Em um sono profundo.

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  "Um amante nunca volta atrás com as palavras de seu poema"
     Brenda. Gandini.

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Será que eu morreria sem beijar Justin pela última vez?
  Será que naquele momento eu estaria indo para um lugar onde acredito ser o céu?
  Existiria um lugar mais bonito que os olhos de Justin?
  Eu estou com medo. Medo de nunca mais ver meus pais e Justin.
   Talvez o estresse me levou ao coma, mas agora eu não escuto nada além dos meus batimentos.
   

  Eu e Justin passamos por muitas coisas desde a infância e antes que, ele se afastasse completamente e escrevia cartas e colocava debaixo da cama na esperança de que, um dia nós pudéssemos voltar a sermos como antes.

     Mas quando completei os meus 15 anos, desisti. Eu observava Justin em todas as aulas, como se minha atenção focasse apenas nele. De longe eu vi quem foi sua primeira namorada, de longe eu vi sua primeira decepção mesmo não querendo transparecer para as pessoas.

      Eu não me sentia totalmente mau por ele, por que no fundo sabia que ele teria que passar por situações sozinho, para aprender sobre a vida.

      Eu também não sei nada sobre a vida. Tenho os meus precários 18 anos, meus cisos ainda não nasceram e isso significa que ainda não sou adulta. (Risadas abafadas). Eu ainda não realizei o sonho de beijar Justin com mais pudor e ter um último abraço.
   
      Não quero morrer agora, sem antes ver mamãe e papai comemorarem a bolda de Ouro do casamento deles. Não quero morrer antes de entrar na casa da árvore novamente e ter uma última lembrança.

      Talvez fosse uma parte do coma, no qual eu não entendesse. Poderia ser algo montado pelo meu subconsciente confuso e medroso por morrer. Meu coração doí a cada flash de lembrança que passa na minha frente.

     E o medo de ter sido uma filha e amiga ruim alastrou meu coração. Será que mamãe e papai se orgulham de mim? Será que prestei atenção neles o suficiente pra saber se estavam bem?

     Ou estava muito preocupada em chorar por Justin que não percebi que estavam tristes por mim? E a minha fé? Será que sou digna de ir para o céu e ser feliz de alguma forma?

    Eu queria ter uma outra chance, de dessa vez, eu quebrar regras e me entregar totalmente á Justin, com todo meu coração. Aproveitar com a mamãe quando ela sentar no canto da sala para pintar seus quadros abstratos. Quando papai chegava em casa ele gritava o meu nome, todas as vezes para que eu corresse entre as escadas e pulasse em seus braços como uma criança com saudade de seu papai.

     Lembro de ter feito amizade com algumas pessoas no colegial, mas nenhum com o espírito amigável verdadeiro, pois era sempre o termo "usar" e "aproveitar" de outras pessoas pelo que elas são.

     Ryan, Chaz e Chris sempre estariam em meu coração, desde por o que foram até pelo que eles são hoje.

     E se eu realmente for morrer, quero que se caso existir algum Deus superior que proteja a todos que me amam.

     Eu não mereço, eu sei. Perdi minha fé desde que o dia que me afastei de Justin e isso é imperdoável. Mais um motivo para que eu acerte se eu ter a oportunidade de ter um futuro.

     Mas agora que eu percebi. Sempre me importei com todos, independentemente se eu conhecia ou não, talvez, seria a hora de eu realmente viver e ser feliz. Talvez estava preocupada de mais sendo uma vítima de minhas próprias escrituras da vida, que nunca percebi que eu poderia ser a autora. Acho que sempre tive controle de tudo, mas a fraqueza do ser humano sempre foi desistir. E por todos que me amam, eu lutaria pra sair mesmo não sabendo como.

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