— Então ele virou e disse assim: “Eu acho melhor a gente terminar.”, com aquela cara cínica dele, e aquelas malditas orelhas de elefante dumbo!
Byun Baekhyun havia terminado seu relacionamento com Park Chanyeol, mais uma vez, assim como das outras sete vezes. E, dessa vez, era definitivo, tal qual havia mencionado a mesma coisa nas vezes anteriores.
— Não, e vocês não sabem da pior! — levantou da carteira, bebericou do toddynho disponível alheio e prosseguiu: — Ele me largou, porque eu quebrei, acidentalmente, o playstation quatro dele. Eu me senti um inútil, que não vale nem um jogo de videogame idiota.
O coitado estava até soluçando em choro, e não era por menos. Mesmo que um jogo daqueles custasse os olhos da cara, isso nunca poderia valer mais que o amor do pobre coitado.
Mas as coisas não eram bem assim.
Chanyeol era um universitário, de quase vinte e dois anos e um marmanjo de praticamente longos dois metros de altura, com orelhas de abanos, cabelo de “tigela desninhada" – como dizia Kyungsoo – e um completo nerd, em todos os sentidos da palavra. Cursava física teórica na Seoul university, conhecida por ser a maior e melhor universidade do país, e tudo graças às suas nerdices, que por sua vez, o que ele tinha de um idiota fissurado em filmes de heróis, ele tinha de inteligência; conseguindo uma bolsa integral para a faculdade.
Baekhyun havia o conhecido em meados de dezembro de 2017, quando acabaram se esbarrando na diretoria do mesmo colégio, Dwight School Seoul, para fazer a rematrícula para o ano de 2018, e por sorte – ou não – estudaram no mesmo colégio, até o Park se formar e entrar na Universidade em 2019, deixando Byun para trás, pois só se formaria naquele ano de 2020.
Os términos entre o casal já teriam se tornado um costume, quase que como uma garantia, vindo com algum eletrodoméstico recém comprado. A primeira vez, inclusive, foi por Chanyeol ter prestado demais sua atenção para Chris Evans, no filme dos Vingadores, e logo depois, mais cinco vezes sucedeu situações parecidas, os quais estendiam choros, brigas e reconciliações, seguido de um relacionamento totalmente infantil e instável. Isso até naquele dia, que já havia colecionado mais um término, formando logo os “7 rings" da separação.
— Calma, Baek, aposto que logo estarão de volta, igual todas as sétimas vezes. — Do Kyungsoo entreolhava com Kim Jongin, como quem dizia com a expressão facial um “fala alguma coisa?”. Eles tinham essa capacidade.
— Isso mesmo, eu sei que vocês... é... foram feitos um para o outro.
Pois é, a dupla de amigos poderia até se comunicar com apenas expressões e trocas de olhares, tinham essa e outras habilidades de dois melhores amigos, mas não eram os conselheiros do amor mais indicados. Nem mesmo estavam em algum romance para opinar sobre, e com certeza, seriam de péssima ajuda. Mas eram os únicos amigos que aquele garoto de ensino médio possuía, então teria de fazer milagres com os dois fantoches.
O fato era que ambos sempre foram uma espécie de orelhão, que servia para o Byun depositar suas lamúrias e paranóias incontáveis. Eram essas instabilidades que ainda mantinham a amizade naquele triângulo.
Ou, pelo menos, quase.
— Vocês não entendem. Ele não me quer mais! — choramingou, sugou o catarro que escorreu das narinas de volta para o lugar delas, enxugou os olhos e limpou a garganta, quando jogou suas madeixas loiras para trás e disse: — Sou eu quem não quer mais ele! — enfatizou.
Parecia uma frase daquelas que já vem prontas, que você encontra em blogs feministas de autoajuda.
Baekhyun era viciado nesses fóruns.
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Destino (nem tão) imprevisível assim - Kaisoo
FanfictionQuando duas almas gêmeas se encontram em raros casos, circunstâncias de momentos únicos e especiais, o universo celebrava, pois em diferentes planos, nos mais diversos mundos, todos festejavam o nascer de um amor. Do Kyungsoo e Kim Jongin não sabiam...