Mudando

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John:

Abro os olhos em minha cama, estou meio tonto, sinto o travesseiro um pouco molhado e me sento na cama. Olho o relógio na cômoda e são 09:13. Estico os braços tentando acordar totalmente. Fico parado na cama tentando raciocinar com oque aconteceu ontem a noite.

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Me lembro que estava no sofá assistindo alguma coisa quando o telefone toca, eu olho minha tia indo atender o telefone mas logo minha atenção volta a televisão, ouço ela chorando baixo e a olho, ela está olhando diretamente para mim, com uma das mãos na boca tremendo e a outra no telefone, a olho com cara de desentendido. Logo ela desliga a chamada e vem devagar em minha direção com os olhos em lágrimas, ela me abraça calmamente, mas logo me aperta forte, eu a abraço também

eu: oque aconteceu tia?

Me parecia que ela não conseguia abrir a boca para me falar, eu a sentia tremer em meus braços, ela se afasta com cuidado e me encara

Carmem: eu quero que você fique calmo está bem?

Ela fala com a voz trêmula e chorosa

Carmem: oque eu vou te dizer não vai ser fácil, mas também não há outra forma de te dizer... Os seus pais...

Eu entro em um pequeno pânico e minha respiração fica pesada. Eles estavam em uma viajem de negócios e voltariam amanhã

Carmem: O avião em que eles estavam...

Senti uma dor enorme no peito, e meus olhos começarem a lacrimejar, não consegui terminar de ouvir minha tia, sai correndo para meu quarto. Eu não precisava que ela falasse oque aconteceu, eu não queria ouvir. Me joguei na minha cama chorando, gritando de desespero, depois de muito tempo acabei dormindo

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Ainda sentando na cama, aperto o lençol com minhas mãos e solto algumas lágrimas, quando ouço alguém bater na porta, limpo meu rosto rápido

eu: pode entrar

Minha tia entra devagar e me olha com uma cara triste

Carmem: querido, eu sei que você não vai querer falar sobre o assunto, mas... você sabe que pode contar comigo, eu vou te ajudar sempre

Eu fico em silêncio, ainda na cama, olhando para o chão, sinto uma leve inclinação no colchão, e a mão de minha tia em meu ombro

Carmem: olha, sei que é muito difícil passar por isso, mas também tenho algo que você irá ficar irritado, eu vou entender mas...

Minha tia é muito direta em falar as coisas, ela nunca se desvia do assunto e chega lá em um instante, mas agora, parece que ela está aos poucos pensando nas palavras, em como torna-las mais delicadas

Carmem: eu já avisei sua avó sobre o ocorrido, e... nós decidimos que será melhor você morar com ela, até terminar os estudos pelo menos

Na hora eu travei. Minha vó mora longe, muito longe, em outro país, a vejo muito poucas vezes, mas gosto dela. Estava em choque com oque minha tia disse, e mesmo odiando aquela ideia eu assenti, pois minha tia não tinha uma vida fácil, tem despesas e um simples apartamento onde nem fica direto, ela passava o dia trabalhando em uma cafeteria, de garçonete, não ganha muito. Então sei que não conseguiria "cuidar" de mim

Carmem: sua avó já comprou a passagem para você, o vôo irá sair às 10:30, se quiser eu ajudo você a arrumar suas coisas

suspiro levemente levando o rosto, limpo as poucas lágrimas nas minhas bochechas

eu: tudo bem, eu consigo arrumar sozinho

Carmem: está bem querido

minha tia se levanta dando um beijo suave em minha bochecha, ela sai do quarto fechando devagar a porta. Me levanto da cama e vou ao banheiro fazer minha higiene. Arrumo minha mala meio rápido, não estava me preocupando direito com as coisas. Desço as escadas com uma mala na mão e uma mochila nas costas, minha tia estava sentada no sofá com uma xícara na boca me olhando com uma cara meio triste. Vou até ela e a mesma se levanta me abraçando forte, retribuo o abraço e sinto meu ombro molhar, olho minha tia e ela está soltando uma cachoeira pelos olhos

eu: tia, por favor, não chora, me sinto mal te vendo assim

falo com uma voz calma

Carmem: é que *snif* eu nunca pensei que isso fosse *snif* acontecer e

eu: calma, não precisa ficar assim, eu vou te ligar toda hora está bem?

digo rápido a cortando, não queria ouvir ela falando daquele jeito. Ela concorda com a cabeça. Dou um beijo em sua testa, e novamente um abraço forte, vou até a porta e saindo mando um beijo a ela. Depois de um tempo no táxi chego ao aeroporto, mais tempo esperando me vejo sentando já dentro do avião

eu: é, agora tudo vai mudar

digo olhando pela janela meio arredondada, soltando algumas lagrimas e suspirando fundo

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muito obrigada por ler, sério. Se puder me dar alguma sujestão de como melhorar  eu agradeço demaaais.  Bjus sz

My little boyOnde histórias criam vida. Descubra agora