Capítulo *2️⃣*

29 2 0
                                    

No momento em que me apercebi que  faltavam apenas 4 minutos de caminhada me arrependi porque a rua estava completamente vazia com excepção de um barulho de motor que aos poucos se aproximava e pensei comigo mesma, São praticamente 4 da manhã e cá estou eu a caminhar sozinha, me apercebi o que o medo do desconhecido me fazia tomar a pior das decisões, Pensei rápido nas inúmeras opções. Os meus pensamentos foram interrompidos  abruptamente quando o carro além de avançar parou ao meu lado e o vidro realizou, Tive 2 segundos para decidir o que fazer enquanto os batimentos cardíacos do meu coração só aumentavam em ritmo frenético. Enquanto virava ouvi  um barulho que para mim foi ensurdecedor pois tratava se da porta do carro, A pessoa que não tive a oportunidade de ver com clareza agarrou me e pôs  me contra o carro, O mesmo cheirava bebida alcóolica e mais alguma coisa como cigarro ou a famosa Cuca se não me engano. Pensei rápido tentei lembrar de alguma táctica de defesa mais nada me ocorreu, Enquanto me debatia freneticamente percebi que não conseguia me libertar, mil situações passaram pela minha cabeça desde rapto até perceber a mão do desgraçado na minha bunda e o hálito  desagradável ao pronunciar as palavras que me fizeram congelar por segundos enquanto mantinha uma faca no meu pescoço, O homem dizia que o que iria acontecer era totalmente minha culpa por estar desacompanhada naquelas horas da madrugada, Diversas vezes tentei gritar mais quando o mesmo fez o primeiro corte leve e ao mesmo tempo tapava o meu nariz e a boca em simultaneamente comecei a ter o que acredito que seja um ataque de pânico, Comecei a balbuciar enquanto o Homem  levantava a minha saia e rasgava a minha calcinha e em segundos senti o que eu mais temia, Foi tudo muito rápido, A dor, O medo e o pânico enquanto lágrimas silenciosas escorriam na minha face  e da mesma forma que começou terminou e fui jogada no chão humilhada e com os piores temores que uma mulher poderia ter. Não sei em que momento o carro afastou se depois de eu ter visto as botas que o mesmo trazia enquanto  entrava no carro, Pedi perdão a Deus e desejei que aquele carro passasse por cima de mim e terminava com toda a minha dor e humilhação.

Depois do que acredito terem se passado 10 minutos ou mais me levantei e recolhi a minha bolsa e corri para casa enquanto tentava em simultâneo pegar o celular e ligar para a minha irmã mais velha abrir a porta, Quando estava já dentro de casa tive segundos para decidir se escondia ou contava o que havia acabado de acontecer, Mais não foi preciso porque as condições do meu vestido, a poeira na minha pele e as lágrimas na minha face me entregaram e foi como se todas as comportas da minha dor estivessem abertas e comecei a chorar enquanto tremia por não acreditar que tinha conseguido chegar em casa em segurança, Balbuciei o que me aconteceu e a minha irmã ficou estática enquanto me abraçava e nada dizia e no processo o meu pai se encontrava na cozinha a beber água e que se aproximou para perceber o porquê da demora na varanda, depois disso entrei em casa enquanto me dirigia para a sala de estar e sentava na primeira cadeira enquanto ouvia a voz do meu pai e o quanto soava perturbada perante as palavras da minha irmã, Vergonha e medo me invadiram por completo e comecei a chorar sem fazer esforço de esconder enquanto decidia o que fazer e naquele momento lembrei das palavras proferidas por aquele sujeito que tudo foi culpa minha.

O CRESCIMENTO E AS SUAS DORESOnde histórias criam vida. Descubra agora