Capítulo 1

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CAPÍTULO 1

A REVELAÇÃO DO PODER DA TERCEIRA VISÃO

Sofia era filha de Giuseppe Mazza, de origem italiana, imigrante de Castel San Giovanni, uma pequena aldeia da região da Emília-Romana, província de Piacenza, fronteira com a Lombardia e com a província de Parma, próxima do Piemonte. A mãe de Sofia era Barbara Sage, cujos pais vieram de uma região rural do leste da Irlanda, não muito longe das montanhas de Wicklow e do antigo mosteiro de Glendalough e da cidade medieval Kilkenny.

Giuseppe Mazza, pai de Sofia, tinha uma formação prática em mecânica e eletricidade por ter estudado antes da 2ª. Guerra no Liceu de Artes e Ciência de Milão. Era um assíduo leitor das obras e invenções de Leonardo da Vinci. Carregava uma bagagem de conhecimentos práticos e desenhava extraordinariamente bem, a ponto de ter projetado máquinas operatrizes que chegaram a ganhar um prêmio no concurso de jovens inventores promovido pela Associação das Indústrias de Milão. Com Mussolini no poder e a aproximação com Hitler, Giuseppe teve uma premonição sobre a iminência de uma guerra que poderia arrastar a Itália para um grande desastre. Foi sem dúvida uma percepção extra-sensorial de altíssimo nível por parte de Giuseppe, que transmitiu esse mesmo dom para Sofia.

Assim, o jovem decidiu comunicar aos pais que habitavam na pequena aldeia de Castel San Giovanni que sairia da Itália para tentar uma nova vida na América. Giuseppe conseguiu comprar uma passagem para um cargueiro que partia de Gênova para Nova York e deixou a Itália rumo à América no ano de 1939. Fez uma longa e desconfortável viagem, dividindo uma pequena cabine com quatro outros imigrantes que, como ele, também sonhavam com uma nova vida na América.

Chegando em Nova York, no setor de imigração, depois de longas formalidades e um período de sessenta dias, Giuseppe conseguiu um visto de permanência e uma permissão de trabalho.

Naquela época, a indústria de aço nos EUA prosperava muito, sobretudo no oeste da Pensilvânia, em especial na cidade de Pittsburgh. Giuseppe conseguiu ingressar em um dos grandes grupos siderúrgicos da região e, em pouco tempo, com 32 anos de idade, se destacou de forma brilhante e passou a ser o responsável por toda a manutenção da siderúrgica, sendo, também, projetista de novos equipamentos.

Conheceu a sua esposa, Barbara Sage em um evento esportivo promovido pela empresa em que trabalhava e pouco tempo depois se casaram. Ela era de Fox Chapel, uma pequena cidade próxima de Pittsburgh. Barbara era filha de Robert MacDonald, um engenheiro metalúrgico de origem irlandesa, que havia chegado aos EUA ainda pequeno.

A mulher de Robert, Alla Gusyeva era de origem russa. Seus pais, nascidos em São Petersburgo, tinham migrado na década de 1920, logo após a Primeira Grande Guerra. Barbara era formada em matemática pura, ensinava no Instituto Carnegie Mellon e tinha como hobby jogar xadrez, hábito esse transmitido pela mãe que, desde pequena, ainda na Rússia, aprendera a jogar xadrez. Barbara era uma exímia enxadrista e chegou a ganhar vários torneios nos EUA. Sofia, filha de Giuseppe e Barbara, nasceu e cresceu num ambiente de ciências exatas e grande criatividade.

Os pais de Sofia lhe deram uma educação voltada para a física e a matemática, e tinham uma vida financeira relativamente confortável, o que permitia acompanhar cada etapa do crescimento e a excepcional inteligência analítica e espacial de Sofia. Ela, aos 10 anos, se destacou na escola pelo raciocínio lógico e preciso, e em pouco tempo foi reconhecida a sua excepcionalidade.

Outro fato que chamava a atenção dos pais de Sofia era que desde pequena ela indagava para onde as pessoas iam quando saíam da Terra. A menina lembrava dos avós italianos falecidos e da avó Alla, que havia falecido anos antes. Sofia somente conhecia os avós pelas fotografias colocadas nas paredes da sala.

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