O som da dor

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"I'm going under and this time I fear there's no one to save me

This all or nothing really got a way of driving me crazyI need somebody to heal, somebody to knowSomebody to have, somebody to holdIt's easy to say, but it's never the sameI guess I kinda liked the way you numbed all the pain"

"Estou afundando e desta vez temo que não haja ninguém pra me salvar
Esse tudo ou nada realmente me deixa louco
Eu preciso de alguém para curar, alguém para conhecer
Alguém para ter, alguém para segurar
É fácil dizer, mas nunca é o mesmo
Acho que eu meio que gostava do jeito que você entorpecia toda a dor"


Fragmentações de memorias daquele dia aparecem em sua cabeça a todo momento.
Lembrar da vida fácil que tinha, de ser uma garota certinha que fazia tudo que os pais queriam, de ter se formado em umas das maiores universidades de música, tocado nos maiores teatros, de ser reconhecida pelos grandes maestros do mundo e ser chamada para tocar em grandes eventos. Essa era vida que tinha, essa era vida de seus sonhos.
Mas ser rebelde por um dia fez com que o universo a castigasse. Era ao menos isso o que Hinata pensava. Sair naquele dia, ficar bêbada com suas amigas e aproveitar a juventude, para ela era algo novo. Poder se divertir um pouco, segundo suas amigas disseram, era o que ela estava precisando.


Mas isso acabou destruindo tudo que tinha.

A noite do acidente que fez com que seus sonhos fossem esmagados assim como foi seu braço esquerdo. O grande acidente na grande rodovia principal da cidade, ficou marcada na história. Um carro desgovernado sendo dirigido por uma jovem, que segundo a perecia, estava altamente alcoolizada. O acidente acabou com a vida de duas pessoas e deixou duas feridas gravemente. Hinata estava naquele carro.
Ela não morreu naquele dia, para a infelicidade de Hinata que queria que acontecesse.
A perda de um membro, fez com que a Hyuuga nunca mais pudesse tocar o seu querido piano. O sonho virou um pesadelo.
E poder ouvir a melodia que tanto a agrada a fez entrar em uma depressão tão profunda, a ponto de desistir de tudo na época.
Hinata se tornou uma pessoa fria e sem sentimentos algum, a não ser que a paixão que tinha pela música ainda restasse, um pouco que seja.

As tentativas falhas de tentar tocar uma melodia apenas com sua mão direita, a fazia chorar toda vez que se sentava em frente ao grande piano que tinha na universidade a qual ela dava aula.
Apesar de ter que ser forçada a desistir da carreira, a garota não queria abandonar a paixão. Então escolheu o outro lado, a qual ela dava aulas de música para uma universidade pequena da cidade a qual morava agora.
As lagrimas cessaram e a morena se levantou, enxugando seu rosto. Ouviu o som do sinal a qual sinalizavam a volta das aulas após o intervalo. Hinata respirou fundo e foi para sua classe.

(...)

Ao caminhar no corredor, Hinata atraia olhares, tanto pela beleza notável da morena, tanto por causa da sua deficiência física. Os passos apresados da morena mostravam o constrangimento que tinha por causa disso.

Sem olhar muito a frente e apressada como estava, acabou trombando com alguém e indo ao chão.

"Ai!"

"Me desculpe!" A voz rouca do rapaz preocupado fez ela encarar a parede que tinha a derrubado.

Era um jovem loiro, tinha um aparência um pouco acabada apesar de ter um rosto bem definido e belo, os cabelos despenteados e a barba rala, mostrava que não se importava muito com a aparência. Hinata logo sentiu o cheiro de cigarro que a incomodou bastante, mas aceitou a mão do rapaz para se levantar.

Novamente o loiro se desculpou e a morena nada disse, apenas se ajeitou e ficou parada.

"Não precisa pedir desculpas."

"Toma mais cuidado aí dona, andar com pressa sem olhar para frente faz acontecer coisas como essa. Mas eu também não prestei atenção."

" É." Hinata esboçou um leve sorriso e logo depois fechou a cara.

O Loiro a encarou a deixando um pouco constrangida. Provavelmente para ela, ele estaria pensando "Uau, ela não tem um braço". Hinata então, seguiu seu caminho.
Mas depois de poucos metros ela escutou a voz do loiro a chamar, se virou para traz e viu que ele tinha um pedaço de papel em suas mãos.

"Desculpe incomodar de novo, mas você por acaso, poderia me dizer onde ficar a recepção? Eu estou procurando um emprego de professor, e sabe como é, chegar em um lugar onde não conheço nada é complicado."
Hinata estranhou quando ele disse professor, não tinha a aparência de ser um músico ou um profissional renomado que era o que a escola exigia dos professores, provavelmente não conseguiria o emprego.

" Er... claro... Vai reto e depois à esquerda, é a primeira porta, vai estar escrito recepção na frente." A morena disse e o loiro assentiu.

"Obrigado... Alias, meu nome é Naruto, prazer."

Hinata assentiu de volta e deu meia volta, voltando a caminhar sem ao menos dizer seu nome de volta.

Naruto nada disse pela frieza dela, ele entendia. Pois mais cedo ele a viu, naquela sala onde só tinha ela e o piano. Sentiu-se culpado por espiá-la, mas não teve como evitar após ouvir os sons de uma melodia, um pouco desafinada porem bela. E se surpreendeu ao ver que estava sendo tocado por uma mão só.

(...)

O som do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora