Rastro de Sangue

Prólogo

Era praticamente impossível para Alice deixar a festa de sua irmandade. A cobertura enorme tinha sido decorada com luzes, e uma bola de cristal, que piscava no centro do salão de dança. Ao longo da noite, ela tinha dançado sozinha e também com quase todos ali presentes. Alice balançava seus cabelos castanhos e mostrava um sorriso perfeito para qualquer um que via.

Ela sabia que seu futuro estava garantido, nos últimos dois anos ela tinha estagiado em uma grande empresa da cidade. Recentemente, a empresa lhe ofereceu uma promoção. O salário inicial seria o suficiente para ela renovar as suas roupas, além de poder pagar um apartamento próximo do trabalho. Suas notas? As melhores da turma.

Outra taça foi levada até sua boca, mais dança e Alice não tirava o sorriso de seu rosto. Ela se movia lentamente, seu cabelo balançava se um lado para o outro.

Ela avistou um garoto que ela sabia ser apaixonado por ela. Por que não? Pensou.

Alice foi em direção ao garoto. O efeito do álcool tinha finalmente chegado. Ela segurou o pescoço do garoto sorrindo e o beijou.

-Você quer ir para minha casa?- ele sussurrou.

-Eu tenho namorado.

-Cadê ele?

É verdade, pensou Alice. Onde estava o seu namorado? Ele odiava festas da irmandade, dizia que era apenas um monte de garotas ficando bêbadas e traindo os namorados. Bom, acho que finalmente concordo! Beijar um  cara estando comprometida foi provavelmente a coisa mais fora da lei que ela já havia feito.

-Tenho que ir embora- murmurou.

-Só mais uma dança?

-Não- ela respondeu. -Sério tenho que ir embora.

A contragosto, o garoto a deixou ir. Olhando apaixonadamente para Alice a garota pela qual ele sempre foi apaixonado.

Alice se afastou da multidão indo em direção a saída, até que sentiu mãos a segurando. Nicole, sua melhor amiga era quem a segurava.

-Por favor, fique mais um pouco, para irmos juntas.

Alice pensou em seu namorado e também de que prometera se encontrar com ele. Lamentou o beijo na pista de dança.

-Sério, eu tenho que ir.

-Tudo bem.

-Tenha uma boa noite, te vejo amanhã- e saiu em direção a porta.

Já do lado de fora, pôde respirar o ar puro e começou a caminhar pelas ruas de Boston.

As ruas estavam escuras e Alice tratou de apertar o passo. Seu instinto disse para ter cuidado, pois já era muito tarde.

De repente ela percebeu um movimento, mas quando se virou já era tarde. Sentiu uma dor forte em seu pescoço.

Uma agulha.

Qualquer pensamento de que aquilo era uma pegadinha foi embora quando ela ouviu uma voz grossa e assustadora.

Faça alguma coisa!- pensou, pois tinha consciência que se não fizesse morreria.

Alice conseguiu se soltar e correr gritando por ajuda, mas não foi muito longe, pois a injeção devia ter feito efeito.

O homem rapidamente a alcançou dizendo- Não tenha medo meu amor.

Ela observou o rosto do homem. Ele  usava uma máscara, ela não o reconheceu. Já sentindo o seu corpo todo dormente ela foi arrastada até uma van preta que estava parada na rua e ele a colocou lá dentro.

-Não tenha medo, eu amo você- essas palavras fizeram o estômago da garota revirar.

O homem arrancou com o carro e Alice sentiu lágrimas molhando o seu rosto. Ela sabia que iria morrer. E de repente ela viu o seu futuro desmoronar sem poder fazer nada ela só conseguia pensar em sua família e em seu namorado.

Eu vou morrer- foi a última coisa que ela pensou antes de sua vista escurecer.