Prólogo:

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Havia, há muitas eras atrás, um mundo onde tudo era bom, e diferentes povos conviviam em harmonia, desfrutando de tudo aquilo que a natureza lhes provia. Esse lugar era chamado de Dimensão Universal. Acreditava-se que aquele lugar havia sido criado pela própria magia – o quinto elemento, que estava presente em toda a matéria e controlava o curso de toda a vida, fosse ela animal ou vegetal. A dimensão era como um enorme jardim. Seus campos eram belíssimos; suas florestas, vastas; seus rios e mares eram de águas cristalinas e tudo o que a terra produzia era perfeito.

Os elfos foram a primeira raça a aprender a canalizar a magia, usando-a para atingir seus objetivos, mas sem o intuito de controlá-la. E eles o faziam com tanta graça que os seus encantos sequer perturbavam a natureza das coisas. Depois foi a vez dos dragões. Seu contato com a magia bruta deu origem a uma nova espécie: Homo-Draconatus Imortalis, os dragões élficos. Seus descendentes podiam apresentar-se tanto na majestosa forma dos dragões, quanto na forma delicada dos elfos.

Com o passar do tempo, a raça dos homens começou a desejar que fossem eles, e não os elementos, que governassem o mundo e começaram a criar diversos aparatos para alterar a matéria e os elementos, de forma a atender à suas vontades e caprichos. Essa sede de poder foi chamada pelos elfos de "A febre". O resultado foi desastroso. A terra foi o primeiro elemento a ser afetado. Seus campos se encheram de ervas daninhas; as árvores não davam frutos e nada do que era plantado crescia. Depois foi a vez da água. Os rios e lagos se tornaram lamacentos e muitos deles secaram. Os peixes e outras criaturas marinhas começaram a morrer aos montes. O ar se tornou poluído e, ao invés do cheiro de flores e frutos, o vento trazia o cheiro de coisas apodrecendo. Por fim, tudo o que restou o fogo consumiu. E a magia começou a enfraquecer, provocando o enfraquecimento de raças mais delicadas, que necessitavam dela para sobreviver.

Os elfos, que eram seres pacíficos, imploraram para que os homens parassem de tentar dobrar as forças da natureza à sua vontade, mas estes não lhe deram ouvidos. Estavam tão convencidos de que eles deveria ser a raça dominante que ficaram cegos para todo o resto e já não conseguiam enxergar as consequência das suas ações. Com o tempo, as relações entre os humanos e as criaturas mágicas se tornaram mais hostis. Batalhas foram travadas.

De todas os seres mágicos que habitavam a Terra, os Dragões élficos eram os mais sábios e nobres. Seus mestres eram Órion, o grande dragão vermelho; Delfin, o dragão verde; Shaula, o dragão rosa; Cisne, o dragão azul; Pégaso, o dragão amarelo e Perseu, o dragão negro. Ao perceberem que os humanos haviam se perdido em sua loucura, decidiram que a sobrevivência da Dimensão Universal só seria possível se os humanos fossem aniquilados. Durante aquele período, houveram diversos ataques às cidades humanas e, não fosse pelas novas invenções humanas, os dragões teriam obtido êxito em eliminá-los. Mas ao invés disso, foi a raça dos dragões que quase foi extinta.

Os Dragões mestres, visto que tão poucos do seu tipo haviam restado, apavoraram-se. A partir daí, medidas desesperadas foram tomadas para garantir a sobrevivência de sua espécie.

Delfin foi para as florestas, onde as árvores esconderiam o verde das suas escamas; Shaula encontrou uma caverna, lotada de cristais cor-de-rosa, e adormeceu junto à eles; Cisne voou rumo ao infinito céu azul e nunca mais foi visto; Pégaso, após assumir sua forma humana, foi viver num canto isolado, próximo a um campo de girassóis; Perseu se escondeu numa caverna escura e fria, esperando que, um dia, pudesse reunir-se com seus irmãos novamente.

Apesar de todos os perigos que teria de enfrentar, Órion, decidido que a sobrevivência dos outros seres mágicos era tão importante quanto a de sua própria espécie, permaneceu acordado, para ajudar os elfos em sua batalhas.

...

Certa noite, enquanto dormia, um garoto humano chamado Jesse teve um sonho, no qual o seu mundo estava totalmente recuperado do mal causado pelos humanos. Seus campos voltaram ao que eram antes, seus rios e mares estavam limpos e as árvores voltaram a dar frutos. Mas, aos poucos, o menino percebeu que não se tratava da Dimensão Universal, mas de um outro mundo, nunca habitado.

Ao acordar na manhã seguinte, foi correndo acordar seu irmão, Aaron. Ao contar-lhe sobre o sonho, Jesse implorou que o irmão o ajudasse a chegar até os elfos, pois, se existia um lugar em que a magia ainda podia sobreviver, ninguém mais o encontraria se não eles.

No final daquela tarde, os dois irmão se esgueiraram pela floresta, atravessaram o rio, e depois os campos destruídos, até chegarem à cidade élfica. Eles estavam aproximando-se dos muros quando foram pegos pelos guardas e levados até o rei. Naquela época, o coração do rei, endurecido após perder dois de seus filhos em confrontos com os humanos, não estava apto a ouvir qualquer coisa que eles pudessem lhe dizer. Mas Angus, o primeiro sacerdote do rei, implorou que ele deixasse os garotos falarem, e então, os meninos lhe contaram a respeito da visão de Jesse.

À medida que os garotos iam falando, os olhos do rei se encheram de esperança, imaginando um lugar onde a luz dos seres mágicos e da própria magia não seriam ofuscadas pelas trevas dos homens.

Após esse encontro, que selou o destino da magia, assim como o dos mortais que, à esse ponto, quase a haviam levado à extinção, os melhores sacerdotes e magos do reino reuniram-se e começaram a trabalhar na construção da imagem que os meninos lhe trouxeram e num plano que levaria toda a magia e as criaturas que dependiam dela embora, para sempre.

Quando finalmente a visão estava firmemente fixada na mente dos magos, iniciou-se o processo de materialização da nova dimensão. Os sacerdotes caíram em um sono profundo e, após passar por três dimensões que só podiam ser alcançadas pela mente, encontraram um lugar que chamaram de Dimensão dos Desejos, que era feita de magia bruta e, através dessa força, a nova dimensão foi criada. Foi chamada pelos elfos de Dimensionis Luminis, a dimensão da luz.

Embora os elfos quisessem agir rápido, no que diz respeito à evacuação, ainda foram precisos alguns dias para que todos se preparassem para a partida.

Foi ao entardecer de uma primavera que tudo finalmente foi acertado. Os humanos estavam, em sua maioria, terminando suas atividades diárias. Os guardas estavam a postos em cima dos muros das cidades. Tudo parecia tranquilo quando ,de repente, ouve um enorme clarão e o céu se rasgou como um véu de seda. Através da fenda, luzes coloridas dançavam e oscilavam suavemente. Os homens ficaram maravilhados. "Os elementos finalmente aceitaram o domínio dos homens", alguns pensaram. Qual não foi o seu desespero quando viram entrar pela fenda, escapando ao seu alcance, toda a magia do mundo e, com ela, todas as criaturas mágicas com que habitavam.

E assim terminou a era da Dimensão Universal, que passou a ser chamada de Dimensão Real, pois era a única que os humanos conheciam e, em sua arrogância, não acreditavam que poderiam haver outras. Os garotos, Aaron e Jesse, foram viver com as criaturas mágicas e, pela bondade de seus corações, foram presenteados com a vida imortal dos elfos, assim que pisaram no novo mundo. Muito foi perdido durante os confrontos contra os humanos. A linhagem real, com exceção de Arthur, filho caçula do rei, foi perdida. Mas, ao longo dos anos que se seguiram, as criaturas mágicas reconstruíram suas vidas e, tudo o que foi perdido, a terra lhes deu em dobro.

...

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⏰ Last updated: Feb 18, 2020 ⏰

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