III

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Essa garota é totalmente louca, me mantenho em uma postura impecável quando estou cavalgando, Alaska está totalmente torta em cima de um dos bichanos mais tranquilo da aldeia, já que os do castelo tem acesso proibidos para damas e óbviamente que não a colocaria em cima de Magnus que com toda a certeza do mundo a faria voar no primeiro toque.

- Já falei e volto a repetir, postura reta Alycia!

A vejo descendo com dificuldade do pequeno animal que logo se afastou mostrando estar tão no tédio quanto eu.

- Eu desisto Alexia! Não sirvo pra isso, provavelmente meus pais estavam certos desdo começo - Diz com um bico cruzando os braços.

Cansada, pego ela pela mão a puxando pro meio da floresta, foi reclamando a cada passo dado e se calou quando viu a linda árvore com frutas vermelhas.

- Eu costumava a vim quando não pertencia a realeza, lembro de correr e montar diversas vezes, ia até o topo observar o mundo.

Viajo nos flash do meu passado, sentindo a nostalgia com uma imensa saudades. Pensar em tudo o que eu faço para o duque sem o mesmo saber, as mentiras e traições, chega a dar desgosto de mim mesma, pelo menos acredito que é uma evolução perceber que todos somos ruins, uns apenas são de maneiras diferentes que outros, jamais quis me enfiar em um palácio cheio de fortuna e ter que fazer tudo isso para que minha família se mantenham de pé. Chega a ser engraçado todos eles orgulhosos da filha mais velha ter sido esperta de conquistar e se casar com alguém tão importante para o reino.

- Cores, que cor usará no baile da primavera?

- Irei com todas as cores - Dei de ombros.

- Acho que ficaria estranho, sendo sincera, qual o motivo de tanta cor?

- É apenas por eu gostar de variações em todos os sentidos - Mordo os lábios percebendo a mesma me analisando.

Me pego perguntando se o que meu instinto me diz é realmente verdade, meu radar a maioria das vezes não costuma a falhar e por incrível que pareça, a atração chega a arrepiar qualquer ser que por um momento reparasse nos detalhes.
Balanço a cabeça tentando tirar os pensamentos que me deixam estranha, tudo é novo demais.

- Está ficando tarde Ally e já deu nosso horário, vamos que ainda preciso passar na biblioteca.

Levanto andando com firmes passos escutando os galhos molhados sendo quebrados atrás de mim e a princesa se esforçando para me acompanhar. Assim que voltamos, fui direto na porta de prata com detalhes de esmeraldas cristalinas, entrei procurando rapidamente o livro.

Lolita - Vladimir Nabokov de 1955

Sinto a textura da capa com imenso prazer, cheiro de livro que chegou nas pratileiras do nosso reino faz pouco tempo, o pego satisfeita com a Linda escrita poética envolvente do narrador, bem complexa a leitura pelas peculiares escolhas das palavras e o tema diferente, algo proibido, igual as minhas atitudes, assim como meus gostos extremamente impuros, entendo o personagem principal ter sua compulsão por Dolores, não tive outra alternativa também a não ser se envolver com belas mulheres e talvez eu seja doente por isso.
Finalmente descansando em minha cama, o toque macio dos novos tecidos de algodão me fazem flutuar em minha imaginação, molhando a boca seca com a água na escrivaninha ao lado, respiro profundamente tentando entrar em um equilíbrio comigo mesma, a meditação me deixando cada vez mais leve, esquecendo completamente de tudo.
Sinto suaves mãos em meus cabelos, mantendo meus olhos fechado aprecio o carinho totalmente aconchegante, ato que depois de muitos anos não me recordava da sensação.
Me assusto quando me deparo com a princesa do meu lado, nos meus aposentos, me tratando de forma tão íntima sem nem sequer ter um pingo de pudor.

- Como pode entrar no meu quarto dessa forma? - Zangada fico de frente a frente.

- Seus cabelos são muito bonitos soltos e quase nunca os deixa dessa forma. Perdoe-me a inconveniência, Alex.

Suas bochechas coram envergonhada, o silêncio constrangedor predomina o lugar e me recuperando novamente, na tentativa de fugir, digo estar cansada pelas longas horas de rotina.

- Provavelmente vai ser melhor se descansar, amanhã espero as aulas depois que eu tocar piano.

Alycia vai sem nem dar motivos decentes para ter ido até meu quarto, me deixando completamente confusa e perdida.

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Me sinto orgulhosa em ver os resultados do meu acordo, quem diria, primogênita da rainha estaria literalmente preparada para se defender se fosse necessário.
No campo de treinamento minha barriga dói de tão engraçado que é ver o rosto delicado de Ally cheio de poeira, ela levanta pela vigésima vez.
Competitiva, penso comigo a derrubando novamente no chão, prendendo a mesma, deixando a pirralha sem escapatória.

- Você sempre vai cometer os mesmos erros? A raiva te deixa imbecil, segure esse sentimento Alaska! Seja certeira e eliminará o oponente, espere ele vim até você e ataque no ponto letal - Parando de se debater, suas unhas cravam na minha blusa puxando para perto, sinto sua barriga descer e subir em desespero encostando em mim.

Seus olhos brilham com a adrenalina no corpo, pele quente suada com aquele vento, poderia facilmente a deixar doente.

- Terminamos por hoje, precisa controlar suas explosões de raiva e se manter calma - Aperto seu ombro a tranquilizando.

Vou até meus aposentos já reconhecendo Pandora na porta me esperando, minha Aia, somente minha, durante todos esses anos que estou na realeza. O Duque resolveu escolher alguém com gostos diferentes do meu ou pelo menos é o que ele acha, uma dama de companhia que se relaciona apenas com mulheres, outra atitude que foi reprovada pelos demais, só que felizmente era tarde, eu conheci Pandora e não aceitei outra pessoa no lugar.

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⏰ Última atualização: Sep 18, 2023 ⏰

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