Seja um bom pai ,Peter.

Capitúlo Único

Peter olhou para o filho. O bebê dormia tranquilamente em sua cama, enrolado em um cobertor azul, com o mesmo em que fora deixado em sua porta.

Com a criança, havia uma carta. Peter conhecia aquela caligrafia. Muito bem  por sinal. Ele não sabia o conteúdo da carta mas, sabia que não era bom.

Ficou alguns minutos sem fazer nada. No entanto, não podia ficar assim para sempre.

Abriu a carta e leu:

Querido Peter,

O bebê deixado em sua porta se chama Robert.  Você já deve ter notado à semelhança entre vocês e também já deve ter deduzido que ele é seu filho.

Eu sei que o fato de eu se a mãe de Robert não te surpreende. Já que você também tem dois pais.

Estou lhe escrevendo para te dizer o motivo de ter o deixado em sua porta. O motivo de eu não aparecer.

Você sabe que eu estou morrendo. Provavelmente, quando estiver lendo essa carta, eu já esteja morto. Ou não, talvez meu corpo esteja vivo e meu espírito esteja morto. Provavelmente, eu esteja definhando...

Mesmo com o sangue do homem aranha em minhas veias, seu sangue, querido. Eu morri. O Harry que você conhecia morreu. Se tornou um louco, insano. Você sabe, você o conheceu.

Não quero que nosso filho veja isso. Não quero que ele me veja morrendo. Não quero que ele me veja louco. Eu vi meu pai assim, e acredite... Não é bom para uma criança.

Sei que você vai criá-lo bem. Sei que será um ótimo pai. Eu não poderia criá-lo, nem sozinho, nem com você. Só atrapalharia. Seria um estorvo.

Esse foi meu último pedido. Espero que me perdoe. Saiba que eu te amo e sempre amarei.

Sempre seu,

Harry.

Peter releu a carta diversas vezes. As lágrimas escorreram pelo seu rosto.

Ele chorou por Harry, chorou pelo seu filho que não teria mãe e chorou por si próprio, pelo amor que ele havia perdido.