You're mine? - Han Jisung

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Eu estava completamente nervosa naquele momento.

Eu andava de um lado para o outro com o celular na mão decidindo se ia ou não falar com Han Jisung sobre o trabalho de literatura.

Shakespeare. Eu adorava Shakespeare e seria moleza falar sobre Romeu e Julieta, sendo que o mesmo era meu livro preferido.

E de repente, senti meu quarto arrastar as paredes me sufocando cada vez mais. Tirando todo meu fôlego e sanidade. Uma única frase rondava minha cabeça: "Vai passar vergonha outra vez Kwan Yume"

E antes de tomar uma decisão, senti meu celular vibrar, em seguida desbloqueando meu aparelho e lendo uma mensagem:

Han: olá Yume, sou eu Han Jisung. Sobre o trabalho de literatura, podemos nos ver ainda hoje?

Yume: Claro que sim. Onde?

Han Jisung me deu um endereço de um café. Eu sentia que meu peito ia apertar meu coração e fazê-lo em pedaços a qualquer segundo.

Se eu ficar sozinha com ele, vou falar besteira, vou fazer besteira, vou passar vergonha.

- Noona? - Kai pergunta vendo meu estado frustrante. - Vai fazer um buraco no chão se não parar de andar de uma lado pro outro. Dá pra ouvir do meu quarto! - O garoto se aproxima de mim e eu o olho por cima.

Eu não era muito baixa. Diria que eu era mediana, quase da altura do Jisung, mas meu irmão mais novo era muito mais que alto no meu ponto de vista.

- Bom, sabe o cara que te falei? - Ele faz um sim com a cabeça. - Bom, ele me chamou pra sair...

- Isso é bom não é? - Kai pergunta me interrompendo e eu assinto.

- Mas é só para um trabalho que temos que fazer. Não é um encontro de verdade. - Tento explicar.

- Mas já é um começo! Tem que ver como pode chegar e conseguir se declarar pra ele. - Heuning Kai, a pessoa mais madura que eu conhecia.

Como eu era capaz de dar conselhos amorosos a alguém e não sabia que rumo tomar quando se tratava de mim?

- Vai falar com nosso pai, ele te leva. Vou te ajudar a escolher uma roupa legal e descontraída.

- Ok. - Digo por fim vendo Kai escolher uma roupa enquanto eu desço as escadas.

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Kwan Yume, você é uma completa vergonha nesta casa! - digo a mim mesma olhando meu reflexo no espelho.

Eu parecia uma adolescente usando roupas de treze anos.

Um vestido amarelo, não tão justo, uma jaqueta jeans claro, uma tiara amarela segurando meu cabelo, que mal percebi o quanto havia crescido do último ano. E por fim, um tênis branco.

Eu estava ridícula ou era apenas o medo de chegar de qualquer forma na frente do meu amor platônico do ensino médio, vulgo Han Jisung?

- Noona, você está muito linda. Se esse tal de Han disser ao contrário, ele é um babaca! Me diz se ele fizer isso ok? - Assinto parada de frente ao carro preto do nosso pai.

Depois de alguns segundos pensando se realmente viria, entrei no carro e meu pai deu partida, indo direto a cafeteria.

Era mais ou menos uns vinte minutos da minha casa de carro, e acabei percebendo que se eu tivesse demorado mais um minuto, Han Jisung teria saído de lá de tanto esperar.

Dei de frente com ele quando saí do carro, ele estava com uma jaqueta vermelha, uma blusa branca e um jeans preto rasgado. Os tênis de uma marca qualquer. Eu não sabia o nome de tantas marcas mas com toda certeza aquele deveria ser famosa entre os populares.

- Oi! - Ele sorri.

Aquele sorriso.

- Já ia embora? - Meu pai pergunta olhando para o garoto com cara de tédio.

Super protetor: era aquela frase que lhe definia.

- Está com quase uma hora que eu espero a Yume. Achei que ela iria me dar um bolo! - Ele diz coçando a nuca.

- Coisas que todas as mulheres fazem! - Mais uma vez meu pai diz. - Elas sempre demoram pra se arrumar.

- Pai! - Reprimi.

- Ok, só não quero que façam minha filha de idota! - Ele diz.

- Não se preocupe. Não faria isso com ela. - Han se explica com um sorriso fofo. - Então, vamos Yume? - Estendeu a mão pra mim e eu segurei recuosa.

- Até mais Yume! - Papai diz e me dá um beijo na testa de despedida. - Qualquer coisa me ligue ok? - Assinto. - Te vejo mais tarde.

Han faz uma reverência e meu pai finalmente entra no carro dando partida de volta pra casa.

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  - Não acredito que vamos estudar Shakespeare, ainda não creio nisso! - Han Jisung diz em um tom sério.

- O que tem Shakespeare? - Pergunto tentando puxar assunto. Estavamos calados há um bom tempo.

- É que o único romance que eu leio está nos mangás. E se eu não entender nada do que ele escreve? - Ele olha pra mim apreensivo.

- Você vai. E se surgir alguma palavra estranha, é só ir no maior fofoqueiro do mundo. - Bebo um gole de café.

- E quem é o maior fofoqueiro do mundo? - Ele diz confuso.

- O Google Ué! - Ele cai na gargalhada.

- Sabe Yume, você sempre me faz rir! - Confessa. Sinto minhas bochechas queimarem. - Desde que entrou naquela escola, você sempre foi assim e eu gosto. Por sorte, sempre estamos na mesma sala. - Ele desvia o olhar para outro lugar.

E quando eu finalmente ia conseguir dizer o que achava dele minimamente, certas coisas vem nos atrapalhar.

- Oi hyung! - Diz um garoto pálido sentando ao seu lado. Logo depois, a mesa está cheia de garotos, me tendo como a única garota da roda.

- Isso é mesmo sério?