PS: eu não amo você

Capítulo 1

Já são 5 horas da manhã, quando meu despertador começa a tocar. Nesse momento eu estou tão desnorteada que nem sei o porquê de estar acordando àquela hora! Intuitivamente pego meu celular e olho a tela, é então que vejo a notificação me lembrando que tenho exame de sangue para fazer hoje. Que saco! Além do fato de odiar hospitais, eu também odeio agulhas e todo os seus derivados.

Para me animar e começar bem o meu dia, pego meu celular e coloco alguma música para tocar no aleatório. É então que uma das minhas músicas favoritas, I Love You Baby de Frank Sinatra. Sim, eu só tenho 16 anos mas sou fã de música antiga, elas são sempre as melhores e nunca envelhecem!!!

Estou cantarolando minha música quando minha mãe resolve aparecer

- Ei, Alicia, pare de cantar e se arrume rápido. Não temos muito tempo hoje, depois do exame você vai para escola. - exprime ela, com uma expressão facial de " não me estressa hoje porque não estou pra brincadeira"

Essa é Helena, ou Lena para os íntimos. Ninguém mais ninguém menos que minha mãe, a ruiva mais bonita que eu já vi em todo o mundo! Ela costuma ser bem rígida, às vezes ela me lembra a mãe do Chris de Todo Mundo Odeia o Chris. É tão irônico porquê meu pai tambémtem dois empregos!

Me arrumo rápido e desço as escadas mais rápido ainda. Fico umpouco chateada ao lembrar que não posso comer nada até o exame, que saco!!! Aproveito o tempo que café da manhã da minha mãe e mando um SMS pro meu BFF, Ivo Height. "Meu dia já começou mal, e o seu?Te encontro na entrada da escola." Após o exame, fui direto pra escola e pelo visto eu era a primeira a chegar. Não tinha coisa pior do que ser a primeira pessoa a chegar na escola no primeiro dia de aula. Ainda faltava 30 minutos para a aula, e lá estava eu, desarrumada e lendo um dos meus HQ's preferidos.

Quando entro na escola, me dirijo ao meu armário e encontro Ivo, fico tão eufórica que só tenho uma reação: abraçar meu melhor amigo!

Ivo foi o rapaz com quem eu dei meu primeiro beijo, aos 13 anos. Já éramos amigos antes, e também somos vizinhos desde sempre. Porquê fizemos isso? É simples, ele pediu para eu beija-lo pois ele queria saber se gostava de garotas. E para sua surpresa, não gostava! Eu não tenho amigas, então Ivo desempenha um ótimo papel sendo amigo e amiga ao mesmo tempo, isso é maravilhoso!

Quando guardo minhas coisas, me deparo com quem eu menos queria ver. Mentira, me deparo as com duas pessoas com quem eu menos queria ver. Eu estou tão confusa que não sei quem eu queria ver menos! São meu primo Wesley e uma patricinha da escola, seu nome é Eshiley.

Sobre o meu primo? É simples, ele me odeia. Infernizou a minha infância inteira, fez chacota comigo e coisas horríveis que prefiro nem lembrar. Ele quase estragou minha infância inteira sendo um babaca e idiota. Mas, ele era o cara mais bonito e popular da escola.

- Parece que o Halloween começou mais cedo esse ano, não é Alicia? - disse Eshiley com tom de deboche.

Eu não iria ficar por baixo, então respondi:

- O que você quer? Ah, já sei. Abriram a porta do galinheiro e deixaram você fugir, foi? Ou não colocaram sua ração de galinha essa manhã? Que peninha, se quiser, posso ir até o petshop comprar pra você, querida!

Nesse hora eu olho para o Ivo e ele está com a mão na boca e com seu olhar de surpresa.

Estou no ensino médio, o que é um saco, eu não iria aguentar uma patricinha mimada me insultando sem motivo. E eu sou até mais bonita que ela! Mas cá entre nós, estamos no século 21, não mais nos anos 2000. Hoje em dia qualquer um pode ser popular, basta ser uma pessoa oferecida e gostar de aparecer, nem precisa ser bonita. Olha só pra mim, sou bonita e inteligente e até o ônibus escolar é mais popular do que eu!

- Menina, gostei! É por isso que sou sua amiga. Viu a cara dela? Nem conseguiu responder! - Ivo é o meu comentaristas esportivo favorito, e o meu esporte é ser sarcástica.

- Você sabe como eu sou, mexeu comigo vai ter que ouvir um pouquinho de sarcasmo!

Estou bem longe de ser uma garota popular, mas não era algo que eu queria. Essas garotas faziam de tudo pela fama escolar, se sujeitavam a cada situação que eu me perguntava se valia tanto a pena. Mas, pelo contrário, eu tinha que lidar com os caras que se apaixonavam por mim. Será que essa era a minha cruz?