— Cam, para — seguro sua camiseta impedindo que ele ande — estou cansada, na verdade todos estamos, não aguentamos mais andar.
Cam se vira.
— Aí meu Deus, Sky seu nariz — passo o dedo pelo local e logo vejo o sangue manchar meu dedo indicador — precisamos procurar um médico para você, Shawn me mataria se algo de ruim acontecesse com você, eu me mataria.
Dou risada.
— Não exagere, isso é imunidade baixa, super normal por causa da mudança trágica de tempo.
Cam pareceu reputar aliviado.
— Tem certeza de que está bem?
Assenti.
— Você mentiu para ele — Rose sussura no meu ouvido — sabe que não pode esconder isso para vida toda.
Suspiro.
— Não, eu não passo, mas eu vou.
Rose abraça meus ombros, enquanto caminhávamos até um bar qualquer. Cam, estava apresivo enquanto abraçava o próprio corpo por conta do frio.
— Olá boa noite — Rose cumprimenta o barman.
— Olá senhoritas, querem alguma bebida? — um sorriso enorme estampou meu rosto, ao ver que o cara sabia falar inglês perfeitamente, pelo jeito ele também percebeu meu sorriso.
— Queremos apenas uma água e um telefonema — digo o mais gentil possível.
O barman abre um sorriso, um tanto galanteador.
— Creio que é contra as regras passar meu número para clientes tão lindas, mas vale o sacrifício — olho para Rose, que me encarava rindo.
— Acho que você nós interpretou mal, precisamos fazer uma ligação para o meu namorado — o rapaz de olhos verdes e cabelos tão loiros quanto os meus, suspirou.
— Eu... me desculpe.
Cameron pigarra se sentando ao meu lado.
— Uma tequila — ele pede sem ao menos olhar a cara do garçom, Cam estava calado demais para meu gosto.
— Claro, a senhorita pode usar o meu celular — ele me estende o aparelho idêntico ao que eu perdi, só que da cor preta.
— Obrigado, só mais uma coisa, onde estamos?
— Rue du Faubourg Saint-Denis, no bar Le Syndicat — tive que fazer um grande esforço para decorar aqueles nomes, era péssimo não saber falar francês — Obrigado.
— Nada.
Digito o número de Shawn, que era Internacional para minha sorte.
Cinco minutos depois uma voz cansada atende o telefone.
— Alô?
Um alívio toma conta de mim ao ouvir sua voz.
— Amor?
— Sky, que número é esse, onde você está? — o tom de preocupado era visível na sua voz.
— Perdi meu celular, tive que pegar esse emprestado com um barman, estou em um bar
— digo nome do local e do estabelecimento.Shawn diz que iria pegar o IPad para ver a localização.
— Puta que pariu, isso é a quatro horas do hotel — arregalo os olhos, como eu havia andado tudo aquilo? — Pelo que eu tô vendo o bar é vinte quatro horas, já mandei mensagem para o motorista, nós vamos buscar vocês, não sai daí, ouviu amor?
— Claro.
— Eu tô indo em dois carros com a Cami, quando eu chegar aí, espero que Cameron me dê explicações do que aconteceu.
Olho para meu amigo, que balançava o copo, observando o líquido amarelado.
— Ele não teve culpa.
Eu precisava saber o que estava acontecendo com Cam.
— Não importa, ele tinha que cuidar de vocês, já pensou se algo de ruim tivesse acontecido, eu nunca me perdoaria por perder você.
— Eu sei me cuidar, eu não quero que discuta com o Cameron.
— Está bem.
Desligo o celular sem me despedi, caminho até o balcão e entrego o celular para o dono.
— Cam? o que você tem? — pergunto baixinho, ignorando o papo de Rose com um francês qualquer.
— Me sinto inútil.
Encosto minha cabeça em seu ombro.
— Como assim?
— Eu não quero falar sobre isso.
Ele abaixa a cabeça.
— Ei, você pode confiar em mim.
— É... mas, não posso confiar em mim.
— Do que está falando?
— Já disse, não importa.
— Eu me importo com você.
Ele me encara, seus olhos estavam meramente lacrimejando.
— Não diz isso é doloroso.
— Ãn?
— Preciso de ar — ele se levanta apressado deixando dinheiro sobre o balcão.
— Não vá muito longe, Shawn está vindo nós buscar.
Percebo os ombros de Cam cair quando já estava perto da porta.
Eu só queria saber o que tanto ele esconde.