O Fim dos dias Cinzas

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Aquele seria o fim dos dias  cinzas, dos dias de dor e sofrimento. Olhá-se no espelho não era mais um desafio, era uma conquista. Amarrou os cabelos em um rabo-de-cavalo, ligou seu Mp3 e pós na sua rádio favorita, hoje era o dia dos namorados e ele estava sozinho, mas, se amando. Colocou seu melhor sapato, sua melhor roupa e um par de brincos de pressão, assim, não precisaria furar a orelha. Deu mais uma olhada na frente do espelho e sorriu; desceu para o andar de baixo e pegou a bolsa em cima do sofá, estava pronto para sair.

As ruas da cidade estavam cheias de casais, famílias e idosos com crianças ou cachorros. Tudo estava tranquilo. E Ritsuka queria ir ao jardim, se sentaria lá e aproveitaria o sol do fim de tarde. Ao chegar lá, procurou por um lugar para se sentar, encontrou um de frente para o lago e se aconchegou por lá.

Alguns minutos depois, um homem de longos cabelos louros, se sentou ao lado dele. O homem estava com pincéis e uma tela branca, suas orelhas eram furadas e o seu pescoço estava coberto de fachas.

"Um ótimo dia para pintar, não acha?" Ele disse, tentado inicoar uma conversa.

"Acho que sim, nunca pintei. Apenas faço alguns rabiscos." Respondeu Ritsuka, ele ficou encarando um tempo o homem arrumar os materiais na grama.

"Você quer tentar?" Perguntou o homem, oferecendo um de seus pincéis.

O mais novo arregalou os olhos, surpreso: "Mas eu nem mesmo sei seu nome, como posso confiar se o que apenas quer é que eu pinte um quadro?"

O homem sorriu: "Meu nome é Soubi, eu faço universidade de artes." Disse oferecendo a mão.

"Prazer em conhecê-lo Soubi, eu sou Rituka. Estudante do terceiro ano." Respondeu, apertando a mão do mais velho. "Bem, o que quer que eu faça?"

Soubi pensou um pouco e disse: "Uma borboleta, você pode fazê-la do jeito que desejar"

"C-certo, vamos tentar!"

Ritsuka primeiro fez um esboço com o lápis e então, foi pincelando-o com diversas cores, mas a maioria delas eram de tons escuros.

"Nossa..., tem certeza que nunca pintou antes?" Soubi perguntou, magnificado com o que via.

"Sim, eu... nunca pintei antes. Quer dizer, pelo o que eu me lembre."

A pintura era de uma borboleta em uma caixa de alfinetes, e as cores eram basicamente marrom, preto, verde-musgo e vermelho.

"Ela está linda e tem uma energia... profunda." Comentou o mais velho.

"Acho que são alguns dos  sentimentos presos dentro de mim, ou do verdadeiro."

"Do verdadeiro?"

"Eu não lembro de como eu era antes, antes dos traumas. Minha mãe que nomeou as minhas velhas lembranças assim." Ritsuka respondeu, enquanto fixava na pintura. "Eu não a culpo, ela também passou por muita coisa."

Os dois ficaram conversando até anoitecer, e em pedido de Ritsuka, tiraram algumas fotos. No final, Soubi insistiu em levá-lo para casa.

"A gente podia sair mais vezes" Soubi propôs.

"Vamos marcar! Até logo!" Ritsuka se despediu, entrando dentro de casa.

"Até!" Soubi gritou de volta.

E assim começou uma bela amizade.

NOTAS DO AUTOR

Essa história foi reescrita, ela antes era muito triste e boba. Eu resolvi colocar mas esforço nisso e deu uma one mais curta.

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