli Lemos

Estudos de Umbanda. Onde histórias criam vida. Descubra agora