Capitulo único

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Capítulo inspirado na música "Lemon Boy". Aconselho a ouvir com fones de ouvido.

Boa leitura.

***

O som do violão tocando sequencias alegres de notas, pareciam que conseguia esquentar seu coração com carinho. Você só o olhou de longe, tocando sereno no seu cato, cantarolando uma melodia qualquer que simplesmente deu vida a um sorriso de canto em seu rosto mal humorado. Nessa época você não sabia interpretar o que esse sorriso significava Katsuki, mas não precisa se sentir mal por isso, estar tudo bem... Descobrir na hora certa nem sempre acontece, porém com você teve um grande preço.

Calma, não é algo tão absurdo. Com o tempo você vai entender o motivo desse violeiro brega gostar tanto de você.

"Era uma vez um jovem doce e amargo". Então Kirishima começou a arriscar a cantar com sua voz doce e serena, dedilhando cuidadosamente as cordas, como se elas fossem delicadas demais para um toque rude. "E eles o chamavam de menino limão". Você sorriu ao perceber que essa musica se tratava de você, levantando para se sentar do lado dele com o semblante convencido. Ele permanecia de olhos fechados enquanto cantava, sua voz fez seu coração esquentar. "Ele estava crescendo em meu jardim", pela primeira vez ele abriu os olhos, olhando para você com carinho. "E eu o arranquei pelos cabelos como erva".

- Você puxou meus cabelos como doido naquele dia, seu merda! - o ruivo fez língua, brincalhão.

"E como erva daninha ele voltou a crescer" você fez silencio logo depois dele o encarar como se pedisse bravo com os olhos um: "Cala a boca!", E você não iria interrompe-lo naquele momento. "Então pensei que dessa vez eu podia muito bem deixa-lo ficar".

Você o encarava apaixonado, olhando cada detalhe com carinho. Ele estava sentado no canto do sofá, vestindo uma blusa branca e uma blusa de frio vermelha xadrez por cima, a calça preta rasgada no joelha e os pés descalços. Usava brincos que de maneira fracassada era escondida por seu cabelo ruivo e amarrado em um frouxo rabo de cavalo. Com todas as letras ele parecia um garoto amante de musica universitária e dias de preguiça, e de fato era. Você não entendia o motivo de ser tão encantado por ele, afinal, tudo o que tinham era apenas uma foda para se esquentar em dias frios. Não era pra chegar nessa proporção.

Todavia ela chegou, e sem avisar ela perdeu o controle.

"Então eu percebir que é melhor deixá-lo em paz"

você conseguia ouvi-lo cantando sereno com sua voz calma.

Você lembrava dessa cena, e ela te fazia chorar de saudade, doía, lógico que vai doer. Mas ela não doía tanto quanto nos dias que os dois se divertiam por uma noite inteira e, logo pela manhã você acordava sozinho, com o lençol bagunçado na cama e um recardo num bilhete amarelo em cima do criado mudo. Ele estava diferente, antes fazia questão de acorda do seu lado, brincar consigo até a hora de ir embora. Agora ele não faz mais isso, permitia que você o tocasse, mas não o permitia ser totalmente seu, afirmando sempre que os dois eram apenas amigos que gostam de se envolver uma vez ou outra. Com o tempo essa decisão começou a lhe afetar e logo você estava no chão quando ele não queria mais que você o beijasse.

"Menino limão e eu começamos a nos dar bem" a letra estava grudada na sua cabeça, fazendo você se desesperar de saudade.

As restrições logo foram evoluindo e o desespero no peito também. Foi nesse momento que você percebeu que o amava, né? Não era mais só uma consideração, era amor. E agora ele não o queria.

"Eu o ajudei a plantar sementes e nós cortamos a grama no clima ruim."

"Na verdade é muito bom ser amigo de um amigo amargo como ele. Então eu próprio tenho um amigo cítrico."

Você sabia que isso iria acontecer uma hora ou outra, sabia que iria sentir seu coração se desmanchando e queimando como fogo e logo sumindo ao vento. Você sabia! Você insistiu em uma foda sem sentindo e agora estar chorando pedindo colo. Você é o culpado de sua própria tristeza, culpado por sua falta de tentar o entender e apenas o deixar ir embora... Ele não te quer mais, Katsuiki. Não precisa se humilhar, pode ir pra casa, pode chorar o tempo que for necessário, mas não entre lá Katsuki.

Não faça isso...

Estar me ouvindo?!

Claro que não...

"Mas logo seu amargo começou a passar pra mim."

As pernas tremiam e pareciam que iriam falhar e lhe derrubar na frente da porta do apartamento dele. Você encarou a porta, levantando os dedos para bater na porta, mas a coragem sumiu no exato momento que seus dedos se encontraram com a madeira. "Se ele me quisesse aqui, teria ligado." Seu pensamento fraquejou a uma decisão que não traria respostas. Você sente as lágrimas virem de encontro com suas bochechas, deslizando-as com carinho e se derramando ao chão.

"Você pensaria em cheirar como raspas de limão. Seria muito bom"

Você vai arriscar? Serio? Onde estar seu orgulho inflável?

- Eijirou... - a voz morreu, o ar faltou enquanto a mente girava confusa se deveria seguir com tal ato. Você tentou não só uma como duas e três vezes mais, mas sua mão sempre parava ao tentar chama-lo. Você não queria ser rejeitado, não queria ser destruído por Kirishima, estava mexido demais para ter a confirmação vinda selada e carimbada por ele. Precisava de respostas, porém não seria capaz de aguentar toda a pressão. - Eijirou? - Você finalmente conseguiu o chamar um pouco alto, batendo na porta e descobrindo que ele estava destrancada, assustado você o chama novamente e ninguém respondeu.

"Mas se eu ficar sem fertilizantes? É se acabar as chuvas das nuvens? E se o menino limão deixar de crecer?"

Seus pulmões ardiam na mesma intensidade que seu coração batia acelerado, o desespero estava na porta por não conseguir ouvir barulho. Foi avançando devagar, indo de cômodo em cômodo até achar respingos de sangue no chão. Engoliu em seco, pensando no pior durante o tempo que o chão queria ceder sobre seus pés. A adrenalina era aliada de sua dor, a cabeça girava processando tanta informação de uma vez. Você respira fundo, tentando manter o controle, mas ele não queria colaborar.

"As baleias começam a se encalhar. Os cascos das tartarugas vão se arrancando de suas espinhas."

Você estar tremendo, tendo uma crise de ansiedade tomando cada cantinho de seu corpo. Havia encontrado Kirishima desacordado no chão, sua mão estava manchada de sangue e seus lábios minavam do mesmo liquido. Você se desespera, pegando o celular no bolso enquanto levantava a cabeça do ruivo para ajuda-lo a respirar. A ambulância lhe deu instruções do que fazer até a equipe chegar.

Ele estava com o rosto pálido, com olheiras profundas embaixo dos olhos, julgava que ele sentia dor e se arrependeu quando tentou concerta-lo a uma posição melhor para ajudar com sua respiração fraca. Você tenta chama-lo, quase implorava para que aquilo tudo seja mentira e logo câmeras iriam sair.

Mas aquilo não era uma brincadeira, não era um sonho... Estava vivendo seu pesadelo acordado.

"Isso acontece o tempo todo. Isso acontece o tempo todo.

Garoto limão e eu, vamos viver pra sempre, como snufikn e Little My."

- Nos vamos pra onde quisermos... garoto limão. - Você o ouve murmurar com a voz fraca, começando a chorar com mais intensidade quando ele abriu os olhos levemente para te olhar.

Você chorou, mas agora estar tudo bem.

Sete Dias Para Te Amar (one-shot)Onde histórias criam vida. Descubra agora