IV

107 19 27
                                    

— Aonde vamos?

— Irá descobrir quando chegar.

— Eu quero saber agora, você pode estar me sequestrando.

  Alain parou de andar e soltou um leve bufar. Largou a mão da mulher e colocou no bolso da calça, olhou para o teto e em seguida, para o ela.

— Pode confiar em mim?

— Não, majestade.

— Pode me acompanhar em silêncio?

— Isso é um pedido ou uma ordem?

— Uma ordem.

A loira apenas balançou a cabeça em concordância e Alain andou com certa calma por todo o castelo. Mery teve a impressão que passou pelo mesmo lugar várias vezes. Mas, logo, ela estava em uma garagem, como o príncipe ordenou, ela entrou no carro em silêncio. Achou por um momento que um dos funcionários fosse dirigir, todavia, Alain foi quem tomou o volante. Quando passou pelo enorme portão de saída do castelo, ela não se conteve e falou:

— Não é perigoso demais sair sem proteção?

— Eu tenho a melhor proteção aqui no carro.

Mery olhou em volta, procurando qualquer tipo de arma. Ao não encontrar, cruzou os braços, esperando que o homem percebesse sua frustração e confusão mental.

— Uma mulher da província de Alexey. Na sua província, está a maior parte do poder bélico, vocês são os maiores guerreiros do reino.

— Essa é a teoria, não a regra.

— Tenho certeza que você é uma excelente guerreira.

 Ficou em silêncio com a afirmação e perguntou-se se iria demorar chegar. À medida que o homem entrava em caminhos desconhecidos, ela sentiu seu coração acelerar, mas permaneceu olhando pela janela. O dia estava divino, flores exalando perfume, a grama tão verde que chegava a reluzir, sua pressão foi caindo aos poucos, até que o presente imperioso apaga e ela é tomada pelo sono, fechou os olhos dormindo.

Seus olhos se abriram quando Alain a chamou por exatas três vezes. Na última, a claridade lhe invade, fazendo seus olhos arderem, por isso, soltou um pequeno gemido, sentindo uma pequena dor, dessa forma, voltou a fechá-los por alguns segundos. Quando o carro parou, ela não conseguiu identificar onde estava. Havia árvores por todos os lados e apenas uma pequena casa de madeira no local. Ergueu seu o corpo e sem que percebesse, Alain abriu a porta do carro. Perguntou-se como havia feito isso tão rápido.

— Está vendo, sou um cavaleiro. Deixei que dormisse a viagem toda e agora. _ Não completou sobre estar abrindo a porta.

O homem forte estendeu a mão para ajudar a mulher descer, ela, por sua vez, limitou-se a não se entusiasmar com a paisagem que seus olhos vislumbravam.

— Me dê alguns minutos. —  Pediu Alain.

Subsequente, o homem se afastou, indo para a pequena casa. Olhou para o alto, percebendo que o sol já estava se pondo, cobrindo a floresta. Ao longe, as últimas brasas e fogo dançantes no céu foram tomados por um azul escuro tão profundo quanto o mar. Subsequente, pequenas estrelas surgiram, preenchendo a escuridão.

— Aqui tem o pôr do sol mais lindo, queria assistir com você, todavia eu perdi. Mil perdões.

— Foi magnífico assistir sozinha.

A expressão de Alain mudou completamente, a simpatia sumiu, dando lugar a uma decepção. Como se as palavras de Meredith tivesse o atingido seu coração. Ele se abaixou para pegar o lençol e o estendeu. Em seguida, deitou-se, olhando as estrelas. Mery foi tomada de arrependimento. Mas ele fez sinal para a mulher se aproximar e se deitar, ela o fez. 

Coração PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora