Capítulo Único.

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“ O coração dele era gelo.
E eu não seria quente por tempo suficiente, para derrete-lo. ”

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A festa de São Marcos era lindíssima, todas aquelas pessoas em suas túnicas vermelhas, eram realmente um deleite para uma turista latina.

A cada olhar para as construções de pedra, era uma foto que eu captava com as lentes da minha câmera. E carregava em mim a sensação, algo mais que uma simples lembrança, aquela sensação de ter visto tudo isso antes, mesmo que meus pés nunca tivessem tocado esse lugar.

Meus sonhos recorrentes me trouxeram até aqui. Os inúmeros déjà vus e lampejos, contribuíram para que eu, Amartia Vilas, pegasse suas economias e voasse até a Itália, com minha amiga, Mia, estilista, que já estava visitando outros lugares no país conhecido pela moda, pelo mercado abrangente quando se trata de sapatos e botas.

Avistei meu pequeno grupo de turismo mais a frente, e os segui, iriamos entrar dentro de um dos templos, segundo a mulher que nos guiava, era a construção mais magnífica de Volterra.

Nos guiamos para dentro subindo uma pequena escadaria, e realmente o simples corredor com obras de arte e piso de mármore me deixaram encantada. Entramos todos em um elevador, onde uma música clássica desconhecida aos meus ouvidos atentos, podia ser ouvida, talvez fosse Bach, mas eu não tinha certeza, mas assim que saímos, avistei do outro lado, uma pintura de Francisco Goya. "A dama desnuda", me perguntei se era legítima, para mim a maioria de suas obras negras estavam no museu do Prado, na Espanha.

Deixei que o grupo fosse a frente com a mulher, estavam demasiado distraídos com a beleza do local para notarem minha escapada.

Então, quando eles a seguiram, ergui minha câmera e o fotografei, porém toda minha compenetração se esvaiu, ao ouvir gritos, terríveis, em agonia. Abri a boca sentindo um sentido alerta percorrer meu corpo.

E assim, tive uma visão dele, do homem que está em meus sonhos desde que me entendo por gente, segurando em minha mão.

O torpor se esvaiu, quando algo, ou alguém, como um vulto se aproximou e agarrou meu braço em uma força descomunal, me arrastando consigo. Minha câmera caiu, se quebrando no processo.

Logo, fui literalmente depositada em meio a um salão, não antes de ver um homem, carregar o corpo de um daqueles turistas, desacordado, ou morto, e correr em velocidade inumana dali.

Pisquei seguidas vezes sem acreditar no que meus olhos viram. E no medo, a sensação de morte iminente que isto me causou.

— Sobrou uma. — Ouvi uma voz mórbida dizer, então meus olhos se guiaram ao centro do salão, notando três cadeiras, como tronos no centro de tudo. Onde três homens estavam.

Dois deles mais velhos, mas o outro... O outro... Era ele.

— É minha. — Disse ele, a sua voz polida e firme cortando o ar como uma faca afiada arrepiando minha pele. O que fariam comigo? O que eu os fiz?

— Você... Vejo você em meus sonhos. Quem vocês são? — Saiu de meus lábios, enquanto eu o fitava, eu precisava entender isso antes de ser morta. Por ele. Seria isso? Eu o via por ele ser o motivo de minha morte? O grande causador?

— O vê em seus sonhos, bela humana? — Questionou aquele que estava ao centro, como um líder, sua palidez era assustadora, assim como seu olhar que me avaliava atentamente. — Me mostre seus sonhos. E talvez, eu poupe sua vida. — Finalizou.

i belong to you 🌙 \• caius volturiOnde histórias criam vida. Descubra agora