A chegada: entre o desconhecido e o destino

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"Minha estimada dama,

Eu, Sasuke Uchiha, príncipe herdeiro do grandioso trono de Aimai, venho, por meio desta, solicitar vossa presença na iminente seleção. Que fique claro desde o princípio: não nutro a menor intenção de cortejá-la ou de estabelecer qualquer vínculo com vossa nobreza. Que seja de vosso inteiro saber que tais palavras são proferidas sob coação, sem o mínimo desejo de cultivar qualquer boa relação com vossa alteza ou com o vosso reino. Ainda assim, espero vossa presença. No entanto, não deveis esperar uma recepção calorosa.

Com atenção,
Sasuke Uchiha."

Era quase cômico, se não fosse trágico. O Príncipe herdeiro, destituído de qualquer noção de educação ou formalidade, era de uma astúcia cruel que fazia a dama estremecer dos pés à cabeça.

— O que ele pretende com isso? — indagou a mais jovem das irmãs. — Com certeza que você não vá!

Frustrada, Hinata guardou a carta do príncipe. Esboçando um sorriso forçado nos lábios delicados, dirigiu-se à irmã:

— Claro que pretendo ir. Afinal, que outra opção me resta? Já esqueceste dos tempos em que vivíamos em guerra? Não desejo que aquele período nefasto retorne. — Hinata sentou-se diante da penteadeira em seu aposento. — Irei à seleção, fingirei interesse em ser a futura rainha, e depois retornarei sem alarde algum. Simples.

— Esse príncipe é um verdadeiro troglodita! Se eu estivesse em teu lugar, o difamaria diante de nosso pai! — exclamou Hanabi, fervendo de indignação. — Depois levaria a questão ao rei Fugako e à rainha Mikoto!

Hinata apanhou uma escova e começou a deslizar pelos seus longos e sedosos cabelos azul-escuros.

— Não quero iniciar um conflito, Hanabi. Tudo o que desejo é paz e poder voltar para casa em breve! — disse ela, enquanto acariciava os cabelos com a escova. — Agora, deixe-me só. Preciso de uma boa noite de sono, pois amanhã os guardas reais virão buscar-me.

Bufando de contrariedade, a pequena Hanabi deixou o quarto, abandonando-a à sua solidão.

[...]

Um pouco distante do Reino Lunar, dois príncipes riam descontraidamente de algo que o mais velho havia dito.

— Sasuke! Não posso crer que escreveste tais palavras para uma princesa. Isso não é de modo algum cordial! — exclamou o loiro, entre risos.

O moreno apanhou a taça sobre a mesa, degustando o amargo sabor do vinho tinto.

— Naruto, bem sabes que não suporto o Reino Lunar! E agora, mais ainda, tendo sido obrigado a convocar aquela donzela. — respondeu ele, o olhar de ônix firme. — Ordem do rei!

Recuperando-se do ataque de risadas, Naruto acomodou-se no sofá, dirigindo-se ao amigo:

— Ouvi dizer algumas coisas sobre os Lunares. Dizem que foram abençoados pela lua e que seus olhos assemelham-se ao seu brilho prateado! — comentou Naruto. — Também se diz que possuem a pele alva como a neve, por raramente se exporem ao sol.

Sasuke, após ouvi-lo atentamente, esboçou um sorriso de escárnio.

— Como se fosse possível alguém ter olhos semelhantes à lua. Não sejas tolo, Naruto; tudo isso não passa de blasfêmias!

— Foi o que ouvi por aí. — retrucou o loiro. — Mas admito: estou curioso para ver como são os Lunares!

— Esta é a segunda seleção de que participas, Naruto! Creio que já tenhas visto de tudo... Por que, afinal, não escolheste tua princesa na anterior? — questionou o moreno, arqueando uma sobrancelha.

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