Número 12.

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                Anna acordou mais desnorteada que da ultima vez, não se lembrava como os testes eram cansativos, com a cabeça girando se levantou e saiu do quarto 213. Tudo que ela queria era poder passar pra sua ala logo e tomar um banho, pois é o que se tem que fazer após cada teste. Depois da verificação na entrada, onde foi apalpada pela 345° vez (sim, ela contava) conseguiu entrar eu "seu" quarto. Um cubículo trancado por uma porta de metal, onde se encontrava uma cama presa a parede, de cor acinzentada como as paredes e o chão, na direita um cabide pendurado com sua roupas, as roupas eram de mesmo padrão a todos: calça e camiseta da mesma cor que as paredes e o teto, a mesma cor que tudo. Era isso, tudo que continha em seu quarto além de uma mini-comoda ao lado da cama na qual se encontrava seu passe. Todos tinham seu próprio passe, só com ele você podia entrar em seu quarto, ou no banheiro, no refeitório ou em qualquer lugar. Ele registrava seu número (nunca seu nome), sua ala, e sua idade. Logo qualquer lugar que você estivesse, logo saberiam. Ela se dirigiu ao banheiro, esperou na fila e entrou em sua cabine, tomou banho e desceu para o refeitório. O refeitório era o único lugar comunitário onde você podia ver as pessoas e sentar-se com elas, mas, nunca se comunicar. A comunicação era proibida.Anna se recorda que da última vez que alguém gritou, uma mulher já com marcas expressas pela idade, número 456. Ela nunca mais foi vista em sua ala. Ela se pergunta todos os dias pelo que aquela mulher deve ter passado, ou quanto tempo estava guardando aquele grito, aquele que está preso dentro de todos nós. Anna sentou na sua cadeira (também enumerada) e comeu sua barra energética da janta enquanto observava sua ala. Ela tinha a fisionomia de todos na sua cabeça, o 678, 0 294, a 980 e principalmente a número 12. Quando alguém sumia, de repente, ela percebia. Toda semana, na qual ela contava os dias a partir dos testes, alguém era levado. Se perguntava quando seria sua vez, para onde iria ou o que aconteceria. Quanto a número 12, lhe chamava atenção por ser uma número de dois dígitos, pois era o único, em sua ala. Era uma garota que aparentava ter sua idade, apesar de nem ela mesma se lembrar quantos anos tinha, tinha os cabelos castanhos na altura da orelha, e olhos muito azuis, era mais magra que o normal, apesar de todos comerem a mesma coisa todos os dias. A observou durante o jantar, e por um milésimo de segundo pensou ter visto ela olhando-a também. Logo após a fila para ser levada ao seu quarto, anna entrou, deitou e começou a imaginar como seria viver fora de sua realidade. Como era antes de sermos todos controlados, ou se um dia tudo isso mudará. Fechou os olhos para que pensassem que ela dormia, o que ela raramente fazia imediatamente.

Anna acordou com o bip de chamada e levantou-se assustada quando viu que ela estava lá em seu quarto. Se pudesse gritar, teria acordado a todos os quartos. A número 12 estava lá sentada a sua frente. Com a porta escancarada, onde era possível ver o corredor vazio, sem inspetor algum. Como? Como isso é possível? Estou sendo testada? Estou sonhando? Ela se perguntou várias vezes. Mas a garota silenciosamente fez um sinal de silêncio com as mãos e a puxou pela braço e lhe lançou um olhar como quem diz: "você confia em mim?", e sem pensar duas vezes, anna fez que sim e a seguiu pelo corredor, pensando o que poderia acontecer.

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⏰ Last updated: Feb 16, 2020 ⏰

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