Loucuras de Amor

O PRETO!

(introdução).
Estava frio naquela madrugada
A chuva caia lá fora e o vento tentava entrar
A luz do luar iluminava um último porta retrato nosso
A nossa imagem estava coberta de pó
E a cada lágrima minha que caia ela era consumida pelo preto.

(Verso 1). (HOMEM).
Era início de inverno, a paisagem havia sido consumida pelo branco
O resto do vinho e as marcas da noite anterior ainda estavam marcadas em meu quarto
É triste perceber que todo amor que eu te dei desapareceu como folhas em um vendaval
Me deixe sozinho
Eu caminho solitário pelas ruas da cidade em busca de algo para curar minhas cicatrizes
Luzes de néon
Elas estão me afastando da loucura
E me trazendo para perto da tristeza
Está de noite, meus olhos se prendem a um antigo espelho em nosso quarto
Nele eu posso ver a verdade
E ela parece distorcida em relação ao meu jeito de ver.

(Verso 1). (Dentro de sua mente).
Sombras em minha mente, eu gostaria que elas desaparecessem com o tempo
Eu abro meus olhos e tudo o que eu vejo é o preto eterno
Desaparecendo aos poucos
Com uma imagem sua em mãos eu percebo que você era tudo que eu precisava
Porém agora ela foi consumida pelo preto.

(Verso 1). (Homem).
Eu sei que eu devo abandonar o passado
Mas quando eu abro meus olhos você está lá
E nesses momentos é que eu caio na real de que mesmo vivo por fora eu ainda estou morto por dentro
Mas você não está nem aí, não é?
Eu queria esquecer aquela noite
Eu queria esquecer das brigas fúteis que nos levaram a isso
Novos dias chegam, mas os antigos não se vão
Eu queria poder esquecer de você
Meu desejo era que você voltasse
Mesmo decepcionado e triste eu ainda sinto sua falta
Eu estou preso em um mundo em que eu quero ser livre
Mas quando eu abro meus olhos, eu ainda estou preso nas correntes.

(Pré Refrão).
Me diga, por que nada é do jeito que deveria ser?
Me diga, por que todo o nosso amor teve que se dissipar?
Eu realmente quero seguir em frente, mas eu estou preso em um labirinto sem saídas
Me diga, por que é tão difícil dar adeus antes de partir?

(Refrão). (Passado).
Eu entendo que agora estamos em caminhos diferentes
Mas meu coração ainda bate por você
A chama do amor é difícil de se apagar
Agitado e revolto entre meus devaneios, escalando as mais altas montanhas
Esse é o ciclo da vida, chorar e tentar novamente
Deus, se você ainda estiver aí nos ajude
Nós livre de todo o preto que nos perseguem
Deixe a chuva cair enquanto tomamos mais uma dose de cianeto
O gramofone está tocando sua última melodia
E nós dois sabemos o que irá acontecer quando ela acabar
Deixe as estações cantar suas melodias
Palavras ditas em vão causam mais dor do que palavras não ditas
Estou dando meu máximo para que isso dê certo
Entre meus braços nós dançamos a última valsa da noite
As taças de vinho estão vazias
Uma troca de olhares radiantes
Deixe a música tocar, vamos mergulhar noite adentro
A vida deve ser medida por momentos, não por dinheiro
Castelos de areia sempre caiem
E a tristeza sempre renasce das cinzas
Esse é o ciclo da vida
O alvorecer está se aproximando
E o preto parece não querer ir embora
É triste ver você partir, mais meu coração já aceitou essa realidade
Eu estou afundando em seus lábios
E preso a um desejo que não quer me deixar ir
Vamos explodir em euforia, nossos corpos ainda aguentam mais uma música
E com forme o relógio avança, o preto vai consumindo mais e mais nossos porta-retratos.

(Ponte). (Mulher).
O preto é tudo o que eu vejo.

(Verso 2). (Mulher).
Roupas amontoadas no canto
Sendo consumidas pelo mofo e cobertas de pó
Eu olho para elas e o que me vêem a mente são lembranças d.e um dia que eu gostaria de viver novamente
Todas as quatro estações se reúnem em cima de mim
Como o sol em volta da lua
Todos os meus medos e mentiras
Vieram cobrar seu preço
Eu tentei, mas é difícil
É difícil esconder a verdade quando ela parece ser cega pela realidade
Em minhas mãos escorrem o sangue preto que corre pelas minhas veias
Aos poucos ele vai deteriorando meu corpo
E destruindo o meu mundo
Os quadros e fotografias que antes me traziam a luz
Agora estão pretas e sem vida
Eu odeio a minha realidade
Eu fecho meus olhos e me imagino caminhando pela orla da praia
O céu está limpo e o mar está calmo
Mas aos poucos a tempestade se aproxima e o mar se torna agressivo
O que está acontecendo comigo?
Um dia eu terei que me livrar de toda essa dor
Lembrar que existem mais estrelas nessa galáxia infinita
As nuvens estão ficando cada vez mais escuras
E o céu está se tornando preto
Eu confesso que não fui honesta ao meu jeito de ser
Talvez esse tenha sido meu erro.