O novo emprego

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         O dia amanheceu chuvoso, relâmpagos brilhavam no céu e os trovões faziam parte do espetáculo com seus estrondos. Acordei às 6 horas e 30 minutos, rolei na cama e fiquei de pé. Esfreguei os olhos com meus dedos e segui para o banheiro. Teria um dia que poderia ou não mudar a minha vida. Estava formado há alguns meses em design gráfico e candidatei-me ao cargo em uma empresa especializada em publicidade no centro de Manhattan.

         Depois que lavei meu rosto, tomei um banho e escovei meus dentes, vesti uma camiseta de algodão com uma jaqueta jeans por cima. Escolhi uma calça jeans e calcei meus tênis. Tomei meu café da manhã rapidamente, pois ainda teria que pegar um ônibus e não queria me atrasar. O gosto do café um pouco amargo apertou a minha garganta. Respirei fundo, peguei minha mochila e fui para o elevador.

          O meu apartamento ficava no Queens. Compartilhava o andar com pessoas ainda desconhecidas para mim, mas lembro de ter cruzado o corredor com um senhor de cabelos grisalhos e que carregava seu jornal todas as manhãs. Havia apenas um quarto pequeno no meu apartamento. A cozinha era dividida com a sala e não tinha uma TV. Porém, não me importava, não assistia nenhum canal esportivo e tudo que precisava estava no meu notebook. Meus móveis eram simples, comprei usados de um vizinho quando morava com meus pais. Havia somente uma poltrona na sala e uma fotografia minha com meus pais sobre a mesinha de centro.

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          O ônibus estava cheio como de costume, o cheiro de um cupcake invadiu minhas narinas e desejei ter um em minhas mãos naquele exato momento. Uma mulher de cabelos dourados estava sentada ao meu lado lendo um livro que julguei ser um romance barato clichê. O homem sentado à minha frente usava um boné que combinava com a sua jaqueta de inverno. Olhei fixamente para o meu relógio e notei que faltava 20 minutos para o horário marcado. Deveria estar 8 horas na empresa. Suspirei e fiquei aliviado quando o ônibus parou no meu ponto. Chegaria pontualmente e sem nervosismo.

          Meus olhos ficaram vidrados no monumento que era o edifício. Devia ter uns 20 andares. Portas compactas e um design moderno e elegante. Os vidros escuros refletiam os raios solares. Estreitei os olhos e passei pela porta giratória. Não havia muitas pessoas naquele momento, apenas uma mulher negra de tranças embutidas no seu cabelo sentada em uma cadeira esperando por algo. Fui até a recepção e uma jovem de olhos claros atendeu-me. Avisei da minha entrevista. Fui informado para seguir pelo corredor e pegar o elevador para o décimo terceiro andar.

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          Estava sozinho no elevador e meus óculos desciam pelo meu nariz. Tratei de colocá-los de volta no lugar e sai quando as portas abriram. Movi minha cabeça de um lado para o outro e caminhei até uma porta de madeira tracejada com linhas diagonais. Levantei meu braço e bati na porta. Meu relógio balançou no pulso com o movimento. Ouvi uma voz feminina, seu tom era doce. A voz pediu-me que entrasse. Girei a maçaneta e dei alguns passos para dentro. A surpresa estava estampada em meus olhos no momento que a vi. Seus olhos eram azuis, sua boca extremamente provocante e seus seios eram fartos. Fiquei impressionado com a beleza de seu rosto e não percebi quando ela me chamou pelo o nome. Sai do transe depois de alguns minutos e me sentei na cadeira à frente da sua mesa.

— Senhor Boschetti?

— Isso mesmo. — Meus pais são um casal de italiano e uma americana, meu sobrenome viera do meu avô paterno, Diogo Boschetti, dono das indústrias de alimentos Boschetti no interior de Roma.

— Você tem alguma experiência com design? — Ela me fitou e senti um calafrio nas mãos.

— Não. Sou recém formado.

— Entendo. Há somente uma vaga no momento para dois candidatos, você e outra mulher. — Ela fez uma pausa para ler algo em seu computador e prosseguiu. — Seu currículo é muito bom, vejo que teve vários projetos notáveis. Aceitaria trabalhar por um mês como fase de teste?

          Fui pego pelo olhar intenso daquela bela mulher e engoli em seco. Fazia meses que não saía com ninguém. Tive somente uma namorada na faculdade e durou pouco mais de um ano. A pergunta que rondava em minha mente era: Por que me sentia tão atraído por aquela mulher que mal sabia o nome? Desviei o olhar para a sua mesa organizada e percebi o seu nome em um crachá sobre a mesa: Isabella Humphrey. Ela era filha do grande Frederick Humphrey? Um dos empresários mais ricos e bem sucedidos de Nova Iorque? Acho que sim, o formato da boca e a cor dos olhos não passariam despercebidos. Passei a língua sobre meus lábios e assenti com a cabeça em resposta a sua pergunta.

— Ótimo, pode começar hoje? — Disse sem mais delongas.
— Claro.

— Era essa resposta que estava esperando. — Ela respondeu rispidamente. Balançou a cabeça e se levantou. — Por favor, me acompanhe até a sua sala, senhor Boschetti.

— Por favor, me chame de Peter. — Falei logo que segui atrás dela. Percebi que nossa diferença de altura era mínima, talvez por causa dos saltos altos que ela usava. Tentei desviar meu olhar da sua bunda e mordi o lábio inferior sem querer ou quase sem querer.

          A minha sala era espaçosa, limpa e muito metódica. Um computador estava disposto na escrivaninha e uma cadeira giratória estava atrás dela. As persianas cobriam o vidro da janela escondendo o restante de Nova Iorque. Me acomodei na cadeira, deixei minha mochila sobre a mesa e olhei fixamente para os belos olhos de Isabella.

— A minha assistente irá passar os detalhes do seu trabalho, enquanto isso pode começar a trabalhar com o novo outdoor da Locks and Locke - revista de moda - para esse mês. — Isabella deixou uma pasta contendo várias informações sobre o planejamento e sobre os detalhes do outdoor que por acaso era enorme. — Caso precise de algo, vá até a minha sala ao lado. Algo mais? —O rosto dela era inexpressivo.

— Não, senhora. Obrigado. — Por que me sentia um pouco intimidado por ela? Seria o tom autoritário ou a forma como se portava? A minha chefe era linda, rica e dona de algo bem sucedido. Um dos seus defeitos que pude reparar até o momento era estar longe dos meus braços e também ser fria como um inverno rigoroso no Alasca. Não existem pessoas perfeitas. Por que ela seria?

          O único problema seria manter a atenção no trabalho ao invés de contemplar o seu traseiro. Porra! Como queria poder tirar toda aquela roupa e aproveitar cada centímetro de pele da senhora Humphrey... Limpei a garganta, reprimi meus pensamentos e girei a cadeira. Segurei firme nela quando fui muito rápido, evitando que deslizasse para o chão. Endireitei a cadeira. Respirei fundo e balancei a cabeça de um lado para o outro. Concentre-se, Peter. Concentre-se.

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