1st Tea, Coffee & Love • Jikook

02 - Waste

Os planos de Seokjin estavam saindo-se mais complicados do que ele esperava. Ele já havia dado entrada com seus documentos no fórum, no início de sua decisão, Jin queria optar pela barriga solidária. Infelizmente a doadora para esse método teria que ter algum parentesco consanguineo de até 4° grau com ele, e isso não seria possível.

Depois de descartar totalmente essa ideia, Jin gastou todo seu tempo pensando e estudando sobre lares adotivos, a boa notícia foi que ele descobriu que poderia solicitar mesmo sendo um homem solteiro.

Ele não se importava sobre o tanto de trabalho que mais uma criança iria lhe custar, e mesmo com toda a ansiedade e euforia para ter seu pequeno nos braços, Jin estava muito ciente de que isso seria de grande responsabilidade.

Porém as vezes a sensação que o feria era a de impotência. Ele era um homem saudável, bonito, não era estéril, facilmente poderia arrumar uma esposa ou gerar seu próprio filho sem tanta burocracia.

Isso o chateava as vezes.

Foi difícil para Seokjin antes de descobrir-se ACE. Ele não entendia o que havia de errado na época, chegou a se relacionar com algumas pessoas, mas não sentia desejo na hora dos finalmentes, na verdade ele sentia uma grande aversão.

Ele gostava da ideia de estar com alguém, mas o pensamento de entrar em um relacionamento e ter que fazer sexo o assustava bastante. E foi assim até a faculdade, onde tudo se tornou ainda mais complicado.

Era quase um pecado um jovem aos 18 anos na faculdade não fazer sexo, seja com alguma colega de setor ou algum professor às escondidas, e era exatamente isso que as pessoas esperavam dele na época, sendo um jovem tão bonito.

Depois de recusar várias pessoas com intenções sujas com ele, Seokjin passou a escutar pelos corredores as pessoas chamando-o de "um desperdício", o pensamento de ser considerado um desperdício para as mulheres e alguns homens fazia Seokjin se sentir uma aberração.

E então por causa de toda pressão social, Jin começou a se relacionar com algumas pessoas, fossem elas homens ou mulheres, isso não importava, o que importava realmente era que ele não via tudo isso em fazer sexo e isso o magoava profundamente, suas primeiras experiências com sexo foram apenas para satisfazer seus parceiros.

Jurou nunca mais fazer isso, nunca mais se magoar daquela forma pra satisfazer os prazeres de alguém.

Seokjin se sentiu doente, correu atrás de um tratamento para reposições hormonais e isso não lhe trouxe nenhum resultado, foi quando aos dezenove ele decidiu-se por procurar ajuda psicológica.

Ele lembra-se como se fosse hoje da sala onde todo o peso dele fora liberado, havia uma decoração leve, jarrinhos de pequenos cactos e alguns quadros também relacionados à cactos pelas paredes, era tudo em um tom verde pastel e isso lhe trazia sensação de leveza.

A mulher por trás da mesa de consultas era gentil e arrumava as dezenas de panfletos que ficavam sob a mesa. E foi ali naquela sala verde pastel com vários cactos de testemunha que Kim Seokjin descobriu o termo assexualidade, e ele se sentiu livre pela primeira vez em alguns anos.

A sensação de alívio por descobrir mais de si mesmo, ele nunca esqueceria, mas como nem tudo é perfeito, a crise no pensamento de que sua orientação sexual atrapalhava a sua vida amorosa e agora até a paterna sempre voltavam.

Atualmente aos vinte e oito anos, Seokjin era um homem bem resolvido, ainda bonito como na adolescência e criava seus dois sobrinhos, considerava-os um de seus maiores tesouros. Adorava cozinhar, adorava decorações e adorava mais que tudo programas televisivos infantis.

Continuava solteiro. E sinceramente, não andava abrindo seu coração para novos romances.

No momento Seokjin pensava exatamente isso, sobre as complicações atuais, sobre os conflitos já passados principalmente em sua adolescência.

Ele divagava sobre tudo isso encostado no fogão enquanto preparava o café da manhã, xingou ao perceber que por causa de seus pensamentos um dos pedaços de bacon passou um pouco mais do ponto e talvez não ficasse tão comestível agora, mas se tem uma coisa que ele odiava era desperdício de comida, alguém iria comer o bacon queimado SIM.

Curiosamente, Jungkook andava seguindo duramente todas as regras que o tio deixou pregado na geladeira, e ver o garoto acordando todo dia na hora certa pro café da manhã passou a ser estranho para Jin, que já estava acostumado a ter que derrubar o garoto da cama ou ameaçar cortar um pedaço de sua franja pra que ele se levantasse.

Havia uma linha de diferença entre os dois irmãos, e Jin achava muito engraçado, e apostava todas as suas fichas que se sua irmã estivesse aqui agora para ver os próprios filhos, ela também acharia graça.

Enquanto Soobin vinha para mesa pela manhã todo arrumado, cabelos penteados, com seu banho matinal devidamente tomado. Jungkook aparecia ainda vestido em seu pijama, todo descabelado e sem ter nem ao menos escovado os dentes.

Também era engraçado reparar que enquanto o mais novo tomava uma xícara de café com pães, bacon e ovos, o outro tomava achocolatado e provavelmente iria pedir permissão para se empanturrar de cereal mesmo depois de devorar uns três pães.

Para Seokjin isso era perfeito, eles eram como um quebra cabeça, peças diferentes mas que se encaixavam muito bem.

- Esse aqui está com um gosto esquisito, hyung. - diz Jungkook com a boca cheia de pão.

Ops. Parece que descobrimos quem recebeu o pão sorteado do bacon queimado.

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Olá meus nenis, esse cap foi feito pra gente conhecer mais um pouquinho do nosso Seokjin. Achei necessário fazer uma narração em cima dele porque ele É um personagem importante para a trama e talvez, só talvez isso possa rolar com outros personagens também..

Eu sei que vocês ficam ansiosos pela interação dos jikooks, mas a gente tem que sempre dar espaço pra personagens igualmente importantes não é mesmo?