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     Londres estava fria e chuvosa. Era uma cidade de mais de oito milhões de habitantes, Luke sentiu-se ridículo por imaginar que a encontraria ali.

     Suspirou e acendeu um cigarro.

     Eles haviam se conhecido em Paris, no verão. Era impressionante terem se conhecido na cidade do amor, mas amor não era a melhor palavra para definir o que sentiam um pelo outro.

     Ela estava sentada no terraço do café, tomando uma taça de rosé e admirando a cidade, a rua pouco movimentada, as árvores verdes.

     E ele a estava admirando.

     Parecia tão absorta em sua liberdade, tão diferente das outras pessoas ocupadas demais para apreciar a beleza de Paris.

     Deixou sua mesa e foi até a dela.

     ― Posso me sentar?

     ― Parece que você já está fazendo isso – ela disse observando-o se sentar, sorrindo para ele.

     Luke também sorriu e a admirou agora de perto, os olhos claros, os cabelos loiros, os traços suaves de um rosto perfeito.

     ― Está esperando alguém?

     ― Talvez você – ela disse sorrindo e tomando um pouco de seu vinho.

     ― Desculpe a demora, fiquei preso em alguns semáforos.

     ― Você está de carro? – ela disse surpresa. – Paris é feita para caminhar.

     ― Depende de onde você está e para onde você quer ir – ele disse, o mapa de Paris se desenhando em sua mente, tudo tão familiar.

     Luke conhecia Paris como só um parisiense poderia conhecer. Havia vivido ali há alguns anos, até que o destino o levou para o outro lado do atlântico. O destino não havia agido livremente, mas ele sempre soubera o que queria.

     ― E qual seria? – ela disse.

     ― O que?

     Ele estava realmente confuso.

     ― As suas coordenadas.

     Luke sorriu e pediu para que o garçom fechasse a conta. Estava hospedado em um hotel nos arredores do Champ de Mars, mas caminharam juntos pelas ruas de uma Paris cheia de vida até um hotel do outro lado do Sena. Pediu para que ela aguardasse enquanto pegava as chaves na recepção, então subiram para a suíte no último andar.

     Era um quarto grande, com uma decoração requintada e janelas que davam para uma varanda, de onde se podia ver a Torre Eiffel, colossal sobre os telhados.

     ― Caro – ela disse entrando no quarto e observando tudo. – Está tentando me impressionar?

     Ela atravessou o quarto até a varanda, admirando a cidade dali de cima.

     ― Eu consegui? – ele disse parado atrás dela.

     As mãos dele subiram pelos braços dela em direção aos ombros e ela se voltou para ele, dando as costas à Paris.

     ― Com uma vista dessas, você consegue qualquer coisa.

     Fizeram sexo. Selvagem, bruto, impaciente. As mãos dele corriam por todos os lados, tocando, apertando, segurando. As unhas dela arranhavam a pele dele, as mãos afundavam em seus cabelos. Suas bocas se encontravam e se perdiam, explorando, conhecendo, marcando.

     Ela se aproximou e ele a beijou. Um beijo gentil e intenso. Ela se afastou, os olhos prendendo os dele em um olhar perscrutador e malicioso. Então foi ela quem o beijou. Um beijo urgente, exigente.

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⏰ Última atualização: Feb 06, 2020 ⏰

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