Para construir paz
Seja você lugar florido
Que ao outro trás
Sonhar por ele mesmo anuído
Apesar das palavras belas
É com pesar e tão pouca fé que te escrevo
Se eu pudesse trocaria elas
Para ter a cura da tua insanidade
Pois encontrei tua liberdade por aí
E a tenho visto
Andando como se não pisasse no chão
Agora que falo-te de liberdade não me detenho a rimas
Vi que tu planejas pra si ainda teu passado
Vi que tua liberdade sufoca e angustia
Vi que teu abraço rasga as costas
E vi que teu amor afoga ao ponto de matar... ao ponto de morrer...
Não!
Sim! Sim!
De verdade não vi nada, ou vi pouco
De verdade estive cega como você
Mas tenho sentido na pele a dor dos que sangram
E tenho rasgado meus olhos para
ver
E tenho gritado
Tenho estremecido
Tenho paralisado em pensamentos
E tenho me desdrobado para conter seu coração teimoso
E estou feito louca gritando na rua
Imploro por misericórdia
Para que me veja, me ouça
Estou andando do seu lado mas estou de frente para os carros, esperando ver um caminhão com um péssimo motorista agora mesmo
Nada do que faça parará você
Nem quando tento parar a mim mesma
Eu não tenho nenhuma importancia para nós dois
Mesmo pedindo para que você me veja
Você não tem me visto gritar
E não tem me visto chegar
Dos lugares de escape
Eu me sinto um absurdo
Não sou eu a muito tempo
Grito por mim
Pena de mim
Tenho procurado coisas e água em poços vazios
Que fiz de mim?!
Talvez o mesmo que faço de mim ano após ano
Me tornando alguém difícil de se acostumar
Talvez eu não me veja, porque vejo muito
E vejo você
E quando não quero ver pra não chorar
Eu me refugio cavando meu túmulo
Alma em sangue, rasgada ao meio
Tanto a resolver
Para enfim cuidar de mim
Rogo por paz
Imploro por paz
Para que eu possa descansar e pensar sobre mim e onde me levei
Sem medo de surtar
Sem medo de o ver de novo pior que eu em alma
Mas a paz é mesmo camuflada na guerra
E eu queria ver!
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Flora Mágda Relembra (poemas de Camila Luna)
PoetryFlora Mágda é uma mulher que convive com fortes lembranças e decide escrevê-las, tentando entregar sua dor aos poemas ela destina seus escritos a um alguém nunca mencionado. Será esse alguém o seu próprio Eu? Ou será um antigo amor. Isto fica a seu...