Era uma noite gelada em Reavenswood e a lua se escondia timidamente atrás das amplas nuvens. O vento rugia do lado de fora do casarão da família Hall. A enorme residência ficava afastada do centro da cidade, em um bairro com poucas casas. O terreno era cercado por árvores e arbustos, e uma estrada de terra serpenteava entre as pequenas colinas, até que pegasse a rodovia em direção ao centro da cidade.
Darla Hall surgiu em uma das grandes janelas frontais da casa. Ela ajustou os óculos sobre o rosto e puxou a cortina, na intenção de fechá-la. Fez isso com mais três janelas e verificou se o alarme estava acionado, obtendo uma resposta positiva. A garota suspirou e fez um coque rápido em seus longos cabelos negros. A jovem de dezessete anos usava apenas um blusão cinza e detalhes vermelho, com dois números, 55, em destaque, e o nome "Hall" logo embaixo.
A camisa pertencia ao seu pai, era um antigo uniforme do time de beisebol no qual ele jogava quando mais jovem e onde ele fez sua carreira. Sr. Hall e a esposa resolveram sair naquela noite para jantar e comemorar vinte e cinco anos de casados e Darla não tinha nada para fazer, além de ficar em casa sozinha. De repente, sentiu uma brisa gelada entrar por uma janela lateral que esqueceu aberta e resmungou.
-Aconteceu alguma coisa? -Seu amigo falou do outro lado da linha. O eletrônico estava no viva-voz, em cima do sofá, enquanto a jovem morena caminhava na direção da janela aberta. Fechou-a e pegou o celular respondendo:
-O de sempre, Kevin. Tédio e uma casa gigantesca só pra você numa noite em que eu deveria estar me divertindo. -Disse e se jogou no sofá em seguida.
-Por que não assiste série? Se minha mãe me deixasse sair dessa prisão, eu dava um pulinho ai, mas sabe como ela é, né? -Darla não viu, mas tinha certeza de que Kevin revirou os olhos.
-Se você parasse de brincar com rituais satânicos, talvez ela acreditaria que tem um filho normal. -Brincou e gargalhou em seguida.
-Então torço pra ela não descobrir os cadáveres debaixo da cama. Mas o foco aqui é você e sua noite depressiva. -Subitamente Darla teve uma ideia.
-Tive uma ideia melhor do que me afundar em séries de drama e casos policiais! -A morena deu um salto do sofá e caminhou até a sua caixa de som. Conectou seu celular e aumentou o volume no máximo.
Havia apenas dois vizinhos nas redondezas, o mais próximo ficava a quinhentos metros dali. Então ninguém ficaria incomodado com o som alto. Na verdade, seria difícil eles ouvirem qualquer som vindo dali. O garoto continuava sem entender nada, até ouvir a barulheira e reconhecer a canção que tocava.
-Que tal um pouco de música para animar minha noite? Já que você não está fazendo isso muito bem. -Dessa vez, ela soltou um risinho. Darla soltou os cabelos compridos e retirou os óculos. Animou-se e começou a chacoalhar os cabelos loucamente no meio da sala.
-Acertou em cheio! "Something to dir for" é minha música preferida! -Kevin gritou do outro lado da linha, sabendo que sua mãe estava distante demais para que pudesse ouvi-lo.
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Slasher Story
Teen FictionApós o assassinato brutal de uma estudante nos arredores da cidade de Reavenswood, um High School inteiro se vê em pânico. Alguém roubou a roupa do mascote do time e pretende dar início a um terrível massacre. Arthur Van Der Berg está entre os maior...