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Detrás do balcão da pousada da minha família, encaro um quadro de uma moça triste do outro lado da parede, ao que escuto a chuva do lado de fora. Movo o meu rosto e pelo o vidro da janela fosca, vejo a chuva cai fortemente, ouço trovões, mas eles não me dão medo.
Com caderno pequeno um disposto em minha frente e uma caneta em minha mão, tento passar para o papel em branco alguns pensamentos. Normalmente escrever era uma tarefa fácil, sem muitas complicações, mas ultimamente era como se a minha criatividade tivesse saído para um passeio — e isso já fazia exatamente três meses.
Escrever, por tanto tempo foi o meu refúgio. Eu me trancava do mundo, apenas para criar o meu próprio. Tenho livros publicados em uma editora, todos com sucesso de vendas e agora, não consigo escrever nada. Tudo o que vem a minha mente, parece raso demais, chato demais e genérico demais. Não tenho uma única inspiração e levando em consideração como as coisas estão indo, não acho que terei uma em breve.
Ouço o sino da porta tocar, movo o meu olhar em direção a mesma, por ali, passa um homem com uma mala. Estranho, pessoas como ele não frequentam esse tipo de lugar. Digo isso porque ele não parece ser uma pessoa que precisa se hospedar em uma pousada — uma pousada como essa —, suas roupas aparentemente são de tecidos bons e com certeza ele poderia pagar para ficar em um lugar bem melhor, há ouro no relógio que envolve o seu pulso, assim como no colar em seu pescoço.
A resposta para a sua presença só pode ser a chuva que cai lá fora.
A pele branca, parecia ser tão macia quanto os fios de cabelos escuros, que por estarem um pouco grande, escorrem suavemente sobre o seu rosto, ao que estão molhados e pingando — a parte da testa amostra, o torna tão belo.
O seu rosto, é bonito. Quando digo bonito, quero dizer que eu nunca me deparei com alguém assim. Os lábios cheio e róseos, se encontram mais fortemente quando ele engole a seco, fazendo o seu pomo de adão subir e descer. Ele está me olhando e eu estou fazendo mesmo, mas ao contrário de mim, o homem sorri, se aproximando e jogando o cabelo para trás — uma ato convarde e de completa perdição.
Sou um idiota por deixar pensamentos profundos afundar a minha mente, deixando o meu corpo quente apenas por uma simples presença e de qualquer forma, não parece que preciso conhecê-lo para deixar que o meu corpo se consuma as poucos com a sua imagem.
Sinto o cheiro do seu perfume, é amadeirado, não tão doce. Único, uma combinação perfeita para um dia de chuva.
— Olá. — ele diz, ainda sorrindo e de frente ao balcão.
Os seus olhos parecem bem mais intenso agora que os vejo de perto. Em seus lábios, há brilho labial, — acho que por conta do inverno, é sempre bom mantê-los hidratados. — a cor é um rosa suave e com certeza deve ter gosto de melancia, é um contraste lindo com a sua pele.
Não devo estar pensando nisso, mas devo dizer: sou um ótimo observador e os meus par de olhos sempre se matem atento até mesmo aos pequenos detalhes.
— Olá. — respondo, deixando o meu tom de voz na mesma altura do dele. Sei que a minha voz não será doce, provavelmente, saiu mais grossa. Isso não é importante, não agora. — Bem vindo à Pousada do Sul.
Fecho o caderno a minha frente, não querendo que seu olhar escorregue por minhas anotações sem sentidos, sobre uma história quase inexistente.
— Espero que ainda tenham quartos. — a água da chuva escorre por seu pescoço, assim como pinga de seu cabelo. — Acabei pegando chuva e estou voltando de uma viagem de trabalho. Não conseguirei chegar até a minha casa, o tempo está péssimo. Consegui estacionar o carro em um estacionamento, não acho que seja seguro andar pela a estrada completamente molhada.
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EESOME • namjin
FanfictionHá exatamente três meses, Kim Namjoon tenta achar uma forma interessante para escrever o seu novo livro. A chuva cai do lado de fora e os seus dedos gelados (por conta do inverno) seguram uma caneta e, é exatamente nesse momento, que a sua mais nova...