₍🔴₎É só sangue

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O que se faz quando seu namorado está carente e você vive trabalhando? Tira uma folga.

Foi isso que Xiaojun - apelido pelo qual ele preferia ser chamado - fez, tirou um dia de folga, e seus planos eram passar ele inteiramente com YangYang.

E era isso que está fazendo, a partir do momento em que acordou o mais novo com beijinhos, e se grudou nele feito um coala.

YangYang era universitário, estudava de manhã, e a tarde trabalhava em uma cafeteria. Tinha pegado férias para estudar para suas provas, só que as provas já haviam acabado, e as suas férias não.

Então passava o dia inteiro mandando mensagens para o namorado, mas quase sempre levava horas para receber uma mensagem. Até que na semana passada, Xiaojun disse para ele escolher um dia, que eles iriam passar ele inteirinho juntos.

Com certeza ser acordado com um monte de beijinhos pelo rosto era a melhor coisa do mundo, depois ser abraçado como um ursinho também. O único lado ruim era que tinha que se levantar, ir no banheiro fazer a higiene, para ai sim, receber um beijo na boca.

- Levanta, Liu. - Se levantou da cama parando de abraçar o mais novo.

- Sai, não quero. - Se cobriu de novo até à cabeça.

Xiaojun ao ver à cena percebeu que seu namorado poderia ficar mais velho, mas sempre seria uma criança.

- Levanta, vai. Eu faço algo 'pra gente comer, e passamos o dia inteiro olhando filmes abraçados, que tal? - Viu o namorado tirar à coberta da cabeça e o encarar com um bico nos lábios.

- Ok, você ganhou. - Se levantou da cama meio tonto ainda, pronto para sair do quarto.

- Não vai no banheiro?

- Eu já fui. - Continuou com o bico.

- Desce, já vou.

- Ta bom.

O mais novo desceu enquando Xiaojun arrumava à cama, YangYang não servia para isso, acabaria se jogando e voltando a dormir. Antes de sair do quarto pegou uma bandada e foi colocando durante o caminho até a cozinha.

- Cheguei!

- Eu babo com você de bandada. O homem bonito.

- Eu sei, mas agora foca, você vai me ajudar.

- OK, mas desde quando tu sabe cozinhar?

- Aprendi com o Kun.

- Entendi, no que eu posso te ajudar senhor Dejun?

- Seguinte.

Depois de receber suas ordens eles começaram, isso seria o almoço, já que eles acordaram onze e pouca da manhã.

Estava tudo fluindo, YangYang fazia umas perguntas de vez enquando, e roubava uns beijos do mais velho, mas nada que Xiaojun não esperasse.

Durante os preparos, Xiaojun acabou se atrapalhando e se cortando. Tentou esconder do mais novo, já que Yangyang para sangue era a mesma coisa que ele para barata, não daria certo. Não conseguiu disfarçar à cara de dor e o sangue que escorreu e caiu no chão.

- 'Tá tudo... Meu Deus. - Falou o Liu encarando à cena com os olhos arregalados.

- Vira para o outro lado. - Ordenou o mais velho do local, ordem essa que não foi obedecida.

- Deixa eu ajudar! Meu Deus do céu, 'to com medo!

- Pega à caixa de primeiros socorros e tenta não olhar, ok?

- Tá bom. - Foi a procura da caixa que ficava nos armários da cozinha, tentando não pensar no que viu.

Xiaojun tentava esconder à cara de dor, não estava doendo tanto assim. O medo dele era o de YangYang desmaiar.

- Achei! - Se virou para o mais velho. - Ai! - Quase deixou à caixa cair, mas conseguiu pegar antes.

- Consegue arrumar?

- Consigo, eu acho. - Se aproximou do mesmo, com um pouco de medo. Xiaojun estendeu a mão e o mais novo engoliu a seco.

- Limpa primeiro.

- Ok.

Xiaojun quase riu do mais novo todo nervoso limpando o machucado, só não fez isso por causa da dor.

- Meu Deus do céu, 'tá saindo mais. Xiaojun manda para, EU QUERO A MINHA MÃE!

- Calma! Olha para mim. - O mais novo olhou. - Respira!

- Ok. - Terminou de limpar. - E agora?

- Faz o curativo.

- Como se faz isso? Eu não sei fazer.

Xiaojun tinha duas opções, a de ser um namorado bom e explicar, ou a de meter medo.

- Yangyang se tu não fizer isso rápido vai sangrar mais!

- Calma! 'To fazendo, 'to fazendo. Não sai, pelo amor de Deus. Fica ai dentro, na escola dizem que o sangue serve para ficar dentro do corpo, então fica ai, ok? - Parou de mexer. - Deu?

- Deu. - Se permitiu rir do mais novo.

- Não ri! Eu 'tava nervoso!

- Eu sei, eu sei. - Deu um selinho nele. - Estou orgulhoso de você.

- Mesmo?

- Uhum.

- Eba! - Deu outro selinho no mais velho. - Eu sou o seu herói!

- Aham, o meu herói pode limpar o chão? - Falou e se segurou pra não rir da cara do mais novo, que até então não havia olhado para baixo.

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