Com amor, Cupido | KSJ

CINCO ♡ JIN

        O gosto do café quente, que tomávamos, era forte e amargo. Tinha 15 minutos, que nós havíamos chegado a cafeteria e feito nossos pedidos no balcão.

        Sentamos em uma das mesas de frente as enormes janelas de vidro e ficando em silêncio, não era nada ensurdecedor, mas também não era muito confortável.

        Os olhos da garota em minha frente passavam por todo o cafe, como se buscasse por alguém. Vejo um sorriso pairar em seus lábios e tentando acompanhar seu olhar para descobrir o motivo.

        Do outro lado do café, em uma mesa mais ao fundo, havia um homem de pele escura, traços fortes e cabelos cacheados. Com toda a certeza desse mundo ele não era coreano, no máximo podia ser um mestiço sen nenhum traço. O mesmo estava acompanhado por uma senhora de meia idade.

        Não sei ao certo, mas senti uma pontada dentro de mim, por ver como Amor estava radiante ao vê-lo. Clamei para essa sensação fosse gases, mesmo sabendo que não era. Estar com ciúmes de alguém que eu mal conheço é loucura. Estar aqui já em uma grande loucura.

        — Aquele ali. — Apontou para o homem. — É um dos meus melhores amigos. — "Tem mais?", penso arqueando a sobrancelha. — Consegue ver?

        — Ele é invisível por causo? — Percebo que fui rude, quando seus olhos se voltam para mim assustados.

        — Não, mas como você esta de costas, fica difícil ver. — A voz dela sai em um tom baixo e quase de choro. — Os cupidos se reconhecem. — Me arrependo amargamente, por ser um idiota ciumento.

        — Podemos ir cumprimenta-lo. — Sugeri tentando animar a garota.

        — Estou bem aqui. — A voz grossa me assusta. — Oi, velha amiga. — Piscou para Amor.

        Meu rosto ficou extremamente vermelho, o que deixou Amor de olhos arregalados e assustados. Se engana que pensou ser de vergonha, pois estou assim de raiva. E depois de refletir bem, me pergunto: o por que de estar agindo assim?

        — Seu amigo esta bem? — Acho que demorei demais para voltar a realidade.

        — Sim, eu estou ótimo. — Respondi antes que a garota pudesse dizer algo.

        — Bem, quero que conheça Sora. — A mulher que estava com ele antes, nos cumprimenta com um aceno e um "Oi" em sussurro.

        — Este é Seokjin. — Amor aponta para mim, que corrijo a postura e devolveu um aceno educado - apenas para a Sora.

        — Temos que ir. — O homem diz mudando o peso de uma perna para outra. Ele esta nervoso. — Foi um prazer lhe ver. — O desgraçado abre um enorme sorriso para Freya. — Assim que tiver um tempo deveríamos almoçar juntos.

        — Como um encontro de casal? — Indagou fazendo todos olharem para mim.

        Talvez tenha falado alto demais.

        — Não, como amigos. — Respondeu a menina sem graça. — Err... — De novo, me arrependo por essa crise de ciúmes.

        — Foi um prazer conhece-los, tchau. — Sora segura a mão do homem e o arrasta para fora da cafeteria.

        — Kim Seokjin! — Sua voz carregava o tom de repreensão, enquanto seus olhos me encaravam de maneira feia.

        — Nem me olhe assim. — Me sinto constrangido por toda aquela cena. Que diabos deu em mim? — Vamos me conte mais sobre como posso encontrar a minha metade. — Tento mudar de assunto.

        Amor não me respondeu. Apenas comemos em silêncio e saímos para andarmos em um parque ali por perto. Fizemos uma longa caminhada até um banco que estivesse vazio e onde não tivesse muito movimento de pessoas. Estava me questionando internamente sobre o que fiz, quando ouço a voz da garota ao meu lado me trazer de volta a realidade.

        — Você não precisa ter ciúmes de mim. — Ela parecia um pouco inquieta.

        — E quem disse que estou com ciúmes? — Tentei ser indiferente.

        — Você demonstrou. — "e como eu queria não ter demonstrado", ficamos nos encarando por breves segundos ate me dar por vencido.

        — Desculpa.

        — Esta perdoado. — Sorriu de canto.

        — Você ainda não respondeu minha pergunta. — Voltei a pergunta que fiz antes de cairmos em um silêncio constrangedor.

        — Tu tem que descobrir isso sozinho. — Parecia óbvio demais pelo seu tom de voz.

        — Então, por que esta aqui? — Indaguei rude.

        — Para te orientar. — Amor tinha um olhar distante.
        
        — Olha amor... — Comecei a falar, mas fui interrompido pela sua mão fria em meu ombro, sua voz calma e baixa - quase um sussurro.

        — No seu próximo sonho, lhe oriento, okay? — A garota ajeitou o casaco e se levantou do banco.

        — Ei. — Chamei assim que a mesma começou a se afastar. — Para onde você esta indo? — Amor olhou para trás e deu o seu sorriso mais doce.

        — Até, mas tarde, Seokjin. — Pisquei e ela tinha sumido.

        — Amor...

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