Carnaval.
A festa, feriado nacional, que ninguém sabe até hoje porque se inicia em fevereiro, se antes mesmo do ano novo já começa os preparativos.
A festa onde a multidão ia para as ruas. Fantasiado ou não. Alguns usavam a ocasião para se divertir, como se o amanhã não o traria problemas. Outros usavam o feriadão para ficar em casa, colocando as séries em dia.
Oikawa Tooru não era uma dessas pessoas. Não mesmo.
— Cara, péssima ideia ter vindo de metrô — diz Sugawara, limpando o suor da testa pela milésima vez.
— Eu falei, era pra gente ter pegado um Uber. — Akaashi reclamou.
— Seis pessoas em um carro? Impossível. — Oikawa respondeu.
— E acha que é possível esse povo todo em uma lata de sardinha?! — exclamou Akaashi.
Oikawa estava pronto para argumentar, quando o metrô deu um solavanco, quase derrubando Sugawara sobre Kuroo e Hinata. Que eram os privilegiados que conseguiram correr há tempo e pegar um lugar para sentar.
— Vem cá, olhos de anjos, você pode sentar no meu colo — chamou Kuroo. Akaashi aceitaria sua proposta, se ele não estivesse preso em seu lugar. Outro solavanco daqueles e ele daria de cara com a axila do cara a sua direita.
Depois de muito empurra empurra, Sugawara e Akaashi discutindo com Oikawa, eles saíram da estação. E as coisas começaram a valer a pena.
Ao pisar o pé para fora da estação, eles foram recebidos de braços abertos pelas músicas carnavalescas. O povo alegremente pulando e cantando. Nas mais variadas fantasias.
Oikawa viu um casal vestido de Adão e Eva, o clássico. Porém, a mulher que estava vestida de Adão. Ele viu uma jovem senhora com uma caixa de ovos na cabeça, vestida de amarelo. Na blusa estava escrito: esperando os pintos. Uma garota vestida do que Oikawa julgou ser uma garrafa de água, com uma plaquinha: dessa água você pode se afogar.
E havia muita gente vestida de anjo. Muita mesmo.
Oikawa cruzou os braços, fazendo bico.
— E eu achando que estava sendo original.
— Coitado — disse Kuroo — Cara, todo ano é uma infestação de anjos. Parece até um segundo paraíso.
— Todo ano? — Akaashi arqueou uma sobrancelha. — Achei você tivesse falado que nunca tinha vindo pular carnaval.
— Então né — Kuroo fugiu do seu contato visual, logo apontando para qualquer coisa aleatória que não fosse lhe comprometer. — Olha, o baixinho já tá chupando uma língua aleatória ali!
— O quê? — Sugawara e Oikawa gritaram ao mesmo tempo, olhando para trás. Vendo Hinata, com seus 1.62, vestido de jardineiro fofinho, enrolando os dedos no cabelo de um cara enquanto o beijava.
Quando terminou, ele voltou saltitante para o seu grupo. Como se seus lábios não tivessem vermelhos e vulgares.
— Céus, Hinata, ainda são nove da manhã. — disse Sugawara.
— Você chegou beijando o cara do nada?
— Eu não ia beijar ele, eu tava pedindo informação. — explicou Hinata
— Achou a localização na boca dele? — Kuroo o interrompeu.
— Não. Cara, ele tinha um piercing na língua, eu nunca tinha beijado ninguém com um piercing antes. Queria experimentar.
— Será que é fácil assim beijar um estranho? — Oikawa perguntou.
— No carnaval? Sim. Mas só facilita se você tiver aquela carinha — diz Akaashi, apontando para onde Hinata agora tirava foto com uma garota vestida de girassol.
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Deus mandou você ficar com os anjos
FanfictionOnde Oikawa e seus amigos não sabiam pular carnaval