Os 13 Signos

Capítulo 1 sem título

Meu nome é Pricis, sou do signo de peixes, tenho 15 anos e sou aluna do colégio Professor Zodi. Esse é meu primeiro dia de aula e eu realmente estou muito nervosa. Eu vejo a porta de entrada de minha sala, isso ao longo de um enorme corredor cheio de pessoas que eu não conheço, mas sei que vou encontrar muitos amigos aqui! A primeira pessoa que vejo é uma de nossas professoras, posso ver o nome dela bordado elegantemente no seu jaleco.

—Professora Scorpa! Eu sou a... — Estava dizendo enquanto preparava um caloroso abraço.

—Tá doida? Entra na sala, não tenho saco pra gente atrasada, aliás, 12 minutos... 12 pontos a menos na média — Disse ela então se afastando e aí me empurra para dentro da sala.

Passei por aquilo, mas agora vi que precisava me esforçar mais para me enturmar. Já havia se passado mesmo 12 minutos, mas por que a aula não havia começado?

—Ei! Olha por onde anda! — Grita um garoto no qual eu quase dou um pisão no pé sem querer.

—Foi mal!

Eu realmente deveria procurar minha carteira, tinha esquecido disso. Mas sem carteira sem amigos do lado né? Mas... eu encontrei uma! Que felicidade. É no lado de uma garota super chique, patricinha talvez, e de um cara relaxadão... tá com os pés em cima da mesa e comendo... Gente do céu... Eu realmente deveria ter trazido lanche para fazer amizade com ele. Perdi uma boa oportunidade. Vou lá assim mesmo, acho que é a única carteira que falta.

Sento lá, é bem no centro da sala, gostei desse lugar. E é logo atrás da garota patricinha que parece que emana um brilho natural dela. É como o brilho do Sol lá fora... notei que tinham muitas borboletas voando hoje, será que é porque é o fim da primavera? Eu queria muito dar um passeio outra...

—CLASSE! Prova surpresa! Antes de dar conteúdo quero ver como tá o nível de vocês! Sem consulta, 20 questões, descritivas. Letra feia eu anulo... a prova, não a questão — Fala a professora Scorpa.

—O queeeeeee???? — Logo em seguida a classe resmunga isso. Pude ver até que um menino ao meu lado estava quase chorando, tadinho, seus olhos estavam tão brilhantes depois que ela disse isso. Tão brilhantes como as poças de chuva quando refletem a luz do Sol e...

—Mas então não vale nota, professora? Já que é para ver o nosso nível e aí a senhora irá se basear nisso para aplicar o conteúdo de uma melhor forma, correto? — Pergunta o menino do fundão da sala, óculos, meio retraído e com cara de estabanado.

—Vale 50 pontos, metade da nota desse bimestre de vocês.

—Anda logo! Tenho pouco espaço aqui! Diz pro preguiçoso atrás de você ir mais pra trás! — Fala a garota à minha frente.

—Hã?

—Eu quero espaço! Entendeu? É meu direito e alguém como eu merece muito isso!

—Já vou! Já vou!

Olho para trás, mas o garoto atrás de mim passou de guloso para dorminhoco. Estava com o sanduíche pela metade em cima da barriga e cochilando parece que em um sono pesado. É bom dormir, talvez eu possa conversar com ele sobre o sono, eu acho pessoalmente um assunto muito interessante e... Ouvi algo, é a garota na minha frente de novo, ela interrompeu os meus pensamentos novamente, mas tudo bem, eu sei que ela não está fazendo por maldade.

—Escuta aqui! Você sabe quem eu sou? Porque senão sabe é bem ir já sabendo. Leona Hause, minha família é quem paga todo esse colégio, ou seja, paga por essas carteiras aqui. Então eu tenho direito de fazer o que eu quiser com elas, entendeu?

—Eu creio que não seja bem assim... — Respondo ela em um tom baixo, mas assim que termino de falar, ela se levanta e vai até o garoto atrás de mim, puxa a cadeira dele na maior brutalidade. Foi o suficiente para ele acordar.

—Ah? O que... que houve?

—Ocupando meu espaço de novo, você tem que sair dessa depressão, Tori. Não é só porque foi chifrado que tem que ficar só comendo e dormindo como todo mundo faz.

—Ei!... sacanagem isso.

—Sim, muita sacanagem, por que já faz 3 anos. Agora para de remoer.

Quando olho para frente a professora já está passando as provas para os alunos. Todos estão sentados e dá para ver que alguns estão indignados com aquilo. Prova no primeiro dia? Será que isso é permitido? Talvez alguém fale com a coordenação após isso.

—Caaaaso alguém esteja se perguntando o porquê disso — começou a professora — vejam, a média aqui é 6, ou seja, no pior dos casos vocês tiram 1 ponto agora e 5 depois. Porque se tirarem menos que 1, vocês nem mereciam estar aqui e seria um desperdício ensinar vocês.

A prova... história. Não era tão assustador quanto pensei. Eu gosto de história. Algumas questões até de interpretação, perguntando sobre a antiguidade. Creio que tenha ido bem. Não tenho certeza... Foi só na outra semana que a professora entregou a prova. Vamos adiantar os fatos até lá, porque editor achou desnecessário e cortou as 5 páginas em que eu descrevia todas as minhas manhãs até o tão esperado dia do resultado.

Basicamente eu cheguei na sala e Scorpa já estava lá na frente, com o pé batendo no chão e a cara de raiva dela. Sinto-me muito mal por dizer que ela estava com raiva, mas me sinto pior por não poder ter a ajudado quanto a isso.

—CLASSE! Andem logo! Quero entregar isso e aí vocês começam a repensar sobre suas vidas e sobre o quanto vocês valem a pena — Todos inclusive eu estávamos sentados já quando ela abaixou o monte de papel de provas que segurava em mãos e pegou um outro papel solitário, coitado — Amanda, Abreu, Bruna, Carlos, Pedro, Megan, Túlia, Giu...gi..guinyvere... a aluna não amada pelos pais, vocês tiraram zero, podem a partir de hoje não acompanharem mais minhas aulas e se matricularem na série anterior a essa.

—O QUE???

—Que absurdo!

—Exijo ver minha prova! Profi!

—Fiquem quietos, porra! Agora, Ariel, Tori, Leona, Giovana e Giovani, Caprício, Jogador de Free Fire Santos, puta merda que conseguiram te registrar com esse nome... aff... continuando, Sagui Dário, Caio e Lincon, tiraram 20 pontos.

Mais uma vez ouvi um monte de protestos na sala. Dessa vez bem piores.

—Eu te paguei e tirei isso? — Falou Lincon.

—Como eu, belíssima e extraordinária, a modelo de criação da humanidade, tirei essa miséria de nota? — Reclama Leona.

—Não terminei de falar, guardem seus argumentos para seus pais quando forem apanhar. Agora, Pricis, 50 pontos. Terminei.

Nesse exato instante em que eu ainda estava divagando sobre todas as emoções aflorando na pele dos meus colegas, eu vi Leona se virar para mim, aí vi seu punho e tudo ficou preto.