Frio...
Está frio...
Não sei como ainda não me acostumei a viver em um ambiente desses, era tudo escuro, e sujo. Era uma espécie de depósito em que eles me mantinham, porém possuía um sensor de segurança máxima. Desde que me lembro, eu vivo nesse lugar, já faz anos que eu não vejo o nascer do sol.
É daqui para a sala de experimentos, da sala de experimentos para cá.
O local não era tão arejado, posso dizer que seja úmido também por conta de uma deficiente de um encanamento descente. No caso, só possuía uma única janela que permitia um pequeno rastro de luz entrar, o qual eu me permitia ficar em baixo para poder sentir o mínimo do calor que o sol esbanjava. Havia um pequeno local onde possuia um chuveiro e algumas roupas, também possuía Uma cama em um canto e no outro canto uma porta imensa de metal maciça, por onde eles me passam comida. Me pergunto como alguém sujeita outra pessoa a viver nessas condições?
Não é grande coisa viver aqui, se é que eu vivo, minha vida não pertence a mim, nunca pertenceu. Sou capacho do governo do meu país, sou praticamente um rato de laboratório, mas se isso quer dizer que algum dia serei útil para meu país, então isso de certa forma me torna prestativa, pelo menos terei sido útil para alguma coisa.
Só não sei até quando meu corpo vai aguentar, já passei por tudo que um corpo humano ousaria não suportar. Pelo que eu ouvi de um dos sargentos, meu tipo sanguíneo é incomum, dizendo eles, que é raro. Meu tipo sanguíneo não possuía classificação, ele não era A, A+ ou A-... Ou AB, O+ ou O-.... Ele não estava em nenhuma dessas classificações, quando o governo ficou sabendo disso tiraram-me de minha mãe e começaram a me criar para ser um mísero rato de laboratório. Me usam como um instrumento de estudo para seus interesses, tudo medíocres! Um bando de egoístas medíocres!Ainda estou com frio...
Junto meus joelhos até a mim, meus dedos machucados os abraçam no intuito de dissipar o frio. O vestido que um dia já foi branco, era agora, marrom, talvez preto. Nunca fiquei bem de branco mesmo... Uma fresta de luz invade o meu espaço no colchão, fiquei por uns instantes olhando aquela luz refletida no colchão próximo aos meus dedos do pé, estava perdida naquela luz, quando percebo que a porta estava aberta e possuía um Tenente parado em frente a porta me olhando.
Pelo visto estava na hora de mais uma sessão de tortura...
Sem falar nada eu me levanto devagar, meu corpo magro e fraco não aguentaria se eu me levantasse de uma vez. O tenente vendo minha dificuldade para levantar, caminha em minha direção, suas mãos tocam meu braços finos oque fez com que eu recuasse de dor, todo dia meus braços eram violentados por agulhas, consequentemente estavam sempre doloridos.– está tudo bem, Haru. Eu não irei lhe machucar, quero te ajudar.
Seu olhar de pena em minha direção fazia com que eu me sentisse um pouco segura, mas mesmo assim com medo.
– se quer me ajudar, me ajude a fugir daqui. — minha voz saia fraca e sem esperança alguma.
– sabe que eu não posso, Haru. Eu detesto vê-la assim, realmente detesto. Mas infelizmente eu tenho que seguir ordens. Haru, você entende que é propriedade do governo? Você não possui vontades, você não possui desejos, é o país que decide por você, os seus desejos e suas vontades, são os desejos e vontades do nosso país. Eu sei que não é fácil viver dessa maneira, não é o ideal. Mas infelizmente eu não posso ajudá-la. — eu via sinceridade em suas palavras, mas mesmo assim eu não conseguia acreditar.– não me olhe assim, não precisa ter pena de um experimento.
Ele termina de me ajudar a levantar e então coloca as algemas em meus pulsos e uma corrente em meu pescoço. Me sentia um completo verme, mas era necessário, eu nasci para isso... Quero dizer, se eu nasci com um sangue que nem mesmo possui classificação alguma como eu poderia ter uma vida normal como a de todos?
Ele me seguia me guiando para fora daquele depósito horrendo, assim passando por corredores escuros.
Era tudo escuro, tudo tão triste, tudo tão...minha vida.
Ao chegarmos na sala de experimento, era sempre a mesma coisa. Eu vestia um um short legging e um top, assim teria mais acesso para as agulhar perfurarem perfeitamente o meu corpo, e eles teriam uma visão melhor dos efeitos terapêuticos e colaterais dos testes.
Ao me colocarem na cadeira de testes, já sentia calafrios, porém eu não estava ligando, eu estava apenas em um estado vegetativo. Eu sentia eles me trancando naquela cadeira, me deixando presa para que eu não tivesse chance de escapar. Meus pulsos eram prensados, minhas pernas eram prensadas, eu me sentia completamente presa.
Ao terminarem de me prenderem a cadeira, eles me deixam só na cabine de teste e vão para a sala de controle que ficava em frente a sala de testes. Tinha um espelho enorme na sala, eu conseguia ver meu reflexo, meu doce e acabado reflexo. Eu sabia que eles estavam me olhando por aquele espelho, era aquele espelho que permitiam ver o meu sofrimento.Chegou a hora... Dois homens entram na sala vestidos com macacões protetores, como se eles não quisessem ser infectados pelo o parasita que estavam em suas seringas.
Eu continuava a olhar para meu reflexo, olhando as marcas em meu corpo, meus olhos fundos, minha magreza... Quando sinto as seringas perfurando a minha pele, e algo simplesmente invadir o meu corpo...
Eu estava grog, eu estava queimando, eu sentia meu corpo queimando. Eu sentia como se eu estivesse morrendo, estava tudo doendo. Meus gritos de agonia e dor ecoavam pela a sala de teste, meu corpo frágil estava entrando e colapso. Eu estava tão agoniada que nem percebi que estava forçando as fechaduras da cadeira, sem perceber eu tinha quebrado a cadeira em instantes, como se a cadeira de aço fosse feita de palito de dente, depois que eu me dei conta do que fiz, só senti meu corpo desligar e cair com força em direção ao chão.Eu morri? Será que finalmente essa dor vai sumir? Eu morri?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Seguimentos - Imagine Jeon Jungkook
FanfictionHaru é consequência de um experimento do governo, seu corpo foi explorado para diversas pesquisas científicas, onde uma delas resultou em uma força descomunal. um vírus que ao ser injetado em seu corpo e ao se misturar com as moléculas de seu DNA c...