Coisas que acontecem depois do "Eu gosto de você"

Nota pessoal:

Realmente pensei bem sobre seguir ou não com esse plot em frente. Quando pensei nele seria mais um 'como relacionamentos começam. O desgaste de um relacionamento é algo complicado, e, na maioria dos casos, depende dos dois (ou mais né, somos pessoas de mentes abertas ahushua), se eles vão preservar os sentimentos e a relação deles em si. Eu tentei retratar isso da forma mais natural o possível, mostrar um pouquinho do lado bom e ruim de uma relação, mas já me desculpo por qualquer equivoco que eu tenha feito na história.

Coisas que acontecem depois do 'Eu gosto de você'

O calor impiedoso fazia Taehyung desejar poder retirar a gravata justa de seu pescoço e substituir toda a roupa social pelas bermudas folgadas e camisetas rasgadas que usava em casa. Desejava com todas as suas forças, que já não eram tantas no final da semana exaustiva, se livrar das horas finais do expediente.

Perguntava-se, em que momento de sua vida, decidiu que passar boa parte de seus dias – até mesmo boa parte de sua vida – enclausurado em um consultório, seria o ideal de uma vida bem sucedida, ainda que o salário ao final do mês o deixasse consideravelmente conformado e alegre com sua condição.

Deu sua total atenção ao relógio, que marcava – finalmente – o fim do expediente de mais um dia em sua vida. A inquietação com a qual acordara naquela manhã ainda perturbava profundamente seu âmago, fazendo-o perguntar-se o que tinha de tão diferente no dia em especifico para que se sentisse incomodado.

Arrancou o jaleco, deixando o estetoscópio dentro da gaveta e guardando o notebook na mochila. Como a mania que possuía desde que começou a trabalhar no hospital, e que se fortificou no dia em que levara uma advertência por sair dez minutos mais cedo que o determinado, conferiu as horas, vendo que possuía uma mensagem de Jeongguk de horas atrás.

Após abandonar o consultório, por um momento, desviou sua atenção para os estagiários reunidos em uma pequena rodinha na ala dois, ouvindo os murmúrios animados enquanto aguardava o elevador e distraía-se com o jogo monótono do celular. Reconheceu Yerin, uma das estagiarias que primeiro ingressou no hospital, entrar junto de si.

Ouviu a risada baixa soar em meio ao silêncio, olhando para a menina que digitava eufórica no celular e sorria de uma ponta a outra do rosto maquiado enquanto os pés batiam ansiosos no piso metálico, se questionando o que deixara a jovem a ansiar tanto.

No entanto, entendeu o motivo da felicidade alheia ao chegarem à recepção, vendo Yerin ser surpreendida por um rapaz alto, jovem como ela também era – algo diferente de si –, que carregava um buquê de rosas vermelhas e um sorriso galante. Sentiu a inquietação retornar, a ideia de que continuava a esquecer de algo consideravelmente importante ainda batia em sua mente.

Pode ver vendedores de rua carregando rosas de um lado a outro nas calçadas, uns com cores variadas e outras com as clássicas e belas vermelhas. Num instante, as palavras 'dia dos namorados' retornou a sua cabeça, dando-se conta do que se tratava toda a alegria em demasia naquele dia. Por um instante, cessou os próprios passos no meio da calçada, se perguntando qual o verdadeiro motivo de tudo que cercava seu dia, questionando a si próprio desde quando deixava datas passarem despercebidas e perderem os valores para si.

De repente, recordou-se de um rosto bastante conhecido por si. O primeiro rosto que via sempre ao acordar e o último que costumava admirava, ainda que em silêncio, antes de dormir. O rosto que o recebia todas as noites de braços aberto, sorriso largo e com disposição para ouvir cada minuto de seu dia, ainda que ele imaginasse que Jeongguk devesse estar tão cansado quanto si.