Valentine's Day

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"Se eu cair, você pode me puxar para cima?

É verdade que você está olhando

E quando eu estiver cansada, você irá se deitar comigo?

Sem você, há buracos na minha alma,

Eu só preciso saber que você não vai esquecer de mim...".


De vez em quando.

Só de vez em quando a gente encontra alguém que nos desestabiliza. Que nos tira do nosso próprio eixo rotacional e de repente, lá estamos nós girando em torno de um planeta inabitado. Terras desconhecidas nem sempre preparadas para varreduras e descobertas, mas o amor não espera. Ele nos pega desprevenidos e revira tudo, causando uma grande explosão. E, no meio da desordem, surge algo memorável num partilhar inquietante entre seres até então solitários de galáxias diferentes. É quando o amor acontece. E às vezes, só as vezes, ele dura para sempre.

Big-bang.

Era Valentines's Day e o sétimo aniversário de Luna. Isso mesmo, como a Lua. Fora no dia 14 de fevereiro que beijara a mulher da sua vida no terraço do hospital, numa das poucas noites estreladas de Seattle. E fora também no dia 14 de fevereiro, anos depois, que nascera a garotinha que carregava um oceano no olhar, tinha cabelos pretos super, super brilhantes e agora estava debruçada sobre o balcão, ajudando-o a decorar o bolo que haviam preparado.

– Faltou o lilás, papa. – Luna protestou, cruzando os bracinhos, muito séria.

– Fui a todos os dezessete mercados da vizinhança, mas ou estava em falta ou tinha esgotado, eu juro.

– E agora? Lilás é a minha cor preferida.

– A Zola está trazendo. – disse, sujando a ponta do nariz dela com chocolate da cobertura.

– Mas a California é muito longe, papa. – bufou, passando o dedo no nariz e lambendo, fazendo-o rir. – Vai demorar mil anos-luz para o granulado chegar.

– Anos-luz?

– Aprendi na escola.

Dramática igualzinha à sua mama. – Andrew sorriu.

– Bailey e Ellis estão atrasados.

– Hoje você está muito apressada, mocinha. Vamos arrumar essa bagunça que daqui a pouco a mamãe desce.

Ela lembrou? – seus olhinhos brilharam, esperançosa.

­­– Ainda não.

– Tudo bem. – saltou do balcão. – Vou pegar a vassoura.

The Love Book - OliGreyssWhere stories live. Discover now