A Primeira Vez

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Eu nunca vou esquecer da minha primeira vez.

Honestamente, não foi como eu esperava.

Posso te contar? Acho que temos tempo. Na verdade, tenho certeza que temos.

Eu queria fazer aquilo logo, estava pouco me fodendo para aquele papo de me guardar para o amor da minha vida. Não, minha primeira vez foi com um cara que no início da noite parecia um drogado acéfalo.

Por favor, olhe para mim, você é a primeira pessoa que encontro depois daquele vexame que eu passei.

Eu decidi ir em um bar no centro da cidade. Coloquei a calça que me deixava sexy, fofo e amável. Ele estava lá. Acredita que nem sei o nome dele? Eu não perguntei. Bem, ele era feio pra porra, mas começamos a nos falar. Entre drinks e mais drinks, eu percebi uma coisa: ele nem era tão feio, e eu conseguia entender sua conversa, o que significava que ele não era um acéfalo como eu pensei que fosse.

Às onze e meia ele me chamou para a casa dele dizendo que não ficava muito longe. Eu não estava bêbado, mas estava animado. Ia rolar, finalmente!

A casa dele era pequena. A primeira coisa que perguntei quando ele fechou a porta atrás de mim foi se ele morava sozinho. Ele disse que sim! Poderia ser mais perfeito? Eu pulei naqueles braços malhados e o beijei. Foi bom, o acéfalo beijava bem pra caralho. Na confusão do momento acabamos parando no sofá da sala, estávamos nos beijos mais quentes que eu já havia dado na minha vida...

Até que uma garota ligou.

Ele disse que era gay, assim como eu, tentei não ficar mais nervoso do que eu já estava. Ele apenas desligou o telefone, dizendo que era a ex dele. Parece que ele tinha chutado a bunda dela, mas ela insistia em tentar voltar. Sendo um cara sensato, fiz o que qualquer um faria naquela situação.

Tirei minha calça o mais rápido que pude.

Ele tinha um sorriso legal, eu lembro. O acéfalo me chamou para o quarto dele, coisa que eu neguei logo de cara. A sobrancelha dele se ergueu naquele momento, havia um sorriso safado em seus lábios quando perguntou se faríamos sexo no sofá. Mas novamente eu neguei. Não podia ser daquele jeito, entende? Eu sou um cara ousado!

Apontei para a cadeira que estava desocupada no meio da sala. Ela era de madeira e tinha uma pintura cafona na cor vermelha.

Sim, seria naquela cadeira!

Aos beijos, fomos até o estreito móvel. Fiquei sobre suas pernas enquanto o beijava, ele apertava minha bunda com força. Então eu me afastei, deslizando até o chão para desabotoar a calça dele. Cara, é estranho eu dizer que lembro perfeitamente do nosso diálogo daquele momento? Eu te contarei.

— Espere um pouco! — eu falei me levantando e correndo até minha mochila que estava perto da porta. Tirei um item e o coloquei no bolso do meu moletom com muito cuidado. Depois peguei as algemas e voltei para a sala.

— Eu gosto dessas coisas. — ele sorriu apontando para minha algema. — Vem me algemar, vem! — é claro que eu fui. Coloquei as mãos dele para trás da cadeira e as algemei. Não havia jeito dele deixar o lugar.

— Eu vou matar você. — sussurrei no pescoço dele de forma arrastada.

— Isso, me mata, vai ser ótimo! — ele murmurou jogando a cabeça para trás. Dei a volta na cadeira para ficar em frente a ele.

— Não, eu realmente vou te matar! — falei. Ele não entendeu, claro, porque apenas falou:

— Vá em frente, bebê. — então tirei a seringa do meu bolso e enfiei com tudo na garganta dele. O cara apagou em segundos.

ᴛʜᴇ ғɪʀsᴛ ᴛɪᴍᴇ | + ᴘᴊᴍOnde histórias criam vida. Descubra agora